domingo, 8 de dezembro de 2013

Inscrições abertas para cursos de Teologia Básica e Teologia Avançada no IPC - Instituto Pietista de Cultura

Estarão abertas as inscrições para o processo seletivo dos cursos de Teologia do Instituto Pietista de Cultura de 09/01/2013 a 10/01/2014. Verifique o edital no blog do IPC.


sábado, 23 de novembro de 2013

25 anos


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Filme Blood Money-aborto legalizado - VAMOS ASSISTIR!

A Europa Filmes e a Estação Luz Filmes lançam a partir de São Paulo, no próximo dia 5 de novembro, com uma série de avant premières, o documentário “Blood Money – Aborto Legalizado”, uma produção norte-americana independente, assinada pelo diretor David Kyle.

Após o lançamento em São Paulo, têm início roadshows de pré-estreias, incluindo o Rio de Janeiro (6), Goiânia (7), Brasília (8), Belém (9), Curitiba (11), Salvador (12), Recife (13) e Fortaleza (14). Nestas cidades, Kyle falará de sua primeira incursão no cinema com esse documentário polêmico, que está se tornando um cult pelo realismo e crueza com que trata o tema e pelas denúncias que faz. O filme de 75’ entra em cartaz nos cinemas a partir de 15 de novembro.

Segundo Luís Eduardo Girão, diretor da Estação Luz Filmes, que adquiriu os direitos de distribuição no Brasil, o filme “Blood Money – Aborto Legalizado”, pretende atrair o público brasileiro, pois disseca o tema, revelando a experiência prática em um país onde o aborto é legalizado há 40 anos. ”Apesar de mais de 70% da população brasileira serem contra a legalização do aborto, de acordo com os principais institutos de pesquisa do país, o tema gera polêmica, causa grande interesse e esclarece o assunto sob vários aspectos. Por isso esperamos que provoque repercussão, levando ao amadurecimento deste necessário debate no Brasil, onde ainda teimamos em tratar o aborto com hipocrisia”, diz Girão.

O documentário de Kyle trata do funcionamento legal desta indústria nos Estados Unidos, mostrando “de que forma as estruturas médicas disputam e tratam sua clientela, os métodos aplicados pelas clínicas para realização do aborto e o destino do lixo hospitalar, entre outros temas, de forma muito realista”, conta Girão.

O filme também faz denúncias como a prática da eugenia e do controle da natalidade por meio do aborto e trata aspectos científicos e psicológicos relacionados ao tema, como o momento exato em que o feto é considerado um ser humano e se há ou não sequelas para a mulher submetida a este procedimento.

“Blood Money – Aborto Legalizado” traz, ainda, depoimentos de médicos e outros profissionais da área, de pacientes, cientistas e da ativista de movimentos negros dos EUA, Alveda C. King, sobrinha do pacifista Martin Luther King, que também apresenta o documentário. Dra. Alveda é envolvida em discussões sobre o mecanismo de controle racial nos EUA – o maior número de abortos é realizado nas comunidades negras.

Segundo o diretor da Estação Luz Filmes, o amplo esclarecimento que o documentário oferece foi o que motivou sua produtora a assinar contrato com Kyle para adquirir os direitos de distribuição no Brasil. “É a primeira vez que o cinema trata o assunto desta forma, tirando-o da invisibilidade em um momento em que a mídia brasileira começa a discutir o assunto com coragem e com a importância que merece. Acreditamos que vá atrair diversos segmentos sociais e pessoas sensíveis a essa questão, sejam elas contra ou a favor da legalização do aborto no Brasil”.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Curso de Teologia Básico e Avançado


Em novembro/13, o Instituto Pietista de Cultura estará disponibilizando edital para processo seletivo a fim de preencher vagas para o curso de Teologia Básico e para curso de Teologia Avançado. No blog do IPC, você poderá ficar mais informado. Em breve, estaremos disponibilizando todas as informações.
Abraços,
IPC

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O que a senadora Marta Suplicy quer votar?

Marta Suplicy quer votar a PL 122, essa é a sua proposta. Quem acha que está certo, apague a matéria e fica por isso mesmo, mas se não concordar, faça como eu, repasse!!!

PEC elaborada pela OAB?!!!
É essa a Proposta de Emenda à Constituição que a Senadora Marta Suplicy e a Comissão Especial de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB estão elaborando para o nosso País.
Principais pontos:
- Acabar com a família tradicional
- Retirar os termos “pai” e “mãe” dos documentos
- Acabar com as festas tradicionais das escolas (dia dos pais, das mães)
para “não constranger” os que não fazem parte da família tradicional – A partir de 14 anos, os adolescentes disporão de cirurgia de mudança de sexo custeada pelo SUS
- Cotas nos concursos públicos para homossexuais etc…

