quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Renovo



Os fins e os começos dos ciclos da vida parecem distantes entre si, talvez pela ideia nascitura de um em oposição à morte do outro. Contudo, sua proximidade é patente, registrando quase no mesmo instante o findar de velhas histórias que abrem perspectivas para o novo do sobressaído momento. Permitem, além do mais, aos que se dispõem à tarefa da reflexão, um olhar apurado sobre as tantas experiências tempestivas e intempestivas ocorridas durante o tempo decorrido, tal qual fogo devorador não poupou os instantes, consumindo-os de forma rápida e versátil, fazendo desaparecer, depurando e até mesmo moldando caprichosos feitos.
Certamente, neste novo ano somos impulsionadas à esperança. Sim, não podemos esquecer uma das virtudes máximas elencadas como superior pelo texto sagrado. A esperança, a fé e o amor transmitem o parecer da Escritura para cada momento da carreira cristã, enquanto o glorioso dia não refulge com a glória esperada. Precisamos, neste momento de reflexão, fazer uma inclinação para nosso interior a fim de verificarmos quais sentimentos pretendem nos nortear neste novo momento da caminhada de servirmos a Deus verdadeiramente. Estaremos dispostos a mudar, caso precisemos? Desejaremos ir além, superando os sucessos anteriores? Pagaremos o preço de cada atitude para que a glória seja somente para o Cordeiro de Deus?
Como fiéis aos preceitos cristãos, precisamos entender que os erros e os defeitos merecem ser esquecidos, mágoas não devem ser suscitadas, intrigas despedidas e lançadas longe para que toda virtude prevaleça. Respirar com a espiritualidade cristã não só elevará o sujeito cristão como também enriquecerá o coletivo dos tementes a Deus congregados na mesma comunidade. A transmissão de valores e o exercício do mesmo não tardará em proporcionar uma Igreja revestida do calor do Espírito e do bálsamo da paz, se tão somente desejarmos acima de qualquer coisa, inclusive, de nós mesmos, crucificar o eu e viver a santidade oportunizada como dádiva imerecida com a qual teremos o pudor de manifestarmos a identidade anabatista.

Vosso servo, pr. Heládio Santos

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