terça-feira, 26 de junho de 2018

Desigrejados

Por Antonio Welderlan da Silva Sales.


Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima. (Hb 10.25)

O movimento dos “desigrejados” ou, como eles próprios agora querem ser chamados, “desinstitucionalizados” tem ganhado força em nossos dias, segundo pesquisa do Instituto Cristão Barna Group, realizada em 2017. Tal movimento defende que podemos exercer nossa fé em reuniões informais e sem liturgias e, portanto, totalmente alheios ao vínculo congregacional tão claramente definido na Bíblia.
Um dos argumentos mais utilizados pelos adeptos desse movimento herético é de queestão voltando ao modelo primitivo em que não haviam templos cristãos e as reuniões eram realizadas nos lares e que a institucionalização veio com a conversão de Constantino ao cristianismo, em meados de 312 d.c.
Como refutação a tal argumento, usarei as palavras de Justo L. Gonzalez, doutor em teologia pela universidade de Yale, em seu livro “A Era dos Gigantes” (p. 37):

“Até a época de Constantino o culto cristão tinha sido relativamente simples. No princípio os cristãos se reuniam para adorar em casas particulares. Depois começaram a se reunir também em cemitérios, como as catacumbas romanas. No século terceiro já havia lugares dedicados especificamente para o culto. A igreja mais antiga descoberta até agora é a de Dura-Europos, que data aproximadamente do ano de 270.”

Tal qual está descrito no relato do Dr. Gonzalez, os Anabatistas sempre foram defensores de uma forma de culto simples, sem amuletos e exibicionismos criados por homens para atrair a atenção das pessoas, mas onde Cristo se manifesta e é cultuado.
Além do mais, munidos das informações históricas que temos hoje, é facilmente perceptível que, muito embora houvesse uma certa admiração da fé cristã, a “conversão” de Constantino ao cristianismo não passou de uma manobra política. Uma prova disso é que o mesmo não deixou de cultuar os deuses pagãos de seu tempo e até introduziu muitas dessas práticas pagãs nas celebrações das missas católicas, tais como a utilização de imagens e culto a mortos.
Tal vinculação da igreja com o estado foi severamente repudiada pelos verdadeiros crentes, a ponto de precisarem fugir para desertos e locais longínquos a fim de resguardarem suas vidas e conservarem o ensino da Sã Doutrina deixada por Cristo e os apóstolos.
Ainda analisando o argumentos dos desigrejados, me deparo com a seguinte indagação:
Porque os cristãos primitivos não tinham templos?
Para respondermos essa indagação, precisaremos compreender o contexto que os envolvia naquele momento. Até o século III, os cristãos viviam sob grande ameaça e perseguição por parte dos religiosos e do império romano, sendo necessário, muitas vezes, se mudarem de um local para o outro para não serem pegos e mortos. Isso, certamente, impedia que os cristãos “criassem raízes” e, consequentemente, dificultava a construção de locais propriamente para culto. O que não é o nosso caso hoje em dia!
Outro ponto a se analisar, é que os primeiros crentes não tinham um exemplar da Bíblia sagrada como a temos hoje, portanto, suas reuniões visavam louvar a Deus, relembrar o sacrifício de Cristo e fortalecer a fé uns dos outros, sem uma liturgia específica.
Por fim, concluo que apesar da falsa aparência de “retorno aos princípios”, esse movimento não passa de um ato de rebeldia, motivado pela frieza espiritual e insatisfação com a igreja.
Deus abençoe a todos.


2 comentários:

  1. É. Tudo verdade, concordo sim, apesar de muitos não estarem ligados a uma igreja, mas no meio dos desigrejados, existe muitos que reconhecem está verdade, eu mesmo já fui assim, e confesso que apenas de hoje me congregar, ainda não encontrei o lugar ideal com relação aos conceitos doutrinários, só mrsmea IBRM. Esse artigo é exeleexce.

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    1. Que benção, meu irmão.
      Que aprendamos com a palavra do Senhor.

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