sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Lendo as gravuras de Jan Luyken

Martírio de Anneken de Vlaster

A arte tem um poder grandioso para fornecer inúmeras informações, principalmente aquelas que retratam momentos emblemáticos da trajetória histórica de algum movimento ou de alguma pessoa. Iniciado no século XVI, o Renascimento, por exemplo, resgata a cultura clássica greco-romana demonstrando uma significativa mudança do comportamento Medieval no ingresso do Moderno. Podemos dizer que a arte renascentista passa a ter um olhar crítico, racional e retratador, gravando nas telas ações carregadas de símbolos.
A obra de Jan Luyken retratando a morte de Anneken de Vlaster tem muito a nos dizer quando fazemos uma leitura da gravura. Podemos encontrar certas mensagens não ditas, mas expressas, capazes de identificar o movimento anabatista e o valor a ele atribuído que o consolidou como Reforma Radical, proposta em meio a Reforma Protestante e a contrarreforma. Na expressão artística de Luyken, uma mulher frágil diante do espantoso fogo é o que marca nossa primeira visão, porém há outras às margens desta constatação. A gravura retrata o suplício de Anneken que vivia na Holanda e foi severamente torturada em 27 de outubro de 1571, sendo martirizada em praça pública na cidade de Dam, no dia 10 do mês seguinte.
O ápice da gravura é a ilustração da fúria tirânica desenhada contra um movimento pacífico e representado pela frágil e destemida mulher (uma caracterização muito favorável ao Anabatismo por sinal). O fogo representa o elemento constrangedor e avassalador cuja finalidade era mover o condenado de sua posição original para se sujeitar ao dogmatismo dos seus algozes. É a chamada retratação religiosa. Retratar-se significava para o indivíduo repudiar as convicções anabatistas e reverenciar a inquisição e seus instrumentos de tortura, assumindo a convicção dos seus acusadores, muito embora a pena imposta não fosse perdoada. Para isso, os inquisidores queriam ver o medo estampado nos rostos sofridos, por isso trabalhavam para produzir e desenvolver tão depreciativo sentimento através do flagelo com o fim de exterminar qualquer convicção avessa ao dogma cristalizada, muito embora o movimento anabatista objetivasse resgatar os pilares primitivos encontrados na Igreja de Atos. O clima tenebroso de obscurantismo, também, incutido pela igreja católica ajudava no aprisionamento das mentes e de sua alienação de tal modo que qualquer digressão à submissão católica era tida como agressão aos institutos invioláveis do clero. Assim, incitavam o medo e o terror para banir os indesejados.
Apesar de Anneken ter sido condenada a morrer enlaçada e humilhada numa escada, não cedeu àquele quadro devastador de falta de esperança, mas transmitiu em seu semblante algo bastante diferente. Na sua visão, o fogo não “derreteu” seu coração nem pareceu abrasar seu corpo. A chama da fogueira, por mais quente que estivesse, não foi capaz de exterminar com sua firme fé. Ao olharmos para sua face, vemos um olhar piedoso, mirando para o alto e inspirando um suspiro em nós de que havia uma enorme certeza em seus olhos. A escada passa a ser o elo de transposição entre a terra e o céu: a elevação simbólica alinhada com a firme convicção por ela defendida. Aquela representação denota que nada nesta vida seria capaz de minorar sua confiança de vida eterna. Muito embora deixasse para trás entes e amigos, apropriou-se desde o início de seu sofrimento da certeza em Cristo na qual indica o caminho certo para o céu. Sua serenidade exalta a simplicidade e convicções anabatistas. Deste modo, ao renunciar as propostas de seus inquisidores, reafirmou publicamente suas convicções, ou seja, na iminência do martírio, ela ousou guardar tudo quanto havia aprendido, além de não delatar nenhum dos irmãos de sua Igreja.

Quantas lições mais poderemos extrair dos ícones anabatistas ilustrados nas gravuras de Jan Luyken quando olharmos para ela e refletirmos sobre tudo posto na imagem? Muitas! Vale salientar que este exercício não beira a idolatria, antes é uma forma de leitura através de obras artísticas, assim concebida desde sua criação para essa finalidade, pelas quais verificamos a exaltação da espiritualidade cristã e anabatista.                

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Lendo C.S.Lewis

C.S.Lewis lendo

Ainda não consegui ler todos os livros de C.S. Lewis em português, mas os que li são referenciais de estímulo e servem para entender que a mente do autor é brilhante, e capaz de nos induzir a pensar que os demais seguem a mesma linha de equilíbrio, da valorização do Cristianismo e da profundidade que cada assunto assume em sua pena. A percepção de valor diante da obra lewisiana vai muito além da fama adquirida com aquela parte que ganhou notoriedade através do cinema, seja pelas primeiras produções da BBC seja pelas da Disney. De fato, são obras belíssimas, mas muitas das desconhecidas merecem, da mesma forma, grandioso prestígio. Entretanto para assumir um posicionamento como este é necessária uma incursão na visão de mundo de Lewis, e isso só pode ser possível a partir de um particular interesse pela sua obra. Contudo, este comentário não pretende advogar plena coerência da argumentação de Lewis, colocando-o como um pilar da verdade. Certamente, a pretensão é ponderar sobre seu estilo próprio que nos envolve, gerando ainda mais sede pelo saber e sabendo discernir seus ricos ensinamentos.
Pela sua própria orientação, podemos entender que um livro não deve ser avaliado pelo que ele é ou pelo que ele traz simplesmente, mas, primeiramente, pela recepção que o leitor pretende dar à obra. Aqui se distinguem os literatos dos iliteratos. Os primeiros são amantes da leitura, possuindo uma sensibilidade apurada decorrente da constante ânsia em se debruçar por mais um livro. Suas almas se elevam de modo que conseguem extrair o conteúdo e a sublimidade de um escrito capaz de ecoar para além da letra.
Não restam dúvidas que os escritos de C.S. Lewis são tocantes e elevam a alma. Frutos de uma racionalidade espiritual, fazem transbordar nossos corações com a beleza de um excelente argumento pautada nos valores cristãos.  

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A simplicidade cristã





Há uma inevitável necessidade de refletirmos, em nossos dias, a simplicidade cristã. Essa reflexão implica em indagar e questionar a maneira pela qual muitos chegaram a desvalorizar uma virtude tão característica do verdadeiro cristianismo como é a simplicidade. Não podemos negar, mas a cristandade em geral, atualmente, vem atravessando um momento de esgotamento e abandono de um conjunto de convicções que no passado tanto se falava e prezava. Essas preocupações trazem consigo o desejo de reavaliarmos nosso passado e aplicarmos o mesmo princípio de fé e de vida que habitava em nossos antecessores na fé.
A mocidade de Moriá não deve esquecer de que a simplicidade é um marco distintivo de nossa identidade como cristãos. Ser simples é, em uma linguagem simples, reduzir tudo (desejos, ações, motivações etc.) ao que é essencial para realizarmos a vontade de Deus. Jesus disse aos seus discípulos para serem simples como as pombas.  Pergunta-se hoje, mas “simples em qual aspecto” e “em quais situações”?
A verdadeira simplicidade não está inserida em apenas um aspecto ou momentos, mas é uma realidade de vida que reduz a complexidade imposta pelo mundo aos homens para o que é essencial, ou seja, o autêntico e o transparente. Por outras palavras, é ser simples na vida, no vestuário, na conduta, e por sua vez autêntico e transparente com todos, prudente no falar e no se comunicar. É praticar a simplicidade nos atos e gestos de maneira verbal e não verbal. Por todas essas formas, o amor mostra seus aspectos de maneira prática. Se amamos um Deus que é simples e que nada o tem a comparar, seremos por sua vez, moldados à simplicidade que ele deseja, bastando nos colocar no centro da sua vontade, no cumprimento de sua palavra e no desejo ardente da plena paz e alegria em todos os santos que foram resgatados pelo Senhor. É preciso, portanto, não querer fazer parte dos números, da maioria e do consenso do momento. O verdadeiro cristão simples tem o espírito de resistência. Resiste ao mundo, ao pecado e ao diabo. Não se molda, nem se deixa conformar. Tais atitudes revelam nossa identidade e corresponde com a real atitude espiritual que todo cristão deveria tomar. Que a nossa juventude lembre de onde viemos, quem somos e o que Deus quer que sejamos.
No amor de Deus,
Heberth Ventura


