quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Koinonia e fogo

Como bem sabemos, houve em Atos dos apóstolos uma profunda demonstração de comunhão com Deus e com a Igreja Primitiva. Foi-nos assim manifestado nos primeiros capítulos desse livro um forte apego ao ideal da unidade ou da Koinonia.
Koinonia, palavra de origem grega, em sentido etimológico, significa comunhão, mas poderia entendê-la como leveza para repartir e como estabelecimento do vínculo em prol de algo sumamente precioso para a comunidade de Cristãos. Compreende-se, então, que existe o liame no qual todas as partes da comunidade unem-se e produzem uma ação em proveito dela mesma e do agente efetuador da Koinonia.


Tendo em vista o princípio, o impulso operado na Igreja Primitiva foi exclusivamente do Espírito Santo. Com Ele foi [e ainda é] possível ocorrerem fortes experiências de comunhão com Deus uma vez que o enchimento do Paracleto nos permite uma percepção maior da dimensão espiritual na qual nos insere. Quando o Espírito opera há libertação, há revestimento de poder, há quebra de barreiras, há progresso e acontecem diversas manifestações que cooperam para o engrandecimento do Filho de Deus. Essas operações denotam a fluidez e o refrigério estabelecido pelo Senhor para que sua Igreja reproduza no seu cotidiano tudo quando lhe foi prometido. Esse testemunho que começa no interior é manifesto através da pregação calorosa dos autênticos discípulos que não beberam de uma fonte religiosa, mas da fonte da vida. É com esse Espírito que crentes avivados podem influenciar os que estão estagnados no Caminho e outros que vagueiam pelo mundo e em igrejas frias, pessoas que procuram outros meios para sentirem estímulos para servir a Deus, impossibilitando o agir perfeito do Salvador.

A remediação de alguns dos muitos problemas só se efetivará quando o povo de Deus entender como Duncan Campbell ao proferir uma sentença lógica e espiritual: “Não teremos reavivamento enchendo nossas igrejas de homens, mas enchendo com Deus os que já frequentam a igreja”. Necessitamos da compreensão de Charles Finney ao proclamar: “A maior necessidade de nossos dias é o poder do alto”.

Com espírito brando e submisso, temos urgência em tomarmos atitudes como as que foram tomadas por Evan Roberts ao registrar sua experiência:

“Eu estendi minha mão e toquei a chama. Agora eu estou queimando e esperando por um sinal. – Eu não sou a fonte deste avivamento. Eu sou apenas um agente entre o que vai ser uma multidão... Eu não sou aquele que está tocando os corações de homens e mudando as vidas dos homens. Não sou eu, mas o Deus que opera em mim.”

A Igreja evangélica precisa urgentemente retornar aos princípios do Evangelho para vivenciar legitimas práticas espirituais. Do contrário, estará fadada ao fardo do engano e da insensatez, à falta das convicções e ao desvio completo. Chegou a hora de buscarmos o trono da graça e de poder para que o Reino de Deus prevaleça, pois Ele está vindo, mas antes deseja unir sua Igreja (as virgens prudentes) para o despertar que antecede o encontro. O fogo espiritual contagiando a Igreja para uma intensa comunhão e união de forças para pregação do Evangelho será o adorno final de preparação para as Bodas do Cordeiro. Maranata!

Heládio Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário