terça-feira, 3 de janeiro de 2012

No deserto com Deus


Nestes dias de confusão e extrema pressa, nos encontramos cara a cara com um perigo terrível: falta de tempo a sós com Deus. O mundo nestes últimos dias está correndo rápido. Vivemos no que se chama “a era do progresso”, e “você sabe, necessitamos estar em dia”, assim diz o mundo. Mas, este espírito do mundo não se confinou somente ao mundo. Lamentavelmente se encontra entre os santos de Deus. E qual é o resultado? O resultado é: não há tempo para estar a sós com Deus, e isto é seguido imediatamente por una falta do desejo de estar com Ele. E depois disto? Certamente a pergunta não necessita de uma resposta. Pode existir uma condição mais deplorável que a de um filho de Deus que não tem o desejo de estar a sós com seu Pai?
Esta “vida de solidão”, como podemos chamá-la, é de uma importância que não se pode avaliar. E, como que com uma trombeta, queremos divulgá-la aos ouvidos de nossos irmãos. Permita-nos voltar as páginas do próprio Livro de Deus, pois não podemos ir a outro lugar, caso buscamos luz sobre este ou qualquer outro assunto. Ao pesquisar em suas preciosas páginas, encontramos que os homens de Deus (os fortes homens de Deus) foram aqueles que tem estado na “escola de Deus”, como esta tem sido bem chamada e sua escola era simplesmente isto: “no deserto a sós com Ele mesmo”. Era ali onde eles obtinham o seu ensino, onde eles eram equipados para a batalha. E quando veio o tempo para se levantar no serviço público a favor de Deus, seus rostos não foram envergonhados e de modo algum, eles tinham rostos como que de leões. Eles foram valentes e intrépidos, sim, vitoriosos para Deus, porque a batalha já havia sido ganha no deserto com Ele.
Hoje em dia, quantos filhos de Deus, queridos por Ele são levados pelo “espírito do mundo”? E quantos cristãos auto-suficientes são empurrados para o serviço de Deus, ou empurram a si próprios, sem este aprendizado (esta disciplina do deserto)? Eles tomam um terrível “atalho” até a frente de batalha, porque aquele “atalho” cortou por completo “a escola de Deus”.
Quão diferente do que encontram nossos olhos nas páginas do Livro de nosso Pai. Encontramos a Abraão em doce comunhão com seu Deus, enquanto seu sobrinho mundano está correndo com o espírito da época, na ímpia Sodoma. Se procurarmos por José, o encontraremos pelo menos dois anos completos na escola de Deus (sendo que esta era a prisão do Egito) antes que ele se levantasse para instruir com sabedoria aos seus anciãos (Salmos 105:22), e “para conservar muita gente com vida” (Gênesis 50:20). Se procurarmos por Moisés, o encontraremos na escola de Deus atrás do deserto (Êxodo 3:1) e então, mas não antes, ele apareceu publicamente como libertador do povo de Deus. Se procurarmos por Davi, a solidão para ele, foi a escola de Deus. Ali ele matou o leão e o urso (1ª Samuel 17:34-36), quando nenhum olho humano estava próximo. Ele obteve a vitória somente com Deus. Recém saído da escola de Deus, ele se colocou diante dos milhares de Israel e enquanto todo Israel seguia a Saul, ele, homem do povo, “temendo”, havia um ali que não temia; e esse era aquele que havia estado na escola de Deus na solidão, a sós com Ele mesmo. Sem dúvida, seria maravilhoso então que o Senhor produzisse uma grande vitória em Israel naquele dia! Mas, por que multiplicar exemplos do Livro de Deus?
Poderíamos contar como Elias se escondeu junto a um ribeiro, que estava mais tempo a sós com seu Deus que andando nos lugares de testemunho público e que encontrou na solidão de Querite (1º Reis 17:9) uma disciplina necessária antes de que entregasse a mensagem de Deus. Poderíamos falar de Paulo, cuja viagem a Arábia parece ter sido não para outro propósito que o de estar na escola de Deus no deserto (Gálatas 1:17).
Mas destes exemplos que já trouxemos à atenção, nada pode ser mais claro do que isto: que se você ou eu vamos ser de alguma maneira usados por Deus aqui embaixo (se o glorificarmos sobre a terra) precisamos ter tempo para estar a sós com Ele. Se nós “não temos tempo”, devemos fazê-lo. Seja quem for ou o que for, poderá ser colocado de lado, mas, Deus não deverá sê-lo. Nós devemos ter tempo (cada um de nós, “dotado” ou “não dotado”) devemos ter tempo para estar a sós com Deus. É no quarto fechado que os leões e os ursos devem ser mortos. Mas, o Senhor torna claras todas aquelas coisas para nós, estando no deserto a sós com Ele mesmo. Somente então faremos verdadeiramente a obra de Deus (e a faremos a maneira de Deus), somente assim faremos as muitas coisas que Deus tem preparado para nós, e no tempo exato apontado pelo Pai. Quantos segredos obteremos do Senhor na solidão com Ele mesmo! E se nós não cuidarmos pelos segredos da sua presença, que cuidado terá Ele do nosso jactanciosos serviço? É a nós mesmos que Ele quer, e só aquele serviço que flui da alegria da sua presença é digna do seu nome. Somente tal serviço poderá resistir ao fogo do juízo e trará alegria no dia de Cristo, tal que não tenhamos corrido em vão, nem em vão, tenhamos trabalhado.
Que cada um de nós tenha o ouvido aberto à voz do Mestre quando Ele nos disser: “Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto” (Marcos 6:31), recordando que ainda que Ele era o Filho do Pai, o encontramos repetidas vezes indo “a um lugar solitário”, e lá orando, mesmo que para fazê-lo, tivesse que levantar-se “de manhã, muito cedo, fazendo ainda escuro” (Marcos 1:35). A mesma Testemunha fiel, como também seus fiéis servos em cada século, necessitam de uma experiência na solidão, um ensino do deserto, a sós com Deus, e, amados, nós também.
-autor desconhecido

Um comentário:

  1. Boa tarde, pastor Diego Bruno. Tive a satisfação de ler este abençoado texto neste blog. Realmente é uma leitura do céu. Edificante mesmo.

    Reconhecer o deserto como lugar de restauração é a oportunidade que temos para nos esvaziarmos e crescermos em Deus.

    Deus abençoe o senhor e sua família!
    Obrigada por sua discreta e santa amizade.

    Creio que o senhor ora por nós, Domingos e eu, Terezinha

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