sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O dom de profecia

Há uma crítica de igrejas tradicionais sobre a manifestação do dom de profecia entre igrejas pentecostais atualmente. Deram-se ao trabalho de manifestar posição contrária a utilização do dom devido ao fato de acreditarem não ser mais necessário para a igreja, formulando um conceito de que sua atuação seria oportuna apenas para os primeiros séculos da igreja cristã. Outro quesito no qual se contrapõem é pelo fato de dizerem que o dom de profecia promove a ideia de acréscimos doutrinários, proferidos por oráculos que perdem o domínio de si comprometendo o sentido da instrução apostólica (I Coríntios 14:32).
Quando analisamos o texto de Coríntios sobre a Profecia somos levados a crê que ela figura com ordem e decência (I Coríntios 14:40), podendo mais de uma pessoa exercer naquele momento a função profética (I Coríntios 14:31). Entretanto, não há restrições bíblicas ou limitações temporais para seu uso na Igreja, antes o apóstolo admoesta: “Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (I Coríntios 14:1).
O porquê da orientação do santo apóstolo se deu devido ao sentido de existência do dom: “edificar, exortar e consolar” (I Coríntios 14:3). Não há na instrução epistolar indicativo de ser o dom uma proferição para fins doutrinários, visto que os textos dos apóstolos gozam de exclusividade inspirativa e dos fundamentos da fé cristã. A profecia é circunstancial e individual, mas também para um coletivo limitado, não abrangendo toda a Igreja mística de Cristo (universal). A profecia assegura-nos do cuidado de Deus em meio a situações que precisam de algum alento pessoal, serve de consolo e de certeza particular.
Se algum indivíduo no calor da sua empolgação profere algo cujo conteúdo opõe-se ou acrescenta a alguma doutrina bíblica seja ela desconsiderada, pois é de falso conteúdo. Temos liberdade segundo as Escrituras para examinar e discernir o que vem de Deus e o que vem do homem (I Tessalonicenses 5:21). Se por outro lado, favorece determinado cristão atendendo sua necessidade circunstancial deverá ser reputada como verdadeira. Afinal, foi para cumprir esse propósito que a Igreja o recebeu.  

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