domingo, 16 de novembro de 2014

O inferno na vida do crente



No Evangelho de Marcos (9:49a), há uma expressão incomum: salgado com fogo. Dentro de um contexto cujo tema central é o inferno, lemos e meditamos nessa parte procurando obter a compreensão coerente, pois como alguém pode ser salgado com fogo?
            Na doutrinação cristã, ser salgado é compreender o valor do ensino, incorporá-lo através de uma vida santificada e transmiti-lo. Na verdade, é um conceito que abrange a conservação dos valores espirituais através de práticas morais constantes que devem passar de geração a geração. Essas virtudes comprovam a experiência de salvação, confirmando a novidade de vida alcançada. A conservação é necessária para preservação do cristão diante do mundo vil e da informação de que os bens espirituais são imutáveis, portanto, não estando sujeitos às mudanças culturais muito corriqueiras na contemporaneidade. A graça é o agente responsável por essa ação divina, funciona como o meio motivador/estimulador para nós vivermos a fé com dignidade. No entanto, existem outros elementos que promovem indiretamente determinação para obediência a Deus: a concepção do inferno para o bem de outros.
            O cristão sabe de sua liberdade da condenação vindoura. Nós estamos livres do terrível mal eterno. Contudo, muitas pessoas que estão ao nosso redor, aquelas que compartilham do nosso cotidiano, estão debaixo da escabrosidade condenatória, mas estão apáticas a sua realidade espiritual. Em vistas disto, o cristão, percebendo e discernindo a mal sobre ela, sentindo a condenação como se fosse dele, deverá se dispor com muito ânimo para viver uma vida moralmente correta a fim de ter reconhecimento ao recomendar a fé em Cristo para libertá-las de tão horrendo destino.
            Desta forma, ser salgado com fogo é ser estimulado pela percepção da condenação do inferno para com descrentes para vivermos uma vida santa. A vida devotada a Deus transmite e inspira fé no outro que está carente do dom celestial. O sentimento de piedade move o crente a tal procedimento, inclusive, fazendo de forma espontânea a renunciar muito daquilo que lhe faz bem para se ocupar com o bem do outro.

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