sábado, 29 de junho de 2019

Culto da COMUNIE - Transcendência em Cristo


A pluralidade de ideias parece não estar mais presente em muitos ambientes acadêmicos, ou melhor, o pensamento cristão parece ter sido excluído e estigmatizado em razão da forte onda de “liberdade” promovida pelo intelectualismo tendencioso que o priva em sobreposição ao “querer é poder”, baseados em ideologias filosóficas contemporâneas nas Universidades. Entenda-se por liberdade, segundo o conceito estabelecido pelos “mestres” do saber atuais, o ato de o ser humano poder transpor os limites outrora fincados com a desculpa do dever de poder ir para além. Contudo, essa mentalidade é muito perturbadora porque no final não sabem para onde estão indo, aliás, nem pretendem saber. O fim de seus atos não é a questão, mas sim a prática cheia de paixão descomedida. Com uma mentalidade assim, questiona-se: esquecer-se de Cristo para firmar seus passos em preceitos idealizados por homens cujas mentes, em alguns casos doentias, enfatizam a prevalência da vontade humana independentemente da moral que assegura um padrão de ordem e equilíbrio para a vida vale a pena? Não seria isso uma tendência irracional?  
Procurando amparar os universitários cristãos desse ambiente preocupante e alertá-los sobre os perigos dessa mentalidade, o Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho ousa continuar bradando sua potente voz contra toda exclusão do Cristianismo do contexto universitário através dos cultos cristãos de integração acadêmica, mais conhecidos como Comunie. Neste sábado, com mais uma reunião, a temática foi voltada para a “Transcendência e Sentido em Jesus Cristo, Rocha da Igreja e Senhor da História”. Sua pregação versou sobre as possibilidades em Cristo para um viver digno, pois a transcendência ou o aprofundamento da espiritualidade garante o equilíbrio e a fundamentação necessária para o cristão aproveitar esta vida com virtuosa sobriedade.
Veja as fotos do evento:    












Capacitação para professores de escola bíblica - tema: Escatologia


Quando o Cristianismo iniciou sua expansão, a preocupação apostólica se externou na forma de escrita apologética para conter possíveis desvios do paradigma, além de orientar a Igreja quanto à condição permanente de uniformização doutrinária, estando os cristãos perto ou longe. A Igreja deveria estar unida através das mesmas convicções em consonância com todos os ensinos provenientes do Salvador. A obra messiânica desdobrou-se também para a pregação e observação do preceito absoluto e imutável nas muitas exposições da Verdade (simbolicamente o manto de mestre de Cristo não foi rasgado exatamente para conservar o pensamento da unidade doutrinária). Desta maneira, a Igreja alcançaria o ideal de firmeza na Verdade, sendo forte para resistir as intempéries filosóficas e pensamentos emergentes nos seus respectivos tempos.
Tendo em vista reverenciado cuidado, o Instituto Pietista de Cultura organizou neste sábado a Primeira Capacitação de Professores de Escola Bíblica da Igreja Batista Renovada Moriá. O tema tratado foi a Escatologia Bíblica, abordando não só o texto em si, mas também algumas das diversas formas de pensar a profecia apocalíptica que culminaram em equívoco teológico e heresia. Apesar de não conseguirmos esgotar o tema, dada sua profundidade e detalhamento das profecias, procuramos nos ater aos assuntos em evidência, colocando, assim, os professores a par do pensamento das correntes teológicas vigentes e fornecendo-lhes os subsídios necessários para a contraposição (quando for necessário). Mas, a pretensão foi a visão estritamente cristã e bíblica, numa mentalidade muito própria daquela percebida no Cristianismo primeiro.
