terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

As tendências Globais e a mercantilização da música gospel


Ontem(13/02/12), ao assistir ao telejornal da rede Record e vê as notícias sobre a greve dos bombeiros e policiais do Rio de Janeiro fiquei surpreso com a cobertura que essa emissora deu a um evento que passou quase despercebido. Uma equipe da rede Globo que faria a cobertura de uma manifestação, promovida por cerca de 400 policias militares e bombeiros grevistas que reivindicavam melhores condições de trabalho e a liberação de seus líderes presos, foi expulsa do local por serem acusados de distorcerem as informações. Os repórteres e cinegrafistas da Globo saíram do local onde ocorria a passeata sob vaias e gritos de “Fora Globo”. Eles foram acusados de fazer cobertura tendenciosa sobre a greve, favorecendo o governo. Os grevistas cercaram a equipe desde o foco da manifestação até o carro. Acompanhada pela turba enfurecida e debaixo de xingamentos e tentativas de agressões, o grupo jornalístico se retirou do local debaixo de inúmeros protestos.
Hoje(14/02/12), ao assistir o telejornal da manhã da rede Globo, ouvi na abertura do jornal a notícia que dizia “casal homossexual é agredido em aeroporto do Rio de Janeiro”. Imaginei logo mais uma repulsa agressiva ao fato de pessoas serem homossexuais. Melhor dizendo, “mais lenha para a fogueira” da discussão sobre o problema da homofobia que é a rejeição por completo da opção sexual de determinados indivíduos. Biblicamente falando, a homossexualidade é pecado. Portanto, desaprovada por Deus. No entanto, agredir uma pessoa pelo fato de ser um homossexual é algo que revolta qualquer pessoa que tem o senso de dignidade da pessoa humana (não confundir com dignidade de ser homossexual, pois não existe) e de justiça. O fato de ser contra a prática homossexual não me dá o direito de favorecer a prática agressiva contra tais sujeitos. Os agressores devem ser julgados pelos atos cometidos.
            Porém, ao assistir a reportagem completa verifiquei que o problema não foi de homofobia, como o título da notícia no início do jornal quis dramatizar. Inclusive, a própria pessoa agredida disse que a agressão não fora causada pela discriminação sexual, mas simplesmente porque o “casal” e um sobrinho de uma das vítimas não quiseram embarcar em um táxi clandestino. A negação, desde o saguão do aeroporto até a saída, gerou uma revolta no taxista que impulsivamente agrediu aqueles rapazes. Mais uma vez a Globo com uma notícia tendenciosa. A Globo parece estar fazendo uma apologia ao homossexualismo e apelando para todas as situações que aparecem os agentes da discussão do momento. Que coisa! Será que os cursos de graduação em comunicação social não têm uma cadeira de ética da profissão?
            Desde algum tempo após minha conversão, tive muitas ressalvas à Globo. Como cristão vejo que a programação exibida nessa rede televisiva fere princípios cristãos, principalmente, nesses últimos dias que a referida emissora defende, de forma explícita, a prática homossexual em toda sua plenitude. Em duas notícias vimos que a Globo mostra-se tendenciosa, ou seja, não tem um parecer próprio sobre os acontecimentos. Parece beneficiar-se com as veiculações da programação para agradar aquele que tem maior poder. Infelizmente, muitos cristãos, iludidos, estão vivendo um período de grande estima a ela pelo fato da emissora ter realizado um “Festival de música gospel”. Algo que a meu ver, denegriu ainda mais a imagem desviada do evangelicalismo nacional.

Hoje é um novo dia de um novo tempo que começou para a Globo e os evangélicos...
A emissora, tradicionalmente ligada à Igreja Católica, dedica 75 minutos de programação ao segmento. Vão ao ar às 13h trechos do festival Promessas, produzido pela Globo com os principais nomes da música gospel.

Qual será a finalidade desse evento? Seria a proclamação da Palavra de Deus ou a criação de uma mídia gospel mundanizada? Continua a Folha:

O festival teve tratamento VIP na Globo e consumiu R$ 2,9 milhões da Prefeitura do Rio...A Globo confirma o encontro e diz que "coincidiu com intenção antiga de se aproximar mais do segmento gospel". Circulam nesse mercado R$ 2 bilhões anuais.