sábado, 10 de agosto de 2013

Marco Feliciano sofre assédio em voo

O deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) usou o Twitter nesta sexta-feira para reclamar do comportamento de passageiros que o acompanhavam em um voo da companhia Azul, que partiu de Brasília com destino a Guarulhos (SP). Segundo o deputado, um grupo de "cerca de 10 gays" o assediou, cantando a músicaRobocop Gay, da banda Mamonas Assassinas, causando constrangimento e colocando "em risco a segurança dos passageiros".
"Ao decolarmos em Brasília cerca de 10 gays me constrangeram, 2 vieram à minha poltrona gritando, cantando música bizarra. Os passageiros me defenderam, o piloto ameaçou retornar pra Brasília. Sofri xingamentos o voo todo. Haviam (sic) crianças no voo, famílias", afirmou o deputado.
Um assessor de Feliciano, que o acompanhava no voo, deu detalhes sobre o que considerou uma "falta de vergonha". "Sentamos e ficamos quietos, aí depois da decolagem, 2 deles vieram à nossa poltrona e cantaram a música Robocop Gay, dançando rebolando. Um deles com a câmera na mão filmava, enquanto o outro esfregava o bumbum no meu braço, e também o órgão genital, rebolando e cantando", afirmou o cantor Roberto Marinho.
Segundo Feliciano, os passageiros repudiaram a atitude do grupo. "Como não reagi, tocaram no meu rosto. Estes cidadãos colocaram em risco a segurança dos passageiros. Querem respeito, mas não respeitam. E assim fazem com qualquer pessoa que discorde de suas práticas. Que Deus nos guarde. Não sou contra gays, sou defensor da família natural!", esbravejou o deputado.
O assessor de Feliciano afirmou que os manifestantes só não foram detidos porque o deputado não quis prestar queixa. "Durante todo tempo eu e @marcofeliciano ficamos parados sem reagir a nada. Eu tremia, suava, fiquei indignado com tamanha barbaridade. Chegando em Guarulhos, eles tornaram a desrespeitar e se preparavam para de novo nos afrontar, mas aPolícia Federal estava aguardando. O agente federal nos pediu para identificar os arruaceiros e os levar detidos, mas @marcofeliciano não quis prestar queixa e liberou eles", relatou.

Alexandre Garcia, critica manifestações contra o Dep. Marcos Feliciano

O jornalista Alexandre Garcia, durante a programação da Rádio Metrópoli, fez o seu comentário sobre as manifestações contra Marco Feliciano. O Jornalista se posicionou com relação ao assunto e começou seu comentário com a seguinte afirmação:
“Olá ouvintes da rádio Metrópoli, está uma novela essa história do Pastor Marco Feliciano na presidência da comissão de direitos humanos da câmara”. O jornalista continuou declarando: “Ontem dois militantes, manifestantes foram presos, eu vi uma foto no jornal, uma coisa horrível, um manifestante em pé, em cima da mesa que é ocupada pelos deputados, aí não dá, é um exagero…”.
Alexandre argumentou que segundo a Constituição brasileira, a liberdade de opinião é um ato de direito “Cada um pode ter a sua opinião”, afirmou. Ele falou sobre a diferença entre uma opinião e a prática dela, principalmente se houver índice de violência. Ele também falou sobre a diferença de racismo ou uma constatação, falou que Feliciano é apoiado pelo partido, que deputado não tem chefe e sobre cargos no ministérios.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A beleza natural contrariando o pedantismo feminino

