quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Memórias de Moriá - primeiras cruzadas

Como nossa Igreja era muito pequena em número, trabalhávamos muito no evangelismo. A quantidade de membros, no entanto, nunca foi um dos objetivos principais, pois, antes de uma membresia numerosa, nossos líderes prezavam pela qualidade espiritual dos crentes. Esse foi nosso diferencial. Os evangelismos foram muito intensos, labutávamos toda semana, durante as noites que não tinham atividades no “templo”.
Logo que cheguei a Moriá, tínhamos as seguintes reuniões: segunda: seminário; terça: oração; quarta: escola bíblica; quinta: evangelismo; sexta: doutrina; último sábado: culto de mocidade e domingo: culto evangelístico. Naquilo que poderíamos fazer, além do evangelismo pessoal, realizávamos cruzadas. Eram cultos muito simples em vista do que temos hoje. Não tínhamos aparatos técnicos de qualidade, nosso material era improvisado e contávamos com a generosidade de descrentes para realizar os eventos.

Na foto abaixo, apresento nossa situação à época. Nosso palanque era um Chevrolet C10 cujo dono era o Sr. Chagas, pai do Flávio, membro na Igreja naqueles dias. Era um carro que lhe servia para o trabalho uma vez que lidava com fretes, mas à noite, quando programávamos, era sagrada nossa plataforma de pregação. As caixas de som foram adaptadas de caixas caseiras. Alguém arranjou caixas não mais utilizadas e reciclamos, adaptando autofalantes e tuítas baratas. Algo muito rudimentar. O amplificador foi comprado novo e tinha que ter qualidade para “aguentar aquele tranco”. A guitarra vermelha, de qualidade bem inferior, foi comprada com uma “cotinha”, se não me falhe a memória. Apesar de termos comprado, sempre achamos o som do violão mais agradável. Fazíamos uso nos cultos, nas cruzadas e nos retiros. Geralmente, esses cultos eram dirigidos pela liderança de mocidade na pessoa do irmão Assis que era presidente de mocidade. Foi o primeiro presidente de mocidade de nossa Igreja, função que lhe rendeu o apelido carinhoso de “Presi”. Às vezes eu cantava, às vezes era o George, algumas raras vezes eram algumas irmãs. Havia uma dificuldade enorme para encontrarmos participantes para estes eventos. Parece que os irmãos tinham vergonham de aparecer em público. Não sei se esse era o real motivo. O jovem pastor Glauco era o pregador oficial sempre. Era quem tinha um tato maior para falar ao pecador. Suas pregações sempre atingiram seus ouvintes. Glória a Deus por isso.


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