Procurando reproduzir aquela mentalidade, os participantes da Capacitação para professores de Escola Bíblica foram recebidos calorosamente antes do início do evento, marcado para às 8h. Razão pela qual se formou um ambiente de serenidade e de grandes expectativas para aprender com profundidade a doutrina das últimas coisas. À medida que chegavam, recebiam seus kits personalizados com todo o material necessário para o bom aproveitamento das exposições ao longo do dia. Nos intervalos para Coffee Break (manhã e tarde) e almoço, o clima de confraternização e de diálogos sobre os temas até então apresentados faziam o clima ficar ainda mais agradável. De fato, foram conversas proveitosas, revelando o espírito de comunhão e o nível de espiritualidade tão preciosos para a uniformidade doutrinária.
Por acreditarmos na univocidade bíblica, trabalhamos com grande afinco para alcançá-lo, lembrando sempre da máxima primitiva: “perseverando na doutrina dos apóstolos”, a fim de que todos caminhem pelas mesmas convicções. Dizer que todo mundo pode ter sua própria interpretação do texto bíblico não revela espiritualidade, antes rebeldia, algo bastante problemático para quem quer se intitular cristão. Preferimos acreditar no livre exame, contudo, submetido às orientações do Santo Espírito que nos remete ao profundo conhecimento da vontade de Deus, sendo também Ele o agente vinculador que nos proporcionará a unidade preceituada em Efésios.     
A participação dos professores foi algo marcante. Todos, ou pelo menos a maioria, atenderam ao chamado para o curso. Para o diácono Hélio Machado (também professor de escola bíblica), a doutrina cristã passa por um momento preocupante de modo que a única solução é retornar à simplicidade da fé apostólica com ações como essa capacitação: “Nesses dias de doutrinas fragmentadas é necessário fortalecer a nossa que é a mesma dos apóstolos, a bíblica, e a de Jesus Cristo”. Pitágoras Martins destacou a importância da atribuição de professor e que o mesmo deverá caminhar com responsabilidade no desenvolvimento de sua atividade: “importante é que nós que estamos sendo professores, sejamos responsáveis com a incumbência do cargo que exercemos”.
Concluímos esse evento na certeza de que o conteúdo foi apresentado com toda diligência pela comitiva de professores do IPC, acreditando na internalização dos assuntos pelos participantes, principalmente nos momentos nos quais as dúvidas foram apresentadas, gerando um salutar debate que resultou em grande satisfação pela argumentação explicativa e convincente. Para Luiz Sousa, o curso de capacitação foi “maravilhoso, enriquecedor e esclarecedor... momento épico de Moriá”. Para Fábio Silva, a crise teológica é tamanha que nos obriga a fortalecer os laços, pois “em virtude da grande mistura e falta de amor pela sã doutrina, faz-se extremamente propícios momentos como o que se realizou no dia de hoje para que haja alinhamento e padronização doutrinária, e acima de tudo, a propagação da Palavra de Deus na sua integralidade e verdade”. Certamente, os participantes ainda irão revisitar os pontos apresentados até a plena assimilação da doutrina, seja individualmente seja em outros encontros ora programados, de menores proporções, para a continuidade do aprofundamento da Escatologia Cristã, visto que todos poderão usufruir de um olhar mais atento os últimos dias.