Desde a Antiguidade existe uma busca pela compreensão daquilo que é chamado de belo. A preocupação estética surgiu na Grécia antiga estudando a manifestação da beleza natural e da artística. Platão afirmava que o belo era uma manifestação do bem e da perfeição, mas também do que era verdadeiro. Na Modernidade, a maioria das culturas sempre esteve em constante ebulição para encontrar o caminho da multiplicidade do belo. Inclusive, o indivíduo foi transformado em objeto de beleza através de inúmeras invenções indo para além da arte. Isso fez com que valores referentes emergissem enquanto outros sucumbissem como forma de reorganização de determinados conceitos estéticos. As mudanças ocorridas fizeram com que a aceitação ao estado de naturalidade fisionômica do indivíduo entrasse em declínio. Com as tendências da moda mundana, a busca pela perfeição estética no indivíduo “cristão” aparece dinamizado e avassalador ao ponto de converter a modéstia e a simplicidade da aparência outorgada pelas Escrituras a um hedonismo relativista a que muitos adeptos do evangelicalismo contemporâneo aderiram, principalmente, as mulheres supostamente cristãs.
                As mulheres cristãs têm na Bíblia referenciais específicos de conduta para si que lhes servem de inspiração de vida. Algo que vai muito mais além do que mero estereótipo. As virtudes cristãs transformam o crente em alguém agradável no qual não se pretende enxergar o aformoseamento segundo um padrão instituído socialmente. Para compreendermos como a conduta influencia a aparência, recorramos às características seguintes de algumas personalidades bíblicas: a submissão de Sara a Abraão, a fidelidade de Rute a Jeová e a Noemi, o quebrantamento de Ana, o vigor de Prisca, a convicção de Loide e Eunice (I Tm 1:5) são exemplos para os quais as servas de Deus devem atentar. Aquelas mulheres santas desprenderam-se dos valores terrenos para buscarem uma comunhão efetiva com Deus. Este envolvimento teve como efeito obras de piedade. A piedade, conquistada através da renúncia da efemeridade, fez com que o exterior refletisse a simplicidade natural criada por Deus. Através de um espírito devotado, o interior sentiu a satisfação na vontade de Deus, assim como o comportamento exterior foi também contagiado.
Ora, há um entendimento bíblico de que muitos dos valores da vida são passageiros e pecaminosos, como o traje sensual e dispendioso e os atavios, não tendo, desta forma, qualquer relação com a genuína espiritualidade cristã. Entretanto, no liberalismo evangélico há um apego às vaidades femininas sem o menor rigor. Contudo, Paulo admoesta às mulheres cristãs: Quero também que as mulheres, em traje honesto, se ataviem com modéstia e sobriedade e não com tranças, ouro, pérolas ou vestidos custosos; mas (como convém a mulheres que se dizem piedosas) com boas obras (I Tm 2:9-10). As vestes, como Paulo ensina, se referem a um traje bem arrumado, moderado e com reservas femininas à sensualidade. Propõe o apóstolo, ainda, uma repugnância à roupa indecorosa e aos adornos os quais causam desonra à causa do ser cristã. De acordo com Filo (teólogo que buscou harmonizar a teologia judaica com a filosofia grega), a utilização de atavios e pinturas equiparariam as mulheres praticantes dessa moda a prostitutas. Ao que deduzimos o querer de algumas “cristãs” que esbanjam da estética artificial, demonstrando também que não têm nenhuma espiritualidade, antes querem chamar para si a atenção cobiçosa masculina. 
São essas mulheres que enchem os salões de beleza para fomentarem as vaidades e esvaziam os cultos de oração, promovem encontrões de fins de semana para passear enquanto almas clamam pelos pregadores do Evangelho. São mulheres reduzidas ao efêmero que, comparando-se aos padrões de beleza mundanos, sentem-se desprestigiadas em razão de sua aparência, algo que nas suas conversas de vaidades tentam contornar apontando para remediações plásticas e artificiais (que são carnais numa linguagem bíblica), tentando reinventar a maneira de ser evangélica com modas e incrementos a sua fisionomia para uma adequação mundana.
A mulher piedosa, entretanto, guarda-se desses males capazes de denegrir sua imagem enquanto cristã, mas a não piedosa não tem esse domínio; ou porque não entendeu os ensinos cristãos ou porque rejeitou o conveniente e o compatível para a fé. Essa evangélica moderna pratica obras pelos caminhos da ilusão, por isso o pedantismo delas impera: buscam a artificialidade da aparência, utilizando-se, por exemplo, de estiramentos da cabeleira, maquiagens faciais, uso de adornos nas orelhas, narizes e lábios, e até uso de tatuagens com uma suposta insígnia cristã. Mas duas colocações devem ser feitas: elas se esqueceram do zelo pelos fundamentos da fé cristã e enveredaram pelo caminho mundano da estética. Portanto, se estão descaracterizadas em relação ao paradigma cristão, será que elas podem ser consideradas cristãs?  
A moda efervescente do momento é alisar cabelos ou pintá-los, desrespeitando, então, o natural, aquilo que o Artista divino criou, conforme dizia Tertuliano (De cultu feminarum). Muitas cristãs têm cedido ao marketing midiático que proclama a novidade, num processo de massificação imperceptível a essas virgens imprudentes. Com isso, estão desonrando a feitura de Deus. Desponta assim um sentimento medíocre de querer fazer uma autovalorização de si pelos caminhos tortuosos da ilusão. Não valorizam sua naturalidade porque se incomodam pela aparência concedida por Deus. Fazem-nos pensar o seguinte: indiretamente, dizem a Deus, “por que me fizeste assim com aparência desprovida de beleza? Inquieta estou, por isso, mudarei o que sou, ainda que tenhas dito ser eu uma criatura feita dentro da Tua vontade, porque acho que a tua criação em mim, ó Deus, não alcançou o padrão de beleza que eu desejava para mim”. Estão, assim, lutando com Deus pelo supérfluo. Porém, não é por esse caminho que devem seguir. A Escritura, contrariamente, valoriza o eu natural, como o exemplo a seguir indica: A sua cabeça é como o ouro mais apurado, as suas guedelhas são crespas e pretas como o corvo (Cântico 5:11). A jovem sulamita cortejou seu esposo realçando sua beleza natural. Ela olhou as guedelhas dele, mas não se incomodou se eram cabelos desgrenhados(despenteados), nem muito menos se eram encrespados. Isso é o sinal de valorização da identidade natural. O que importa é resgatar o amor pelo que a pessoa do esposo é. Como se não bastasse, chama seu esposo de cândido, o puro e imaculado, aquele que não foi tocado pelo perfeccionismo estético da vaidade artificial.