As Crônicas de Nárnia na NETFLIX



A NETFLIX assinou, recentemente, contrato com a The C.S. Lewis Company para desenvolver e produzir uma nova série baseada em As Crônicas de Nárnia. A intenção da empresa é bem ousada e anima os fãs de Lewis, pois prometem histórias inéditas, já que irão abordar todo o universo dos contos. Quem ama o grande leão Aslan e as crianças que compõem as histórias (Digory e Polly, Lúcia, Pedro, Suzana, Edmundo, Eustáquio e Jill) criam grande expectativa em poder ver em breve aquele mundo encantado em todos os momentos da saga, desde a sua gênese, contada em O sobrinho do mago, até seu desfecho em A última batalha.
Douglas Gresham (enteado de C.S.Lewis) e Vincent Sieber serão os produtores executivos da série e os produtores dos filmes. Segundo eles, “É maravilhoso saber que pessoas de todo o mundo estão ansiosas para ver mais de Nárnia, e que os avanços na tecnologia de produção e distribuição tornaram possível para nós fazermos as aventuras de Nárnia ganhar vida em todo o mundo”, disse Douglas Gresham. “A Netflix parece ser o melhor meio para atingir esse objetivo, e estou ansioso para trabalhar com eles em direção a esse objetivo”, acrescentou Gresham.
A obra de C.S.Lewis ganhou muita notoriedade desde sua publicação em virtude de abordar um universo encantador, contagiante e empolgante, ao ponto de sermos encorajados a mergulhar naquele mundo (imaginativamente, óbvio). Não é sem razão que gerações diferentes são amantes das histórias. Elas trazem um viés clássico, mas não excludente, e também cristão, C.S.Lewis, consolidando a sua abrangência. Lewis teve grande inspiração na produção de sua obra infantil, conseguindo reunir culturas, personalidades distintas que interagem, dimensões paralelas que são acessíveis, a ideia de remissão, heroísmo e bravura da insignificância. Acredito que ele imergiu na época de sua infância e de forma imaginativa e genial criou cada personagem norteado pelo conhecimento acadêmico. Lewis amava o estudo e a escrita. Foi também um homem de muita visão e acuidade espiritual.
Não sei se por causa da notícia, ou se já fazia parte da sua grade, mas a NETFLIX está exibindo O leão, a feiticeira e o guarda-roupas e O príncipe Caspian na versão estendida (versões da Disney). São aproximadamente 20 minutos a mais que fazem a diferença, porquanto nos permitem visualizar um pouco mais do mundo encantador. Eu, particularmente, estou assistindo com muita calma cada um deles para aproveitar ao máximo a experiência de contato com Nárnia e suas experiências. De fato, algo maravilhoso nestes tempos tão conturbados.   Seguindo a mesma linha, a Amazon também está investindo alto numa produção que encantou o mundo de autoria de J.R.R. Tolkien. Aguardemos que em breve teremos maiores informações.    

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Chamado para Moriá 30 anos



Ao longo de nossa História (Igreja Batista Renovada Moriá) vivenciamos muitas experiências, umas positivas, outras nem tanto. Contudo, fizeram parte do processo de desenvolvimento de nossos obreiros e de nossa membresia, e tiveram, cremos, a finalidade de melhor enxergarmos o valor de nossas convicções e sua representatividade. Dito assim, a convicção de Moriá repousa no insigne conhecimento da vontade de Deus, demonstrada através das Escrituras Sagradas, instrumento precioso para conhecermos os seus oráculos. Por isso não podemos relevar os preceitos sem sermos participantes deles, pois julgamos imprescindível a prática da fé tal qual nos foi legada pelos postulados apostólicos.
O caminho de Moriá, portanto, é sacrificial, é renunciante, mas não é penitencial. Procuramos viver a simplicidade do Evangelho surpreendidos com a influência do Santo Espírito. Desejamos o contágio da plenitude do Espírito constantemente, visto que se nos abre a dimensão espiritual ao ponto de podermos usufruir da verdadeira liberdade contra os percalços pecaminosos e superar os comodismos da atualidade, preservando e perseverando na sã doutrina, mesmo que muitas vezes sejamos incompreendidos e rejeitados devido ao espectro cristão decadente do presente, opositor dos nossos ideais, voltar-se contra os preceitos fundamentais da fé. Temos prazer em viver pela Palavra, negando lucidamente a possibilidade da interferência mundana porque há a necessidade explícita de transmitirmos a eficiência da graça e do poder de Deus na vida do homem.  
Por essas e por outras tantas razões, celebraremos em breve mais um ano de existência, 30 anos para sermos mais exatos. Esta celebração não terá pomposidade nem exaltação do indivíduo. Será, na verdade, um evento sério e profundo através do qual corações agradecidos transmitirão seu fervor e seu entusiasmo pelo fato de o olhar do Altíssimo repousar sobre nós, visto que Ele sabe que reconhecemos sua providência para conservarmos nossa identidade.
Venha e participe!
Deo sit gloria!      

