quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

humilis


A ideia de superioridade do outro sempre fez parte do preceito cristão, apesar de não ser bem observado. Um dos primeiros grandes momentos neotestamentários que atestam esse fato está contido na expressão da “voz” que clamava no deserto, João Batista, quando disse: “É necessário que Ele cresça e eu diminua” (João 3:30). Podem até alguns intérpretes tergiversarem sobre o assunto, mas é notória a prédica bíblica da humildade e submissão entre os discípulos de Cristo.
Em Mateus 5, vemos elencadas virtudes cristãs ensinadas pelo Messias a fim de os discípulos compreenderem a importância do feito naqueles termos. A humildade praticada assume papel de um inconformismo pacífico, por exemplo, diante da agressividade. É uma forma de dizer que o opressor está errado sem uma argumentação precisa e bem amparada por pareceres diversos, sobretudo, propõe ser uma demonstração eficiente da graça divina através de obras na vida do crente intituladas de justiça, pois é mais justo sofrer do que revidar. Por isso, a mensagem da fé recomenda-nos uma linguagem espiritual para observarmos e sermos contagiados pelo fazer correto. Paulo, com pleno entendimento sobre a maneira de ser, ensinou: “A ninguém torneis mal por mal...” (Romanos 12:17). Além de asseverar a obra cristã, também nos induz a pensar sobre os efeitos da graça na vida o agressor: “Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça” (Romanos 12:20). O ensinamento apostólico aponta para uma consequente crise de consciência daquele que impõe pesar sobre o outro cristão. Esse sentimento possibilita contrição e pode gerar arrependimento, induzindo o homem mal para a salvação.
Vidas cristãs têm a necessidade de cativarem tais virtudes como meios de santificação e também de proclamação das boas novas. Um cristão praticante eleva o conceito da graça de Deus no mundo, possibilitando uma visão mais atenciosa para os valores ensinados por Cristo. Um cristão praticante vale mais do que um cristão falante, por isso, sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos (Tiago 1:22) e entenda que a verdadeira humildade não é pensar menos de si mesmo, mas pensar menos em si mesmo (C.S.Lewis).  

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