Outra questão em causa é a ânsia de querer parar o tempo, conservar-se sempre jovem e não permitir que as marcas dos anos deixem suas cicatrizes. Essas cristãs vaidosas não querem envelhecer (têm vergonha ou sentem uma baixa estima terrível pela velhice). Contudo, passar e chegar aos áureos tempos da experiência deveria voltar a ser honrado. Aos velhos, sua beleza está nas cãs (Provérbios 20:29b). Seus cabelos brancos (cãs) não devem ser escondidos, porque coroam uma vida de experiências capaz de transmitir a justiça. Salomão expressou com sabedoria este patamar da vida: Coroa de glória são as cãs, a qual se achará o caminho da justiça (Provérbios 16:31). Dentre os Hebreus, os cabelos brancos representavam a majestade divina, porque assim estava caracterizado o Senhor (Daniel 7:10, Apocalipse 1:14). Era também a aspiração de Davi alcançar a velhice e demonstrá-la para poder orientar a geração subsequente: Ó Deus, tu me tens ensinado desde a minha mocidade; e até agora tenho declarado as tuas maravilhas. Até à velhice e às cãs, ó Deus, não me desampares; até que eu tenha declarado a tua força à geração vindoura (Salmos 71:17-18). Por isso, é dever do cristão valorizar seus honrados cabelos brancos. Até mesmo os jovens que já têm uma mecha desse prêmio da vida devem tratá-los com simpatia, porque refletem o degrau da vida que alcançaram. Alterar esse sentimento é desprestigiar a si, aos que são rebentos e, principalmente, é desonrar aquele que, com perfeição, definiu pormenorizadamente nosso ente humano: noutras palavras, é pecar contra Deus!
                Retornando a questão das mulheres, em termos gerais, está difícil encontrarmos uma evangélica pura em nossos dias. É mais fácil encontrarmos muitas religiosas emproadas desprezando a moral cristã. A ética cristã não é restrita aos conceitos neotestamentários, encontra-se respaldada desde a Criação porque é proveniente de um Deus moral que não muda, nem inova. Isaías, o profeta messiânico, adverte veementemente aquelas religiosas altivas, pois diz: Porque as filhas de Sião são altivas, e andam com o pescoço emproado... e passeiam andando a passos contados e fazendo tinir os ornamentos dos seus pés, portanto Jeová tornará caspenta a mioleira da cabeça das filhas de Sião e descobrir-lhes-á a nudez. Naquele dia, tirará Jeová o enfeite de anéis dos artelhos, e das coifas, e das luetas; os pendentes e os braceletes, e os véus leves; os diademas... e os cintos, e os vasos de perfume, e os amuletos; os anéis, e as joias pendentes... Será que em lugar de perfume, haverá mau cheiro; e, por cinto, corda; e, por cabelo encrespado, calva; e, por faixa de peito, cinto de cilício; marca a fogo em lugar de formosura (Isaías 3:16-24). O presente ordenamento está em vigor ainda hoje. Porém, muitos “pastores” (doutores do saber intelectualizado e liberalizante) têm assumido o papel de Deus, redefinindo práticas mundanas com aparência cristã que seu rebanho deve seguir. Para eles é normalíssimo ter uma cristã igual a uma mundana, porém isso foge ao princípio da diferenciação estabelecido nas Escrituras. O discurso facilitador destes pastores é propor um evangelho sem renúncias das vaidades mundanas. Dizem, diretamente, às suas ovelhas que continuem vivendo uma vida de aparências externas, ainda que estas contradigam as Escrituras. Argumentam que se trata de uma questão meramente cultural (ao dizerem isso, não têm ideia do que represente o conceito de cultura numa visão antropológica e teológica). Não consigo compreender como uma pessoa que se diz salva não tenha prazer em obedecer aos ensinos do Salvador. Desatino, irreverência e apostasia é o que na verdade está acontecendo!               
                Quem faz uso da artificialidade estética, mesmo conhecendo as Escrituras, não entende que está criando uma outra pessoa, desvalorizando quem é. Relacionando isso com algumas passagens das Escrituras, ela está equiparando-se a uma prostituta, como disse Filo, que tenta encantar seus clientes pela falsa imagem de uma pessoa que não é. Tertuliano, grande apologeta da fé cristã do século III, deu parecer sobre a maneira pela qual deveriam se comportar as mulheres cristãs. Chamando-as “ó diletíssimas irmãs”, mostra-lhes que a simplicidade era/é necessária em razão do pecado de Eva: “Uma cristã, que aspira ao céu e se lembra de que é herdeira de Eva e do seu pecado, deve sonhar menos com adornos... Com efeito, foi depois da falta, que a condenava a morrer, que Eva, sentindo a sua nudez, pôde sonhar cobrir-se de adornos e enfeites: esses são, portanto, adereços de morte, de enterros, que a mulher não deve procurar se quiser reencontrar a plenitude da vida anterior ao pecado” (TERTULIANO, 1974, p. 37-38). À mulher que abdica dessa simplicidade cristã para cumprir com os caprichos da vaidade, diz: “és a porta do diabo”, pois permite uma adaptação da igreja às conveniências do mundo. Uma cristã que se preza afastar-se-á de toda essa conduta! Como Filo, Tertuliano afirma: “Na verdade, são claras as prescrições a respeito do modo de vestir e dos ornamentos. Também Pedro, com idênticas palavras, porque, no mesmo espírito de Paulo, condena a presunção nos vestidos, a arrogância no uso do ouro, a impertinência em cabeleiras mais próprias de prostitutas” (TERTULIANO, 2011, p. 34).
                Para concluir, o(a) cristão(ã) deve entender o propósito de Deus quanto à estética. Deus criou homem e mulher sem qualquer artificialidade, nem incentivou o homem a criar algo nesse sentido. Sempre proclamou um padrão equilibrado e moderado para não contrariar sua moral. Quando vemos o incremento da artificialidade no meio evangélico atual, lamentamos e oramos para que os cristãos reconheçam a necessidade de retornar ao padrão de simplicidade bíblico, percebendo o grande prejuízo à causa do Evangelho que trazem se continuarem assim. E, no mais, as mulheres devem salgar e alumiar como cristãs autênticas e não devem ser fermentadas, como estão, pelos encantos do mundo de ilusões.