terça-feira, 18 de junho de 2019

Nunca é tarde para estudar


Você nunca fará nada neste mundo sem coragem.
É a melhor qualidade da mente ao lado da honra.
Aristóteles

O sonho era antigo. Talvez remonte a juventude quando por influência da irmã Helena (formada em Letras e professora de línguas antigas na Assembleia de Deus) foi instigada a prestar vestibular para ingressar na faculdade e ter uma profissão. Algo um tanto quanto inusitado na época para muitos evangélicos cujas igrejas não consideravam o estudo acadêmico importante. Era o final da década de 80, instante no qual essas mesmas Igrejas ainda usufruíam de espiritualidade intensa e devotada para o fiel cumprimento da vocação inspirada pelo bom Salvador. Por isso, o sonho não se realizou naquele momento, na verdade, foi substituído por um “chamado” de Deus para ajudar o pai (José Silva Tôrres) numa ousada investida: abrir um trabalho missionário em lugar avesso à pregação do puro Evangelho, rebelde e tantas vezes perseguidor.
Passaram-se anos e através de sua ajuda incansável o trabalho prosperou, ganhando aquela obra considerada referência na região; passando a ser, então, uma Igreja e não mais um ponto de pregação, apesar da existência de um templo desde o começo. Durante aqueles anos, também serviu nos negócios da família, tendo dores de cabeça e alegrias como frutos do labor secular, mas sempre prestando o melhor trabalho possível. Foi de fato um grande apoio para o pai. Uma década passou laborando na região de Beberibe, aproveitando também as belezas naturais das ensolaradas praias ali existentes, ainda puras e não tocadas pela exploração turística e imobiliária. Um bálsamo para quem lutava desde o raiar do dia (literalmente falando) até à noite, no apagar da luz do quarto quando era vencida pelo cansaço já na madrugada.
Este tempo só cessou quando retornou para a capital devido seu enlace matrimonial. A labuta passou a ser a da sua própria casa, mas como sempre se mostrou uma pessoa com muita resiliência queria algo mais. Retornou ao SENAC para aprender a trabalhar com o pacote OFFICE da Microsoft. Recebeu seu certificado após a conclusão de seu curso. Vieram as filhas para as quais dedicou cada momento, aproveitando o vínculo e exercendo o papel de mãe com esmero. Em nenhum momento pestanejou ou relutou pelas dádivas que o Senhor Deus havia lhe confiado. Quando as meninas cresceram, tornando-se um pouco mais independentes, resolveu buscar cursos de formação de nível médio para, quem sabe, cursar uma graduação. Foi em busca do CEJA (Centro de Educação de Jovens e Adultos) em Messejana, local no qual recebeu grandes estímulos para realizar seu antigo sonho. Nesse ínterim, sentiu-se na responsabilidade de fazer um curso de secretariado (CETREDE) para que no final pudesse buscar um emprego e ajudar em casa, uma vez que naquele momento seu marido não gozava de vínculo empregatício. Foi resoluta em seu curso. Aproveitou oportunidades como secretária na PRF (Polícia Rodoviária Federal) tirando a folga de uma amiga de curso para ganhar algum dinheiro e assim poder ajudar nas despesas do lar. Mas, não esquecia de seu sonho. Prestou vestibular na UECE. Não foi aprovada. Fez suas primeiras tentativas no ENEM, mas sem uma boa preparação também não logrou êxito. Conciliou a ida para deixar as filhas na escola, na época no Centro, para fazer um cursinho de preparação para o ENEM. Conseguiu um curso acessível para as condições financeiras da família: APESC (Associação dos Professores do Ensino Superior do Ceará). Recebeu muito apoio dos professores. Cumpriu novamente seu papel de estudante 30 (trinta) anos após concluir o ensino médio. Dedicou-se. Estudou. Fez inúmeras redações, ora com notas não tão boas, ora com algumas que motivaram esperanças. Desejou caminhar pelo meio ambiente, tendo a primeira aprovação no IFCE, no curso de Técnico em Meio Ambiente, mas algo mais forte lhe chamava para outro caminho. Enfrentou novamente a fera do ENEM com bravura a fim de derrubar aquele bicho papão que já lhe tinha derrubado em momentos passados, mas não a tinha desanimado... Enfim, a fera não resistiu sua força interior e entregou o prêmio pela sua determinação: a aprovação no curso de Pedagogia da Universidade Federal do Ceará, um dos cursos cujas notas de corte têm sido muito altas desde que o ENEM foi adotado como forma de ingresso.
Hoje, Maria Luísa (carinhosamente conhecida como Maninha) conclui sua graduação, defendendo seu aprendizado ao longo dos anos na academia. Seu olhar voltou-se para aqueles que como ela tiveram muita dificuldade para ingressar na Universidade. Estudou, para realizar sua monografia e concluir seu curso, “o ensino cooperativo entre surdos”, entendendo seus anseios, suas paixões, seus desafios e suas esperanças. Identificou-se com eles. Adora se comunicar conosco através de sinais. Não gosto porque nada entendo (preciso fazer mais algum curso de libras), mas percebo sua sensibilidade e seu envolvimento com seu objeto de estudo. Nada mais louvável.
A fé, portanto, tem o poder de transportar montes como bem disse Jesus e cumprir nosso papel enquanto cristãos, pois somos instigados a buscar conhecimentos salutares para o desenvolvimento humano para também podermos exercer nossa influência ética, moral, disciplinada e compromissada com valores que exaltam o ser humano enquanto piedosos em Cristo. Como membro da Igreja Batista Renovada Moriá, Maninha passa a ser referência e estimula os congregados que desejam chegar mais longe a sonharem. Aos 50 (cinquenta) anos, começa uma nova fase de sua vida. Agora, com a certeza do dever cumprido e com uma profissão em mãos, alcançada pela pura determinação de um nobre coração; daqui há alguns dias, após o reitor lhe conferir o título, será graduada.
Ao longo de sua caminhada na Universidade fez muitas amizades, certamente pelo jeito simples e cativante de ser. Criou vínculos. Amparou muitas colegas de turma. Aconselhou. Soube caminhar por cada situação confirmando e nunca deixando de ser esta pequena grande mulher cristã.

Agradecimentos à prof(a). Dra. e Diretora (Faculdade de Educação) Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca, ao Prof. Doutorando Hermany Vieira, à Prof(a) e Doutoranda Nágila Rabelo e à Pedagoga Amanda Rodrigues pelo apoio na construção do conhecimento e desenvolvimento da monografia.

Essa matéria é uma singela homenagem de seu marido e de suas filhas (Heládio, Hévila e Lívia)

Glórias, honras e louvor sejam sempre ao nosso grande e amoroso Deus cujo Filho, Jesus, através do Santo Espírito, nos faz triunfar!