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

domingo, 21 de outubro de 2018

Uma breve meditação sobre "O cavalo e seu menino"


Por Lívia Tôrres dos Santos

Quando comecei a ler O cavalo e seu menino, o terceiro livro da saga de As crônicas de Nárnia, do renomado autor C.S.Lewis, não sabia o que me esperava; claro, conhecendo as outras histórias e os filmes, tinha uma ideia superficial do que me esperava. No decorrer da leitura, surpreendi-me com alguns trechos. Neles, eu me encontrei e me identifiquei. O trecho é o seguinte:
coisa (se é que não era uma pessoa) ia tão silenciosa que talvez fosse mera imaginação. Já estava certo disso, quando ouviu ao seu lado um suspiro grande e profundo. Não era imaginação! O fato é que sentiu o hálito quente desse longo suspiro na mão direita.
(...)
— Quem é você? — murmurou baixinho.
— Alguém que esperava por sua voz — respondeu a coisa.
O tom não era alto, mas amplo e profundo.
— Você é... um gigante?
— Pode me chamar de gigante — disse a grande voz. — Mas não me pareço com as criaturas que você chama de gigantes.
— Não consigo vê-lo — falou Shasta, depois de muito tentar.
Uma coisa terrível lhe passou pela cabeça. Com a voz quase trêmula de choro, perguntou:
— Você não é... não é uma coisa morta... é? Vá embora, por favor. Nunca lhe fiz mal. Ó, sou o sujeito mais desgraçado do mundo!
Sentiu novamente o hálito quente da coisa no rosto e na mão.
— Morto não respira assim. Pode me contar as suas tristezas, rapaz.
O hálito deu a Shasta um pouco mais de confiança. Contou então que jamais conhecera pai e mãe, que fora criado por um pescador muito severo. Contou sobre como fugira, sobre os leões que os perseguiram, os perigos em Tashbaan, a noite entre os túmulos, as feras que uivavam no deserto, o calor e a sede durante a caminhada, e o outro leão que surgiu quando estavam quase chegando, Aravis ferida... Contou, por fim, que estava com fome, pois não comia nada havia muito tempo.
— Não acho que seja um desgraçado — disse a grande voz.
— Mas não foi falta de sorte ter encontrado tantos leões?
— Só há um leão — respondeu a voz.
— Não estou entendendo nada. Havia pelo menos dois naquela noite...
— Só há um leão, mas tem o pé ligeiro.
— Como sabe disso?
— Eu sou o leão.
Shasta escancarou a boca e não disse nada. A voz continuou:
— Fui eu o leão que o forçou a encontrar-se com Aravis. Fui eu o gato que o consolou na casa dos mortos. Fui eu o leão que espantou os chacais para que você dormisse. Fui eu o leão que assustou os cavalos a fim de que chegassem a tempo de avisar o rei Luna. E fui eu o leão que empurrou para a praia a canoa em que você dormia, uma criança quase morta, para que um homem, acordado à meia-noite, o acolhesse.
— Então foi você que machucou Aravis?
— Fui eu.
— Mas por quê?!
— Filho! Estou contando a sua história, não a dela. A cada um só conto a história que lhe pertence.
— Quem é você?
— Eu mesmo — respondeu a voz, com uma entonação tão profunda que a terra estremeceu. E de novo: — Eu mesmo — com um murmúrio tão suave que mal se podia perceber, e parecia, no entanto, que esse murmúrio agitava toda a folhagem à volta.
Shasta já não temia que a voz pertencesse a alguma coisa que o devorasse; nem temia que fosse a voz de um fantasma. Uma coisa nova aconteceu, um tremor que lhe deu certa alegria.
(...)
Uma luz dourada surgiu à esquerda, e Shasta pensou que fosse o sol.
Caminhando a seu lado, maior do que o cavalo, estava um Leão. O cavalo não parecia ter medo, ou talvez não o visse. Era dele que vinha a luz dourada. Ninguém jamais viu algo tão belo e terrível.
Felizmente, o menino vivera toda a sua vida no Sul, e não havia escutado os casos, cochichados em Tashbaan, sobre um tétrico demônio de Nárnia que costumava aparecer na forma de leão. E, naturalmente, também tudo ignorava sobre as verdadeiras histórias de Aslam, o Grande Leão, o filho do Imperador-dos-Mares, o Rei dos Grandes Reis de Nárnia. Mas, depois de espiar mais uma vez o Leão, pulou do cavalo. Não conseguia dizer nada, mas também não queria dizer nada, e sabia que nada precisava dizer.
O Grande Rei encaminhou-se para ele. A juba e um perfume estranho e solene, que nela pairava, cercaram o menino. O Leão tocou a fronte de Shasta com a língua. Os olhos de ambos encontraram-se. Depois, instantaneamente, a brancura da névoa misturou-se com o brilho ardente do Leão, num redemoinho de glória, e os dois sumiram.
Shasta se viu só, com o cavalo, na relva de uma colina, sob um céu azul. Todas as aves do mundo cantavam.”