(1)  Tertuliano. A moda feminina. Lisboa-São Paulo: Verbo, 1974.

(2)  _____________. Tratado sobre oração. Juiz de Fora, MG: Edições Subiaco, 2011.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Os gays que são contra o casamento gay

Na França, apesar de inúmeros protestos, o primeiro casamento gay já foi realizado.
Após uma decisão do Parlamento britânico, Inglaterra e o País de Gales também poderão realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo em breve.
No Brasil, em maio, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que todos os cartórios do país sejam obrigados a habilitar, celebrar o casamento civil ou converter a união estável em casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Nos Estados Unidos, duas decisões que serão tomadas pela Suprema Corte nas próximas semanas poderão acelerar a aprovação dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo no país.
Apesar do forte ativismo dos americanos, muitos nos Estados Unidos são contra o casamento gay, e não fazem parte de comunidades conservadoras.
"Comprovadamente não é o mesmo que um casamento heterossexual, o significado religioso e social de uma cerimônia de casamento gay simplesmente não é o mesmo", disse Jonathan Soroff.
Sorroff é homossexual e vive com seu companheiro Sam em Massachusetts, no leste do país.
Assim como metade de seus amigos, ele é contra o casamento de pessoas do mesmo sexo.
"Não vamos procriar como um casal e, enquanto o desejo de demonstrar compromisso pode ser louvável, as tradições religiosas que acomodaram os casais de mesmo sexo precisaram fazer algumas distorções razoáveis", afirmou.
Para Soroff, que escreve para o jornal Improper Boston, o objetivo é igualdade e não vale a pena se prender apenas a uma palavra.
"Estive em alguns casamentos gays adoráveis, mas imitar o casamento heterossexual tradicional é estranho e não entendo porque alguém quer fazer isto. Não digo que as pessoas que querem não deveriam ter, mas, para mim, tudo o que importa é a questão legal", afirmou.

Legalização

A questão legal mencionada por Soroff pode estar a caminho. Os nove juízes da Suprema Corte americana estão analisando se uma lei federal que não reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e, por isso, nega a eles e elas os benefícios desta união, é inconstitucional.
Um segundo veredicto será dado em relação à legalidade da proibição do casamento gay na Califórnia.
Mas, para alguns homens e mulheres gays americanos, a aprovação do casamento gay seria uma vitória de uma instituição patriarcal.
Claudia Card, professora de filosofia da Universidade de Wisconsin-Madison, afirma que algumas lésbicas são contra esta união alegando razões feministas, pois acreditam que o casamento serve mais aos interesses do homem do que os da mulher.
A professora afirma que a questão do casamento é uma "distração".
"Ativistas gays deveriam colocar suas energias em questões ambientais como a mudança climática, pois há uma chance de fazer diferença (de forma mais) moralmente defensável e urgente", disse.
Legba Carrefour, que se descreve como um "homossexual radical", chama o casamento gay de "um modo de vida destrutivo" que produz famílias destruídas.
"Estamos a apenas uma ou duas gerações de distância de filhos vindos de casamentos gays que também são lares desfeitos", disse.
Para ele, uma prioridade maior para a comunidade gay é combater o aumento da violência contra transexuais.
"Não estou preocupado se posso me casar, mas se vou morrer na rua nas mãos de homofóbicos."

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Os países do velho continente são conservadores?

O que pensar ao vermos países do velho continente, cuja história foi marcada por revoluções que definiram rumos para o mundo ocidental, sendo novamente palcos históricos em razão de milhares de pessoas estarem fazendo manifestações a favor da família tradicional? A França, cenário da grande Revolução Francesa, defendeu no século XVIII ideais como liberdade, fraternidade e igualdade e a Inglaterra com sua disciplina moral e crescimento econômico invejáveis são marcos e nos informam da necessidade de mudar e da necessidade de conservar. Há questões sociais pelas quais devemos lutar e exigir das autoridades mudanças para que atinjam de fato os devidos objetivos. Melhor educação, melhora na saúde pública, melhor salário mínimo, melhoria no transporte público e ética na política são algumas daquelas. Porém, há outras questões invioláveis e imutáveis: a família no seu sentido original de ser. As populações de França, Inglaterra e Bélgica são cientes disto, por isso, recentemente, foram às ruas para manifestar suas convicções. Veja fotos do Movimento La manif pour tous em Londres:






Veja um vídeo da manifestação (em inglês):


Veja o debate em Luxemburgo (em francês):


    

domingo, 9 de junho de 2013

Caravanistas católicos em manifestação pacífica são agredidos por ativistas do movimento gay

                Este jornal tem muitas restrições ao dogmatismo católico, porém, não podemos negar o direito à prática católica por opção e convicção, já que temos liberdade de expressar fé religiosa, filosófica e política em âmbito nacional. Isto é chamado de tolerância religiosa e há liberdade de expressão constitucionalmente falando. Somos favoráveis à tolerância religiosa porquanto é parte de um senso coerente. Rejeitamos, no entanto, a privação dessa liberdade para expressar convicções num Estado Democrático de Direito, inclusive, quando pessoas são impedidas e, muitas vezes, agredidas por fazerem suas manifestações pacíficas. Estamos falando da manifestação dos jovens católicos em favor da família e contra o aborto em Curitiba em Janeiro/2013. É um absurdo o momento que estamos vivendo. Ninguém pode falar a favor da prática original de família e ser contra o casamento gay porque é logo taxado de homofóbico, resultando em manifestações violentas contra este tradicionalismo. Isto é resultado dos entendimentos legais dos ministros do STF e do CNJ. Vejam no que está resultando. Repudiamos a prática deste pequeno grupo a favor da prática sodomita contra os pacifistas católicos. Parabéns aos caravanistas da Cruzada pela Família pela bravura pacífica que demonstraram! 

domingo, 2 de junho de 2013

Marcha para Jesus 2013 em Fortaleza (CE)- Protesto contra decisão do CNJ sobre casamento homossexual

Da concentração na praça do Liceu, no bairro Jacarecanga, à dispersão no aterro da Praia de Iracema, o percurso foi só louvor e prece. Cada um por si e pelo outro. Todos pela cidade, vivente de dias sofríveis na violência.

Crianças, jovens, adultos e idosos, famílias inteiras oraram contra as drogas, pela cura das enfermidades dos internos na Santa Casa da Misericórdia e pela mitigação dos efeitos da pior seca dos últimos 50 anos. Por menos dor e mais amor gratuito.

Uma marcha também em protesto à decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de obrigar cartórios a realizarem casamentos homossexuais. Faixas, cartazes e camisas traziam os dizeres “Contra a decisão do CNJ e a favor da família” e “Família: um projeto de Deus”. 

“Nosso objetivo é sempre celebrar o Senhor Jesus, mas também pedir e conscientizar os que estão aqui da importância da família na vida de cada um”, frisou o presidente da Ordem dos Ministros Evangélicos do Ceará (Ormece), pastor Francisco Paixão.

Por meio de faixas, participantes protestaram contra decisão do CNJ

Neste cenário, a favor da manutenção do modelo de família heterossexual, muitos dos fiéis que foram ao evento aproveitaram para mostrar sua insatisfação com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que aprovou no último dia 14 de maio uma resolução obrigando todos os cartórios do País a celebrar casamentos gays. O tema foi proposto pelo presidente do órgão, ministro Joaquim Barbosa, e aprovado por 14 votos a um.
Muitas faixas eram vistas em meio à multidão com dizeres dos mais variados, como “Casamento só entre homem e mulher, Deus é a favor da família”, ou mesmo “Contra a decisão do CNJ e a favor da família”. 

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1274324

quinta-feira, 30 de maio de 2013

A mídia, os homossexuais e os evangélicos

Ultimamente a mídia tem noticiado intensamente em “defesa” da classe minoritária dos homossexuais em detrimento ao deputado federal Marcos Feliciano e aos evangélicos (pelo menos é isso que transparece). A razão é porque Feliciano alcançou o posto de presidente da comissão de direitos humanos da Câmara Federal e a mídia fez pensar que seu discurso nas pregações e entrevistas demonstravam homofobia e racismo, contrariando a política daquela comissão. Mas talvez isso seja pelo fato dele ser evangélico e ter convicções tradicionais acerca da família. Essa articulação ideológica, a meu ver, é uma tentativa de desabonar algo ou alguns para beneficiar a reinvindicação, dentre muitas outras existentes, da minoria homossexual de querer uma união legal de pessoas do mesmo sexo equiparada à família tradicional. Afinal de contas, diante de tanta turbulência, o que está por trás de tudo isso? Uma luta para estabelecer um regime liberal e sem a moral tradicional, fomentado por um socialismo sem limites, mas que já nasce estigmatizado por estar erguendo muros já derribados de opressão e tirania contra a religiosidade cristã da maioria dos brasileiros?
Para a mídia, Marco Feliciano é a personificação do movimento evangélico. Desta forma, tem explorado que o discurso evangélico é machista e homofóbico. Entendemos que homofobia é um termo de notória agressividade. Segundo o dicionário virtual Michaelis (http://michaelis.uol.com.br/), significa “Aversão ou rejeição a homossexual e ao homossexualismo”. Conscientes do seu significado, entendemos que a etimologia das palavras “aversão” e “rejeição” devem ser classificadas como ativismo agressivo, de insultos e de desprezo que atentam contra a vida de homossexuais. Todo homossexual de bom senso testemunhará que não sofreu agressão física ou verbal de alguém cujo preceito fundamental de vida é o Cristianismo. Muitos evangélicos, por sinal, trabalham para ajudar homossexuais a aceitarem aquilo que a natureza os confiou ou simplesmente respeitam sua opção. Acredito, ainda, que enquanto pessoas foram e são respeitadas por esses cristão-evangélicos tradicionais, porquanto, entendemos, que todo cristão, doutrinariamente fiel às Escrituras, respeita a liberdade do outro de viver dentro de determinados padrões particulares. Respeitamos a liberdade, mas externamos nossas convicções. Isto é o que se chama tolerância: saber viver entre as desigualdades com respeito às escolhas de cada um.
Por outro lado, homossexuais e outros simpatizantes do movimento têm levantado uma bandeira de intolerância religiosa na qual se acham vítimas de tratos discriminatórios dos evangélicos, sem nem ao menos levar em conta que tratam os evangélicos com desigualdade e intolerância. Se há alguém intolerante nesta história é, na verdade, o que brada com vigor descomedido, ódio explícito nos discursos e reações com palavras de baixo escalão, interferindo no direito do outro de se manifestar, ou seja, os ativistas da diversidade sexual. Apesar disso, a militância evangélica tem sido pacífica.  
Assim, nas entrelinhas dos discursos, existe uma questão impositiva que é classificar cristãos de homofóbicos. Têm-se obrigado a esses aceitarem um comportamento que é antagônico à ética de suas convicções, se não, reafirmamos, os evangélicos serão discriminados e classificados como homofóbicos. Isto é também uma forma de discriminação e preconceito. Essa ação é um equívoco racional, moral e legal. O cristão tem liberdade, assim como o homossexual tem sua liberdade, de se manifestar contra algo que é contrário àquilo em que acredita. É preciso fazer uma ponderação razoável. Salientamos ainda que no movimento homossexual há uma exigência para legitimar sua particularidade “familiar”, enquanto há uma negação explícita do conceito de família no sentido autêntico e natural. Essa interferência no que é próprio do outro (família tradicional) é o que desabona a reinvindicação homossexual. Todavia, não há qualquer preocupação em se discutir o assunto da negação da família tradicional e reafirmar o seu conceito verdadeiro entre a maioria dos agentes políticos. Muito embora possam rotular família dentro de um padrão homo, nunca conseguirão alcançar os benefícios que Deus e a natureza a outorgaram.
Qualquer cidadão, e não me refiro apenas a cidadãos de um só grupo, tem liberdade de se expressar acerca de qualquer assunto que esteja no campo da argumentação e das teorias. Afinal, parece que é como vivemos: circunscritos em teorias de vida para cada momento histórico e específico de uma sociedade que neste momento encontra-se alienada pelo hedonismo e distanciada daquilo que é transcendente. Se há alguém que se apega ao transcendente nestes movimentos de inversão de valores é pelo simples fato do querer “estar de bem com vida” e não de querer cumprir cabalmente um preceito sagrada e divino. É sensação e não convicção. Reafirmo se alguns não respeitam as várias liberdades, não podem reivindicar direitos e chamar este país de um Estado Democrático de Direito que preza pela liberdade e segurança dos seus. Lembremos o que versa a Carta Magna, é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato e é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias (CF/88, Art 5º, IV, e VI). A norma diz tudo!
Contrariamente a Magna Carta, um anteprojeto do estatuto da diversidade sexual, pensado pela Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que não é lei e tenta ultrapassar os limites constitucionais, criminalizando a pregação de que o homossexualismo é prática pecaminosa, traz no seu Artigo 100 penas de 2 a 5 anos para quem pregar contra a sodomia. Quer dizer, um homem honesto e pacífico cuja família é referencial de conduta moral, comportamento social e não traz prejuízos às instituições do Estado, por pregar e ensinar o que acredita pela sua Bíblia, poderá ser criminalizado e condenado a passar anos na prisão porque pregou contra práticas que atentam contra sua moral. Ouvi pessoas dizendo que tal posicionamento dos evangélicos é conservador e ultrapassado, mas fazer o que o exemplo acima demonstrou é voltar ao tempo do Império Romano, nos dias em que cristãos eram delatados simplesmente por sua fé e, assim, entregues a verdugos e a feras para a morte.

