quinta-feira, 27 de abril de 2017

A mídia e a sexualidade cristã

Nesta semana, foi publicada matéria sobre um evento nada convidativo para evangélicos: uma feira erótica. Não precisamos comentar que este tipo de programação fere a moral dos que professam a fé em Cristo, visto que deturpa o sentido coerente da sexualidade. Entretanto, na chamada, mais especificamente no texto, há uma indicação de que há produtos eróticos para evangélicos, induzindo o leitor a acreditar que esse público tem rompido com os paradigmas religiosos e incorporado uma conduta hedonista.
Não queremos dizer que alguns muitos evangélicos perderam o sentido da genuína e da tradicional fé, incorrendo em práticas semelhantes aos não tementes. Esse fenômeno pode ser elucidado pelo simples fato de que os que tais coisas praticam pertencem a um movimento novo cujo sentido tenta incorporar ao seu contexto condutas pecaminosas, através de uma reinvenção da maneira de ser do evangélico, ou seja, uma remodelagem mista com elementos aparentemente positivos da fé cristã e outra com grande aparato de contrariedades ao ensino primaz das Escrituras.
Além disso, o que está em causa é a conduta apelativa de uma mídia hodierna e sensacionalista vencida pela paixão desenfreada e pela ânsia de querer estabelecer uma sociedade sem limites sexuais (pelo menos é o que parece). Há sites de notícias e portais que todos os dias têm divulgado uma quantidade enorme de matérias com essa finalidade, fazendo apologia a diversos comportamentos sexuais que são contra a natureza, insuflando “a coisa” como uma proposta aceitável para esse tempo, promovendo a massificação da promiscuidade. Não sabemos quem está por trás e quais suas intenções, mas certamente tende a ser quem quer subjugar o pudor e o equilíbrio para as relações sexuais lícitas.
O povo evangélico tradicional e guardião das condutas bíblicas é estigmatizado por esses jornalistas medíocres por acreditarem que a vida sexual entre um casal decente tem muitas limitações, muito embora insinuem que esses queiram sair da relação tradicional, não rompendo com as mesmas por acharem que isso seria pecado. Piadas com ar zombeteiro tratam da relação cristã decente de forma desrespeitosa e por conta dos fiéis não admitirem a mesma prática mundana em sua intimidade, os “mestres impenitentes da arte poluta” caracterizam a devoção cristã como antiquada, engessada, piegas e alienante, demonstrando mais uma contradição midiática que, segundo ela, não se deve promover, antes se deve eliminar comportamentos como bullying e preconceito. Na verdade, um casal evangélico decente e consciente sabe se utilizar das práticas puras do sexo, afinal é uma dádiva proveniente do Senhor, sendo o prazer adquirido na relação uma satisfação proposta por Deus. A relação sexual bíblica tem um padrão e um sentido próprio, refletindo a pureza para a concretização perfeita do ato. O sexo não deveria ser vulgarizado em decorrência da consequência física, dentre outras, que isso acarretaria para os praticantes das indecências, mas... Na relação sexual cristã se encontra todo o prazer coerente, pois há uma troca de amor, carinho e pensamento de satisfação do próximo, ao contrário do que acontece no sexo mundano no qual é explícita a exaltação do ego, principalmente, porque pretendem buscar o prazer para si e não para o outro. Nesta relação mundanizante (estimulada pelas novelas, filmes e, agora até, em desenhos animados), o outro é apenas um objeto da satisfação particular que independentemente dos seus anseios cumpre um papel de “objeto de consumo”.
Extrapolar os limites decentes da relação sexual demonstra um desequilíbrio psicológico e de falta de domínio próprio do ser humano que anseia um prazer demasiado. Essa atitude faz com que esses busquem as mais bizarras e desumanas práticas, nas quais se verifica um minoramento/negação do respeito e da honra pelo outro. Casos de pedofilia, necrofilia, sodomia, estupros, entre outros semelhantes, cooperam para o que estamos descrevendo e a perpetuação desse modus de pensar enfraquecerá as relações mais amplas, corromperá a sociedade e será o prenúncio de sua decadência moral (ideia muito próxima ao que atestou Agostinho de Hipona). Contrariando nefasta depravação, Viva o sexo puro, instituído por Deus e desvencilhado dos rumos pretendidos pelos decadentes!

Heládio Santos
Sociólogo e especialista em Comunicação Social

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