O encontro de Shasta com Aslan me faz lembrar o nosso encontro com Deus. Tudo que Shasta sente, todo seu passado guiado por Aslam, me faz lembrar como Deus faz coisas semelhantes em nossas vidas: ajudando-nos, guiando-nos e livrando-nos de todo o mal. A presença que Shasta sente ao falar com Aslam e comunicar a Ele seus problemas, o alivio e felicidade que ele sente depois de tudo e a maneira como ele expressa o cantar de todas as aves do mundo pode ser interpretado como a maneira pela qual se demonstrou a plenitude do seu ser e como ele passou a ver o mundo depois do encontro com Aslam. Esse livro é maravilhoso e ótimo para aprendermos valores cristãos.

Referência

Lewis, C.S. O cavalo e seu menino. Martins Fontes: São Paulo, 1997.


sábado, 20 de outubro de 2018

Chama missionária


D
esde a última quinta (18), no templo da Igreja Batista Renovada Moriá, o congresso de missões está impactando todos os presentes. Com muitos testemunhos das obras iniciadas e do trabalho dos evangelistas a Igreja jubila ao ouvir tantos feitos maravilhosos da parte de nosso Deus. O grande destaque é para o que somos, ou seja, apenas instrumentos para manifestar o poder e a graça de Deus.
A Comissão Executiva de Missões (CEM), sob a orientação do presbitério de Fortaleza, tem ousado em campos missionários e os frutos do seu trabalho são manifestos mais uma vez através das vozes que contam das dificuldades e dos êxitos alcançados em cada ponto missionário. Para abrilhantar mais o congresso, o presbitério de Caucaia também participou na pessoa do pastor Diego Bruno, através do qual a Igreja foi agraciada por ouvir do desempenho e da sensibilidade missionário da Igreja em Caucaia e desdobramentos.
Os evangelistas Jean Carlos, Maurício, Cláudio Coelho, André Elias, o pastor Edmilson e os irmãos Denilson Fidélis, Débora Fidélis, Welderlan Sales, Marquinhos e outros têm produzido grande movimento na Igreja para o campo missionário durante todo o ano, promovendo cruzadas e atividades missionárias nos mais distintos lugares: leste, oeste e sul do Estado e em outros Estados como é o caso da obra em Jaicós que por sinal foi grandemente abençoada na última semana com dezenas de convertidos.
Cumprindo o ide, alcançaremos almas e mais almas todos os dias!
Em breve, a Cruzada da Beira Mar (15/11). Aguarde maiores informações.