Na verdade, são muitas as pressões que vejo todos os dias nos jornais e nos vários portais de notícias pela internet contra, como dizem, o conservadorismo dos evangélicos e suas ações reacionárias. Enquanto todos estão atentos ao que mídia afirma como verdade, persuadindo a grande massa, em grande parte desprovida de crítica, é difundida uma reivindicação capaz de prejudicar inúmeras famílias, inclusive, aquela nova configuração que estão querendo legalizar. Estou intencionado em dizer que num país democrático todas as partes tem que ser ouvidas e respeitadas. Acredito que os homossexuais são respeitados pelas leis já existentes, não precisariam de mais nenhuma, mas como qualquer outro brasileiro sofrem pela morosidade do processo penal de crimes contra eles deflagrados e pelas injustiças. O que lamento. Porquanto, se algum homossexual sofre agressões e morte por causa de suas práticas que os verdadeiros agressores sofram à pena prescrita nas leis penais. 

sábado, 26 de janeiro de 2013

Entendendo o Calvinismo emergente


Atualmente, existe uma grande onda de calvinismo emergente. Os seus defensores ganharam fôlego durante o governo de Bush nos EUA. No parágrafo seguinte, eu explico a razão desse “avivamento” calvinista.
O calvinismo ortodoxo tem uma visão escatológica pós-milenista, ou seja, acredita que a igreja, por militância em todas as áreas, vai mudar a sociedade ANTES da vinda de Jesus. Foi esse tipo de visão que influenciou a Revolução Puritana ocorrida na Inglaterra do século XVII sob a influência de Cromwell. Em tempos mais recentes, essa posição pós-milenista foi fortemente defendida pelos calvinistas holandeses, discípulos de Kuyper.
O otimismo calvinista perdeu muita força com as duas guerras mundiais, a ameaça comunista e a secularização. Nesse momento, o dispensacionalismo dos batistas gerais (não calvinistas) e dos pentecostais ganhou maior influência.
A ameaça islâmica trouxe aos americanos a idéia de uma luta religiosa em nível global. O governo de Bush foi marcado pela influência da perspectiva religiosa nas decisões políticas, pela esperança de cristianização das instituições e pelo retorno do ensino criacionista nas escolas públicas. Isso tudo trouxe o pós-milenismo de volta, dando ao calvinismo muita força. Como, no meio evangélico norte-americano, os calvinistas representam uma elite econômica, eles resolveram desembolsar grandes somas para a divulgação do calvinismo. Muitas editoras evangélicas importantes ficaram inclusive sob o controle de censores calvinistas.
Os EUA têm o seu histórico religioso mapeado por condições políticas e sociais. Assim, os séculos XVIII e XIX foram marcados pela influência de metodistas e batistas, enquanto o século XX relevou a força do pentecostalismo, o qual encontrou o seu auge na década de 80. Agora, é a chance dos neocalvinistas.
O sonho calvinista de dominar as instituições (teonomia) pela militância (inclusive, política) leva a uma tendência para a intolerância, enquanto a visão elitista da eleição eterna cria um sentimento de superioridade. Eis as grandes tentações a serem vencidas pelo calvinismo emergente.
Os nossos irmãos calvinistas costumam ressaltar que figuras emblemáticas do movimento evangélico, como Jonathan Edwards, George Whitefield e C. H. Spurgeon, foram calvinistas, para não falar no próprio Calvino e, mais ou menos, em Lutero. A partir daí, em uma indução apressada, eles concluem que todos os cristãos ortodoxos ao longo da história foram calvinistas.
Os fatos revelam coisa bem diferente. Todos os pais da igreja até Agostinho ensinaram coisas incompatíveis com a interpretação calvinista da predestinação. Todos os estudiosos de Agostinho reconhecem que o mestre de Hipona teve duas fases. Na primeira, ele não ensinava o que veio a ser chamado de calvinismo. Na segunda, o zelo de combater a heresia pelagiana o levou ao extremo oposto e ele defendeu algo próximo do que veio a ser chamado de calvinismo. Nessa fase, ele se mostrou notadamente intolerante, incentivando a perseguição aos dissidentes.
