quarta-feira, 28 de março de 2018

O desvio de Israel

Jeú, rei de Israel, dando tributo ao rei Salmanaser III da Assíria
Ao lermos a História dos Hebreus somos provocados a questionar sua conduta em alguns momentos que marcaram negativamente o trajeto daquele povo. Sabemos que era característica deles, na Antiguidade, a inconstância religiosa, dada sua mudança de perfil nos muitos eventos grandiosos e trágicos. A saída do Egito, demonstrando o braço forte do Senhor, provocou um grande despertamento entre os escravos judeus, mas a caminhada murmurante no deserto desprestigiou o evento, visto que era seu anseio constante o retorno ao Egito.
Na época dos reis de Israel e Judá, essa história se agravou. Por isso, é comum lermos reis desviando o povo e a Bíblia se utilizando de termos como “e fez o que era mau aos olhos do Senhor” para demonstrar a situação decadente. Mesmo em tempos de profetas ilustres como Elias e Eliseu o povo era indomável. Em II Reis 17, podemos enumerar os seguintes pecados: rebeldia e apreço pelas culturas pagãs; caída em contradição, pois uniram-se àqueles a quem expulsaram no passado como ato de condenação divina; prática da idolatria; prática de rituais pagãos; entrega à luxúria; dar-se a adivinhações e provocação da ira do Senhor.
Mas qual a razão para que isto tenha acontecido? Muitas razões podem ser propostas, mas uma que se soma pode ser utilizada como a principal: a falta de um líder segundo o coração de Deus. O povo foi o que o rei era. O desvio começava de cima e se perpetuava pelo resto da nação, contaminando todo um ensino profético e escrito. O Resultado? Opressão e sofrimento! Contudo havia o apelo do Senhor para o fiel proceder:

Contudo o Senhor tinha feito uma aliança com eles, e lhes ordenara, dizendo: Não temereis a outros deuses, nem vos inclinareis diante deles, nem os servireis, nem lhes sacrificareis. Mas o Senhor, que vos fez subir da terra do Egito com grande força e com braço estendido, a este temereis, e a ele vos inclinareis e a ele sacrificareis. E os estatutos, as ordenanças, e a lei e o mandamento, que vos escreveu, tereis cuidado de fazer todos os dias; e não temereis a outros deuses. E da aliança que fiz convosco não vos esquecereis; e não temerei a outros deuses. Mas ao Senhor vosso Deus temereis, e ele vos livrará das mãos de todos os vossos inimigos (II Rs 17:35-39).

Apesar de todo desconforto com a rebeldia, o Senhor conclamava seu povo ao arrependimento, esperando que eles se convertessem de fato. Agora, vejamos o absurdo. Para os rebeldes era mais fácil crê em falsos deuses (deuses que não falavam, que não se manifestavam, que ninguém via ou ouvia dos seus feitos) a crê no Deus que realizava proezas entre eles. O agir de Deus entre eles concretizava o apelo de retorno ao padrão estabelecido pelo Senhor, mas duríssimo foi seu coração. A consequência dos pecados de Israel se vê até hoje. A dispersão de séculos e os conflitos pela terra prometida são fatos consideráveis para demonstrar como os pecados do passado ainda ecoam.
Se a Igreja de Cristo percebesse como é danoso o desvio, preocupar-se-ia mais com o Reino de Deus. A Igreja cristã evangélica caminha à semelhança de Israel pelos caminhos da inconstância e falta de firmeza na regra de fé e prática. Qual será o resultado disso? A apostasia. Proveniente de quem? Dos muitos líderes religiosos que dão nova cara e formato ao Cristianismo. Esse cristianismo híbrido está desviado e não conta com a atenção divina, antes com sua repulsa.
Desta forma, cuida Igreja para que não seja surpreendida pelo tão glorioso dia e te vejas despida e impedida de entrar nas Bodas do Cordeiro!

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