contribuindo para missões








terça-feira, 16 de outubro de 2018

Preocupando-se com a Igreja


O trabalho pastoral é um trabalho muito árduo, desgastante e cansativo. Temos, apesar disso, um propósito muito bem definido, pois o que está em causa é a preservação da doutrina apostólica, bem como a saúde espiritual dos irmãos e o seu pronto desenvolvimento na fé. Muito embora sejamos homens sérios e preocupados com a obra é possível sermos mal compreendidos eventualmente. Parece que essa reação acontece com os melhores servos de Cristo que amam a Igreja. Paulo foi exemplo disso em Corinto.
Paulo, conforme suas próprias palavras, era homem ousado na ausência e humilde na presença quanto aos problemas em Corinto. Lógico que ele tinha um objetivo em seu procedimento. A Palavra escrita em sua epístola continha um tom mais exortativo, mais vibrante, mais despertador já que ele estava longe dos irmãos, enquanto nos dias nos quais estava entre eles era humilde e sereno. Alguém pode jurar que isso se configurava como hipocrisia, mas pensar assim de um homem de Deus não é uma boa reflexão, principalmente quando este amava a Igreja de Cristo e era capaz de se entregar por ela. Ele ainda menciona, sabiamente, a maneira como os coríntios receberam sua primeira epístola, fazendo juízo de que o apóstolo não tinha um nobre proceder para com eles. Entretanto, não era essa a intenção de Paulo, já que ele injetava um pensamento “para que não pareça como se quisera intimidar-vos por cartas” (I Coríntios 10:10).  
Irmãos, enquanto Igreja, precisamos nos habituar à necessidade de se verificar como andam as coisas entre nossa comunidade, seja em nível congregacional seja em nível individual. Esta é uma prática espiritual adotada pelos seguidores de Cristo, se não vejamos a referência a isto: “Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” (Hebreus 3:13). A passagem que usamos às vezes em evangelismo para indicar que o pecador está endurecido pelo engano do pecado, na verdade, diz respeito a nós (Hb 3:15). E essa preocupação de sermos avaliados e exortados não visa desprestígio ou depreciação dos irmãos, mas a necessidade de sabermos como todos estão recepcionando as verdades puras do Evangelho. Isso acontece de praxe aos que abdicaram do mundo para servir a Cristo. O escritor de Hebreus ainda convence-nos dessa verdade: “Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim”. Nesse, alude-se a necessidade de perseverar nos princípios doutrinários e comunitários; visa, então, a boa compreensão da doutrina pura para a boa convivência entre os irmãos.
Agora, pensamentos divergentes nos quais são feitos julgamentos para dizer que certas atitudes não correspondem com nosso poder de “governo” não coopera com o bom senso congregacional, visto que nosso olhar precisa estar direcionado constantemente para a Igreja, a fim de verificarmos seu progresso ou não. E mais uma vez elencando que este olhar é carregado de paixão e amor pela Noiva de Cristo não podemos dizer que não amamos cada irmão e irmã individualmente. Às vezes um evento pode até parecer estranho, levando a si pensar algo que não corresponde ao bem do Evangelho. Mas quem não participou diretamente do mesmo e não se inteirou dos verdadeiros sentimentos que nortearam a fala, como foi o exemplo de Paulo em Corinto, não tem como fazer um julgamento equilibrado, a não ser que conversasse direto com o apóstolo. Os irmãos julgaram o apóstolo severamente, acreditando que ele só queria reclamar ou depreciar os irmãos. Isso não foi verdade. A intenção da liderança cristã genuína é sempre o engrandecimento do Reino e o desenvolvimento pleno da salvação e santidade na vida da amada Igreja.
Que Deus em Cristo nos dê paz, harmonia e um espírito brando para não pensarmos o que não devemos, nem agirmos sem saber exatamente dos fatos.
Uma boa sugestão de leitura para termos boa convivência entre nós, a Igreja, segue abaixo:


segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Rafael, servo de Deus!