É bom dizer que, se Agostinho foi um “calvinista”, ele foi um “calvinista incoerente”, pois manteve muitas afirmações incompatíveis com o ensino de Calvino, mesmo na segunda fase de seu pensamento. Tanto Calvino nas “Institutas” como os calvinistas conscientes admitem o fato.
O famoso historiador protestante Justo L. Gonzalez afirma que poucos teólogos importantes da Idade Média reproduziram o ensino determinista de Agostinho.
No movimento evangélico, os anabatistas tinham uma interpretação não calvinista da predestinação. Lutero ensinou algo dúbio, pois o seu “Deus revelado” era compreendido arminianamente, enquanto o seu “Deus abscôndito” era entendido de modo calvinista. Felipe Melanchton, companheiro e sucessor de Lutero, opôs-se à interpretação restritiva da predestinação, entrando em tensão com o calvinismo. R. T. Kendall explica que o próprio Calvino defendeu a expiação universal (embora defendesse a predestinação absoluta) e que a doutrina da expiação limitada foi fruto da “modificação puritana da Teologia de Calvino”. O próprio Arminius foi um homem profundamente piedoso e um grande teólogo de formação calvinista que rompeu com a teologia de Calvino. Aproveitamos a oportunidade para dizer que, diferentemente dos arminianos subsequentes, Arminius defendeu a perseverança dos santos e a segurança eterna dos salvos.
Entre os não inteiramente calvinistas (já que concordamos em muitos pontos com o calvinismo), podemos ainda colocar o puritano Richard Baxter, John Bunyan (autor de “O Peregrino”), John Wesley, Charles Wesley, Charles Finney, D. L. Moody e Billy Graham (embora o último seja uma figura controversa).
Atualmente, importantes autores calvinistas estão em evidência, como Sproul e Pieper. No entanto, devemos lembrar que grandes apologetas da fé cristã na atualidade não são calvinistas (embora, como nós, insistam que o crente não perde a sua salvação). Entre eles, nós encontramos: Norman Geisler, Gary Habermas, William Lane Craig e Dave Hunt. Geisler e Hunt já escreveram, por exemplo, livros inteiros em refutação ao calvinismo, além de terem participado de vários debates sobre o assunto.
Alvin Platinga foi considerado o “principal filósofo protestante ortodoxo nos EUA” pela revista “Time”. É professor da Universidade de Notre Dame. Formado na tradição reformada holandesa, ele era o orgulho do calvinismo. No entanto, quando era professor no Calvin College (Faculdade Calvino), instituição de referência do calvinismo americano, ele publicou um livro sobre o livre-arbítrio, notadamente anti-calvinista. O calvinista John Frame chegou mesmo a dizer que ele defendeu o conceito arminiano de liberdade.
Entre os batistas, nós temos duas posições. Os batistas mais antigos, provenientes dos anabatistas (que podem legitimamente traçar uma linha sucessória desde a igreja apostólica), são chamados batistas gerais e não são calvinistas. Os batistas particulares são os outros. Eles são calvinistas e vieram dos puritanos (dos congregacionais mais exatamente). Na sociedade inglesa dos séculos XVII e XVIII, berço dos batistas americanos, os batistas gerais eram a maioria (pelo menos inicialmente), mas eram os mais pobres. Os batistas particulares eram da elite econômica e foram influentes nos campos político e institucional. Por sua posição, fizeram os ensinos de Calvino prevalecer, mas, numa geração seguinte, os batistas gerais voltaram a ser maioria.
Esse breve resumo histórico teve por objetivo mostrar que nós (não calvinistas estritos) não temos que nos sentir acabrunhados diante da grande pressão psicológica do calvinismo emergente. Como batistas gerais, por sua vez, queremos deixar claro que continuamos a sustentar a perseverança dos santos, pois um verdadeiro crente não deixa de perseverar, não perde a salvação!

            Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho
Mestre em Direito (UFC), Doutor em Sociologia da Religião (UFC), Livre Docente em Filosofia (UVA), Th. D. (Doutor em Teologia) pela Ethnic Christian Open University, Pós-Graduado em Teologia Histórica e Dogmática (FAERPI), DIRETOR DO INSTITUTO PIETISTA DE CULTURA