            E como isso chegou ao estado atual? Responde a Folha:

A estratégia de aproximação começou há dois anos, após o "Jornal Nacional" fazer uma série de reportagens sobre trabalho social de igrejas. Desde então, a rede tem dado destaque em seu noticiário a eventos da comunidade evangélica. A presença de músicos gospel nos programas de Xuxa e Faustão cresceu, e há planos para um programa aos sábados.

No momento em que vivemos, o capitalismo está saturado. Os mercados locais e globais já não têm a facilidade de escoamento de sua produção em vistas da concorrência globalizada. Toda nova maneira de ganhar dinheiro, digo, muito dinheiro, é a oportunidade que muitos estavam esperando. Por isso, o meio evangélico está sendo “atacado” pelas táticas mercadológicas do mercado mundano. Nunca tivemos a oportunidade de ouvir música gospel em FMs seculares. Hoje, esta barreira foi rompida. Por qual razão? Do retorno capitalista. O mercado gospel movimenta cerca de 2 bilhões anuais e em breve movimentará muito mais. Por essa razão, muitos cantores gospel não fazem música para adorar a Deus, mas para terem altos contratos com a SOM LIVRE e outras gravadoras importantes. O que importa é vender para ganhar. A Globo, com suas táticas, está promovendo um novo movimento evangélico sim, um movimento híbrido. Doutrinas mudaram e irão mudar, o comportamento cristão é outro e as pessoas descrentes já não veem o brilho da legítima espiritualidade em muitas igrejas. Concluo que as tendências Globais visam o lucro e a atenção de telespectadores evangélicos (tem crente até que gosta e vota no big brother brasil-Permitam-me colocar em minúsculo o título do programa dado seu depreciativo entretenimento e por ter uma moral negativa e profana). Essas são suas intenções. Como a maioria dos crentes está crendo na doutrina da prosperidade, eis aqui um prato cheio para ambos. Enquanto isso, as virgens prudentes estão sendo esquecidas e não mais ouvidas pela grande multidão evangélica. Porém, incessantemente aguardam a volta do Cristo e purificam-se dessas mazelas. Devemos estar atentos a qualquer intervenção na vida da Igreja. Oremos para que o Senhor possa guardar os seus e elevar-nos a sua presença.           
   

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Por que crentes ficam carnais/liberais?