irmão Rafael
“Preciosa para o Senhor é a morte dos seus santos” (Salmos 116:15).
Durante a madrugada serena, sob os cuidados do Senhor, também muito bem amparado pelos médicos e orações dos irmãos, partiu para o Senhor o irmão Rafael. Aprouve ao Senhor levá-lo para si porque alcançou o mérito para chegar ao Trono de Deus.
Seu testemunho durante toda a enfermidade foi contagiante. Nunca reclamou da dor nem do sofrimento. Sempre dizia amar a Jesus e desejava ardentemente deixar uma mensagem cristã para quem o rodeava e o visitava.
Grande foi o clamor da Igreja pelo servo do Senhor para que o víssemos recuperado de tão horrenda doença, mas nos contrapormos aos propósitos divinos não é a melhor escolha. Fizemos nossa parte até o momento que compreendemos ser da vontade de Deus suplicarmos pela sua saúde. Mas, entendemos que a partir do momento que o Senhor o recolheu para si, cumpriu-se a vontade divina.
Hoje ele canta diante do Senhor: “Ele mora acima das estrelas”, também no lugar onde todos os crentes desejam chegar. Sua vida alegre e verdadeira nos transmitiu virtudes pelas quais deveremos prezar e viver a fim de chegarmos lá com um grande testemunho.
O presbitério agradece a todos os irmãos que se engajaram em oração e em atenção ao irmão Rafael. Destacaria as irmãs Érica, Ivna e Márcia, pois desempenharam um papel de gigantes para colocar o irmão dentro da melhor atenção médica possível. “suaram sangue” e foram bravas guerreiras nesta luta. Somos muito agradecidos pelo cuidado de todos vocês! Também compartilhamos com os familiares a dor da perda e prestamos nossas condolências, orando ao Senhor para que vos console e lhes graça hoje e sempre.
Presbitério de Fortaleza


domingo, 14 de outubro de 2018

A Igreja que o mundo precisa (Texto)


Aprendemos a ser Igreja pelo referencial de Atos dos apóstolos. Aquela Igreja nascente, cheia do Espírito Santo e de amor, transmiti-nos o anelo divino para seu povo e seu modus operandi muito bem caracterizado para seguirmos seu exemplo. Se uma Igreja atual quer ser chamada de noiva de Cristo, faça exatamente o que vê na Igreja Primitiva, já que ela comporta toda a ideia do projeto de Deus para a dispensação da graça. Noutras palavras, creia como ela creu, viva como ela viveu, assuma seu papel de reino e sacerdote de Deus como ela assumiu, sem embaraços, sem pecados, vivendo e exalando o bom perfume de Cristo.
Apesar de vivermos séculos após o tempo de Atos não podemos nos omitir de praticar toda doutrina da Igreja Primitiva sob a orientação apostólica. O sentimento daquele povo também deve orientar nossas vidas, visto que queria, acima de qualquer outra coisa, servir a Deus. Este nobre sentimento norteou não só a Igreja de Jerusalém, mas todas que foram sendo fundadas pelo trabalho apostólico e evangelístico, como foi o caso de Antioquia na qual os discípulos foram chamados pela primeira vez de Cristãos. Cristão denominava o seguidor fiel de Cristo porque nos faz entender que ele falava e anunciada toda a doutrina aprendida. Não se omitia nem mutilava os ensinos recebidos. Existia prazer naquilo que fora recebido e nenhum dos discípulos queria abdicar da ferramenta doutrinária uma vez que ela servia para o fundamento da Igreja.
Ao longo dos séculos vemos muitas Igrejas surgindo para guardar exatamente o que foi proclamado em Atos. Montanistas, Novacianos, Donatistas, Pretrobrussianos, Arnoldistas, Cátaros, Valdenses, Anabatistas e outros são exemplos de comunidades cujo intuito foi restaurar o padrão primeiro, muito embora em seus tempos já existisse perseguição devido à dominação católica nos seus territórios. Mas, eles não cederam aos caprichos espúrios de Roma em razão de temerem mais a Deus do que aos homens. Por conseguinte, a semente plantada por esses movimentos ainda germina e brota, basta verificar quem se presta a guardar todos os oráculos primitivos.
Sabemos que o quadro hoje é muito diferente da era apostólica, mas isso não é desculpa para não sermos uma genuína Igreja. Aliás, Jesus prometeu que sua Igreja jamais sucumbiria diante das adversidades do mundo. Ele mesmo proclamou a promessa de seu cuidado e demonstrou a resiliência da geração futura quando disse: “as portas do inferno não prevalecerão contra minha Igreja” (Mateus 16:18). Portanto, percebemos cumplicidade neste propósito, porquanto Deus sempre guardará um povo genuinamente seu, um povo fiel que pretende guardar todo o conjunto doutrinário sem se cercar de valores desta vida e apadrinhamentos com os reis e príncipes deste mundo. Por exemplo, essa Igreja remanescente não comunga com ideais políticos para ser por eles protegidos, não tem a meta de participação político partidária, não elege e não é eleita porque seu Senhor é o Cristo, Senhor dos senhores e Rei dos reis.
O remanescente fiel é a Igreja que mundo precisa porque ela terá em si a genuína conversão e não fará conchaves para negociar outros meios como pretende o ecumenismo. Essa Igreja preza pelo único meio de salvação e se concentra em receber dele graça e luz para seu viver. Mas há muito mais! Uma Igreja cheia do Espírito Santo através do qual se verifica calor nas pregações, vida nas palavras e fidelidade na vida do pregador demonstra a aptidão para fazer uso da Palavra e falar de uma experiência genuína pautada nas Escrituras. Não podemos, entretanto, esquecer que antes de ela se manifestar ao mundo é necessário um ato específico: consagração. Ninguém de boa fé sai sem estar em comunhão com o Altíssimo, pois paz parte do ministério da pregação. Guardar toda a doutrina e perseverar nela é outro sinal que distingue a Igreja que o mundo precisa.
Uma comunidade genuinamente cristã que absorveu esse sentimento da Igreja primitiva com piedade e devoção foi a dos Morávios, mas foi após longos períodos de luta espiritual. O conde Zinzendorf recepcionou muitos fugitivos de perseguições na Europa em suas terras no século XVIII com a finalidade de lhes dar abrigo. Com o tempo, discórdias e conflitos começaram a ocorrer devido às várias correntes religiosas que pertenciam. Foi neste momento que o conde ousou colocar todos para orar. Ninguém poderia mais discutir, mas somente orar. Um grande avivamento ocorreu entre eles a tal ponto que passou a ser uma comunidade referencial na questão do Ágape. Romperam com os dilemas e conflitos para ficarem em paz e harmonia. A partir daí começaram a ter um olhar piedoso para o mundo e começaram a enviar muitos missionários para a África, América do Sul, América do Norte e Ásia. Eles perceberam, quando não mais lutavam entre eles, que agora com o espírito de piedade das Escrituras o mundo precisava deles para anunciar as verdades percebidas pelas experiências que passaram. Além disso, os missionários que iam não só eram sustentados pelos recursos financeiros, mas pelas orações já que todos os dias eles oravam e se reuniam em oração numa determinada hora. Isto aconteceu por cem anos.

