terça-feira, 10 de abril de 2018

Falando um pouco de política


Quantos, neste momento, não estão escandalizados com a onda que segue a política brasileira? Milhares de pessoas sensatas conseguem ver a que ponto chegamos. Para resumir, num lamaçal, melhor dizendo, num “mar” de corrupção. Quanta decepção! Quanta indignação! Brasileiros vendo o patrimônio do seu país sendo dilapidado pela classe que deveria ser representante do povo e que deveria trabalhar para seu bem. Larápios blindados pelo aval do sufrágio cujo voto de confiança de inúmeros “sofredores” foi menosprezado ousam ainda reivindicar para si o peso da inocência. Que absurdo!

O cenário é tão grave que políticos são presos, enquanto outros ficam soltos, mesmo estando em semelhante situação perante a Justiça. Reinterpretações dos textos legais com ares de distorções explícitas marcam as confabulações para beneficiar a uns e macular outros. Maquinações e conchaves para preservar indivíduos que cometeram crimes nos altos escalões do poder com um discurso maquiavélico de que assim será melhor para a nação cujas aspirações constroem sonhos para melhores dias é um ultraje. O crime está passando por um processo de remediação ao ponto de daqui a pouco não ser mais crime, porquanto as estratégias malignas de inversão de valores permeiam a fértil mente dos que parecem ter cometido algum crime para que possam sair ilesos no futuro. Afinal, se muitos agentes públicos elevam seus patrimônios sem a devida justificativa isso não é enriquecimento ilícito (além de outros), constituindo-se verdadeiro crime?  
Um fato que deveremos destacar para ilustrar o início dos problemas políticos foi quando Israel reivindicou para si um rei, não percebendo que seu pedido o colocava em uma situação fora do propósito divino. Ficou evidente o sentimento de aversão do Senhor diante do pedido, falando em tons de antropopatismo, porquanto Deus sondou mentes e corações e sabia exatamente a incapacidade humana para tal ofício (para dissuadi-los, Deus explicitou a maneira tenebrosa de governar dos principais daquela época, mas Israel o menosprezou). Pelas articulações propostas pelo Senhor, verificamos a incapacidade, a ineficiência e a indecência do governo dos homens sobre os homens, por isso até hoje não há sistemas de governo que tenham alcançado o ápice do bem comum, sendo considerado o menos ruim a democracia.
Por essa razão, o conceito foi tomado como máxima filosófica e apresentada desde a Antiguidade de tal modo que conseguiu demonstrar a essência política do indivíduo tirano e de outros. Thomas Hobbes, no despertar da filosofia moderna, tomando emprestada a expressão de Platus (dramaturgo romano) homo homini lupus cujo significado é “o homem é o lobo do homem”, na sua obra Leviatã, demonstra que quando o sujeito rompe com o paradigma de um contrato social ele assume um comportamento para seu próprio interesse em detrimento dos demais. De acordo com Hobbes, o homem em seu sujeito natural tende a percorrer os caminhos do individualismo, guerreando com outros, criando conflitos, ou seja, cria o maior desafio para si que é o de dominar, pois entende o outro como um sujeito mais fraco, capaz de ser subjugado pela sua maior força. A teoria de Hobbes parece permanecer muito atual, pois, analisando-a bem, podemos extrair seu princípio e conceber que o homem conseguiu ampliar esse quadro de dominação para um sistema mais amplo e mais estruturado no qual também foi subjugado e passou não só a ser lobo do outro, mas também de si mesmo.
Bem, para quem quiser se nortear e depender da política deste mundo saiba que está fadado ao constante conflito e decepção. As ideias e ideologias não melhorarão. Serão uma via de mão única para interesses espúrios e capitalistas de modo que sofrerão sempre os mais fracos ou a classe menos favorecida (a grande maioria da população). A política deste mundo caminha para a consolidação do reinado do anticristo, por isso, o cristão não deve fazer parte daqueles que levantam uma bandeira partidária, já que seu lema visa a realidade terrena, provisória e passageira. O objetivo do cristão é levantar o estandarte do Evangelho para pregar a tempo e a fora de tempo contra toda prevaricação e erro a fim de levar muitos pecadores ao arrependimento e aguardar o retorno de Cristo. Somente quando Cristo reassumir o poder todas as coisas ficarão melhores.      

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