Geralmente, ao professarmos a fé cristã, somos contagiados por uma experiência nova. Isto ocorre pelo favorecimento da graça de Deus gerando plena certeza do ato de salvação em alguns ou a simples emoção do contágio em outros, sendo concebida de duas maneiras: com autenticidade, em razão do real arrependimento, ou com aparência de autenticidade, devido uma mera satisfação superficial não discernida espiritualmente.
Com o passar do tempo, podemos detectar através das obras praticadas qual foi a experiência vivenciada em cada sujeito. Se houve um desprendimento dos valores efêmeros através do processo de fé e convicção, concluiremos ter havido uma experiência de transformação na qual houve uma entrega incondicional ao senhorio de Cristo, confirmando a maneira pela qual o redimido se encontra na condição de filho de Deus. A conseqüência é determinada pela experiência verdadeira que torna o indivíduo familiarizado com a vontade de Deus posta nas Escrituras para sua vida.
Por outro lado, quando o agente se embaraça com a doutrina de Cristo, aceitando uma parte e rejeitando a outra, percebemos algo que não se coaduna com a forma de comportamento encontrada na vida cristã. Podemos dizer que a verdadeira experiência com Cristo não ocorreu, uma vez que não há um desejo direcionado à prática de seus princípios plenos. Além disto, uma das formas de se dizer isto nos escritos dos evangelhos e epístolas é sob a forma de escandalizar-se. Quando alguém reluta na prática da modéstia cristã, por exemplo, ela está se escandalizando de Cristo por causa de sua doutrina, uma vez que não quer praticá-la. Foi-nos dito pelo Senhor: “Bem-aventurado é aquele que em mim se não escandalizar” (Lucas 7:23). Jesus nos fala sobre o fato de sermos abençoados Nele, compartilhando de uma comunhão profunda e de uma sujeição à sua Palavra, pois, se conscientemente assim não fizermos, estaremos dizendo que estamos escandalizados e ofendidos com Ele, com sua Palavra e com seu direcionamento. Escandalizar-se é o mesmo que rejeitar por não querer fazer, demonstrando, assim, as provas de sua intenção parcial para com o Evangelho. Vale ressaltar que muitos supostos cristãos estão nesta condição de escandalizados, apesar de não se julgarem assim. Estão tão obscurecidos com uma racionalidade humana e caprichos pessoais que não vêem como são insensíveis à voz do Espírito. Não percebem que estão reduzindo todo conjunto doutrinário a um compêndio Escriturístico, restringindo-se a sujeitos tendentes às doutrinas que lhes favorecem devido suas intenções particulares, descaracterizando-se como fiéis a Cristo. Este problema vem desde muito tempo. Há aproximadamente 30 anos, a Igreja evangélica vem passando por um processo de decadência moral. Suas atitudes não são mais as mesmas, suas preocupações foram redirecionadas, enquanto que a vida da comunidade foi definitivamente afetada com a falta do sentimento cristão. A maioria das igrejas perderam o prazer de servir a Cristo diante do mundo, para “servi-lo” em templos pomposos cheios de divertimentos e banalidades promovidos pelos seus promotores de eventos: os senhores pastores pós-modernos.    
Para responder a pergunta introdutória deste artigo, diria que o problema é amplo e individual. Amplo, pois a maioria da comunidade dita evangélica caiu no modismo pós-moderno do vislumbre de ser evangélico na atualidade. Virou moda, sabia? Está na mídia. É prazeroso ser evangélico, pois faz com que muitos sejam, agora, reconhecidos, já que antes não eram. Porém o dissabor não está na evidência, mas sim na conformidade com o mundo. A Igreja evangélica de hoje tem seus paradigmas adaptados em consonância com as tendências mundanas. Grande parte do movimento evangélico passou pelo processo de mundanização assimilando as maneiras de cantar, de compreender (racionalização) e até de pregar, que agora é segundo os discursos da auto-ajuda e da motivação para o sucesso. Que pena!
A individualidade entrou em questão uma vez que representa o querer do sujeito. Os religiosos evangélicos não querem mais comprometimento com as Escrituras, nem sua disciplina, preferem o bel-prazer de ordenarem suas vidas segundo uma visão particular de mundo. Nisto, evidenciam que não passaram pela conversão, pois o ego é o rei e senhor deles próprios. Continuam a praticar isto, pois se escandalizaram do ensino de Cristo que diz: “ Se alguém vier a mime não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vidanão pode ser meu discípulo”  (Lucas 14:26). A falta de desprendimento do eu destes indivíduos faz com que concluamos pela não vinculação entre Cristo e eles. Noutras palavras, não podem ser discípulos de Cristo. No entanto, muitos falsos discípulos imperam sobre comunidades promovendo movimentos que levam o povo à escassez espiritual e à abundância de carnalidades. Em conversa com uma missionária de Brasília há alguns meses, ela me confidenciava o problema dos encontros de sua igreja. Os líderes das programações e os adeptos promoviam festas banais, atividades de entretenimento e muita conversa sem edificação sobre sexo, jóias e sucesso profissional, enquanto que o essencial era reprovado, ou seja, ninguém queria buscar a Deus, antes queriam jogar conversa fora. Este é o retrato do descaso das supostas igrejas atuais. 
 Há quem pense que estamos simplesmente atacando determinados grupos denominados evangélicos. Não é esta a intenção. Nossa intenção é bem objetiva, tentamos de alguma forma barrar e protestar contra a apostasia instaurada que está assolando a Igreja, contaminando inúmeros contingentes, e tentando demonstrar nossa piedade para quem está vivendo um cristianismo falsificado, sem experiência e sem paixão por Jesus. Que Deus nos ajude a continuar com o zelo e amor cristão por quem já o perdeu.