sexta-feira, 26 de junho de 2015

O virtuoso, um alguém do passado

            A virtude é elemento qualitativo presente em pelo menos três categorias da vida: moral, religiosa e social. Há tempos que gente de boa conduta e de boa índole reconhece um comportamento virtuoso, associando-o ao exemplar. Desta maneira, a qualidade de ser virtuoso encontrou destaque e honra pelos muitos anos em que foi empregado. Hoje, com a insistente decadência da moral e o perdimento dos conceitos do que é certo e errado parece que o termo foi esquecido.
            Virtuoso sempre foi consagrado pelo sentimento e pela prática do dever. Dever é consciência, é raciocínio, é entendimento e equilíbrio para realizar aquilo que é esperado para conservação de determinado contexto social. Com o advento do “devir”, conceito que entende o sujeito em “transformação” no qual “supera” paradigmas e inova com práticas relativistas e imorais, surge uma nova maneira de ser (vir-a-ser) na qual não há expectativas de deveres, mas muitas “liberdades” que desestruturam colunas que sustentaram durante centenas de anos a humanidade. Obviamente que a filosofia não trata do assunto dessa forma, mas com o cientificismo rebuscado tentando demostrar que algumas mentes “brilhantes” que pensam nosso tempo têm razão em seus projetos e teorias sobre a vida.
            Entretanto, sempre que há uma modificação do padrão (falo em valores absolutos), a sociedade incorre para problemas. Os valores e virtudes estão sendo esquecidas porque herói, hoje, é quem faz o errado; quem tenta fazer o certo está ultrapassado. Antigamente, uma pessoa ao receber uma multa de trânsito pagava porque reconhecia seu erro. Hoje, o motorista ousa ir até o STF para não ser penalizado, mesmo tendo cometido infração e tendo ciência dela, mas não se acha na obrigação de pagar o preço da desobediência. Certamente que esses pensamentos equivocados são oriundos das teorias sociais aplicadas nas universidades que depois ganham aderência do senso comum sem a devida reflexão.
Cabe lembrar que até os mais venerados pensadores sofreram duras penas pela incursão por um campo que não lhes era possível já que era assunto definido e outrora apresentado para alcance do virtuoso. Nieztsche proclamou “Deus está morto!” tentando dissuadir a humanidade do caminho do Cristianismo. Morreu louco num hospício. Foucault, “discípulo” de Nieztsche, tentou suicídio e morreu em consequência da AIDS. Esses dois exemplos citamos com lamentação já que servem para revelar alguns que fugiram e estimularam à fuga do virtuoso.

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