Dias de glória em Jaicós


Quando uma Igreja temente a Deus busca almas perdidas pelo mundo e sai celebrando um alto desempenho é sinal da providência de Deus sobre ela. O Senhor da seara derramou de seu Santo Espírito sobre seus filhos para que pudessem ir pelos quadrantes do mundo a fim de proclamarem suas verdades plenamente. Quem assim procede será amado de Deus e verá grandes coisas acontecerem.
Eu e muitos irmãos, na primeira viagem que fiz a Jaicós, vimos o Senhor salvar e Deus operar alterando providencialmente a dinâmica da natureza em prol da salvação de almas. Lembro-me que o padre do local ficou pasmo com a situação, mas quem mandou mexer com os pequeninos que pertencem ao Senhor?
Mais uma vez Jaicós chama atenção. Nestes últimos dias de cruzada na cidade, muitos irmãos atuaram fervorosamente através da oração, de jejuns, de pregação etc. Novamente a cidade foi visitada pela presença de Deus e muitas pessoas se converteram. Até este momento, 28 pessoas se renderam a Cristo, mas sabemos que quando o quadro se apresenta desta maneira teremos logo novas conversões fruto deste trabalho maravilhoso.
À Igreja que fica em Jaicós, continue perseverando e guardando o que tem recebido. Moriá chegou até vocês não para ser mais uma Igreja. Moriá persevera na guarda da sã doutrina e não abdica deste privilégio, muito embora em alguns movimentos precise reafirmar seus valores em decorrência da frieza de alguns, lutamos sempre para guardarmos o vínculo com o sagrado, pois quem nos chamou para esta obra foi Deus. Bem-aventurado aquele que atendeu a esse chamado e não se desviou deste propósito para caminhar por outros caminhos.
Que Deus em Cristo vos abençoe poderosamente e opere muitas outras maravilhas entre os irmãos.  

irmão Denilson levando Pr. Edimilson e família para Jaicós-PI


culto no ônibus rumo a Jaicós



hospedados na escola em Jaicós


culto no templo Moriá em Barreiras





Cruzada











Pr. Edimilson pregando

rádio a serviço de Moriá



evangelista Cláudio (CEM)