sexta-feira, 25 de setembro de 2020

O ofício da mulher na Igreja

 


Desde a criação do homem e da mulher o Senhor designou, para cada um, funções específicas. Ao homem cabe o exercício de domínio (Gênesis 1:26) e à mulher ser sua ajudadora (Gênesis 2:18). Por ser uma regra absoluta, enquadrada dentro do padrão moral divino, importa reconhecermos sua perpetuidade. Contudo, nesses tempos contemporâneos, tais conceitos foram depreciados e, em ritmo acelerado, suscitaram-se exigências para as quais a mulher cristã, por exemplo, deveria ocupar e exercer funções tipicamente masculinas na Igreja, muito embora não haja prescrição bíblica para tanto. Por esta razão e através de uma sucinta reflexão, tentaremos mostrar onde a mulher cristã se encaixa melhor com seus inspirativos talentos.

O “magnificat” (Lucas 1:46-55) de Maria demonstrou qual o grau de envolvimento possível dentro do propósito de Deus para a serva do Senhor, ou seja, através do sentimento de sujeição quanto a vontade divina, da devoção e da sensibilidade para comunhão; todas extraindo suas virtudes como referencial da graciosa espiritualidade, servindo, deste modo, como retaguarda extremamente necessária para o efetivo trabalho de auxílio. Como desdobramento, o servir de apoio para aqueles que segundo a vontade de Deus foram vocacionados para ministérios específicos, qualificam-nas como personalidades de grande referencial no contexto eclesiástico. Por exemplo, foi registrado que a sogra de Pedro servia a Cristo e a seus discípulos (Marcos 1:31). Da mesma forma quando a mulher com vaso de alabastro (Lucas 7:36-49) “banhou” a Cristo, antes de sua morte, preparando-o para o momento fatídico de sua missão, revelou seu apreço e o cuidado de seu coração pelo Salvador. Ação semelhante foi notificada no domingo da ressurreição, enquanto os discípulos ficaram acuados num cenáculo, mulheres foram revestir o corpo de Cristo de acordo com prática dos rituais fúnebres, mais uma vez, demonstrando singeleza de coração, ousadia e fé para o servir (não foi sem motivo que foram privilegiadas por terem sido as primeiras testemunhas da ressurreição de Cristo). Ou seja, a mulher tem uma sensibilidade e virtudes tão preciosas para auxiliar que a idoneidade lhe identifica definitivamente melhor com os propósitos de sua criação. Assim, ela foi designada por Deus para o exercício de atividades mais relacionadas às suas virtudes porque requerem delas sua perspicácia inata, não sendo assim tão robustas e espinhosas como foram aquelas destinadas a homens.

No desdobramento do Reino de Deus, no período apostólico, a ênfase de Paulo quanto ao trabalho feminino dá sequência ao mesmo modus praticado pelo Senhor. De semelhante modo, sentiu-se privilegiado pelo apoio feminino e exalta este trabalho com a grandeza que as cristãs das diversas Igrejas de seu trabalho mereciam (Romanos 16:1, 6, 12; Filipenses 4:3).  

Desta maneira, atribuições que são destinadas aos homens, inclusive, ensinadas nas Escrituras, jamais deveriam ser praticadas pelas mulheres, pois são incompatíveis com a natureza do seu ser. Mulheres pastoras, exercendo autoridade como a de homem, realizando batismos, ensinando como se tivesse uma vocação específica para isto contrariam o ensino bíblico e a própria atribuição. Não queremos menosprezar a potencialidade feminina, contudo, procuramos tecer alguns comentários breves para uma reflexão sobre onde a mulher cristã se enquadra melhor em virtude de quem é. As vocações e as ordenanças, por exemplo, estão referenciadas na Bíblia e foram praticadas apenas por homens (Efésios 4:11 e João 4:1-2), restando para nós o pensamento de que somente eles podem exercer tais papéis. Preocupando-se com este problema e pela disseminação de ensinos contrários às Escrituras, contidos no apócrifo de Paulo (Atos de Paulo e Tecla), em sua época Tertuliano fez algumas recomendações e alertas:

Mas a petulância da mulher, que já usurpou o direito de ensinar, não se arrogue também o direito de batizar. Não! A menos que surgissem algumas novas bestas semelhantes à antiga. Aquela pretendia suprimir o batismo; uma outra quer administrá-lo ela mesma. E se essas mulheres invocam os escritos, que erroneamente levam o nome de Paulo, e citam o exemplo de Tecla para defender o direito de ensinar e batizar, saibam que foi um presbitério da Ásia que elaborou este escrito, como que cobrindo sua própria autoridade com a de Paulo. Depois de conhecida a fraude e tendo confessado que agiu por amor a Paulo, foi deposto. De fato, como seria fidedigno que o apóstolo desse à mulher o poder de ensinar e batizar, ele, que só com restrição permitiu às esposas que se instruíssem? Disse: devem silenciar e perguntar a seus maridos em casa. (De Baptismo, XVII)

   

Pr. Heládio Santos       


Um comentário: