quinta-feira, 19 de abril de 2018

Pregadores do "eu"


Não seria inoportuno dizermos que as maneiras pelas quais as pessoas se expressam, muitas vezes, demonstram uma carga exagerada de individualismo, sendo esse um individualismo compartilhado sob diversas formas. Se o problema se restringisse a esse, não teríamos nenhuma novidade, mas por trás dele apresenta-se uma verdadeira ânsia de reconhecimento, carência e busca por renome.

Associando esse problema à comunidade cristã, é fato para lá de inusitado, pois o cristão deveria ter aprendido do Mestre que importa que Ele (Cristo) cresça e nós diminuamos (João 3:30). Ou seja, o que tem preeminência na vida do crente é a glória de Cristo e não sua própria. Entretanto, com a famigerada febre pelo elogio ao “eu”, tem-se praticado um comportamento contrário aos mais excelentes valores cristãos para propor talvez uma releitura do modelo digno do ser cristão. Por exemplo, cristãos que se apresentam em redes sociais discutindo valores cristalizados e efetivamente absolutos, transmutando-os de forma vulgarizada, não estão querendo chamar à atenção para si como se fossem doutores do saber? Pregadores que ostentam uma suposta espiritualidade e unção quebrando paradigmas, assumindo um papel autossuficiente, desonrando, inclusive, o bom senso para ser reconhecido e bem amado por ouvintes estranhos ao seu círculo de atuação não desprezam suas supostas origens bíblicas? A estratégia dos cristãos individualistas e carentes é um estremo anelo pelo reconhecimento, pela fama e pelo bem quisto. Elencamos duas hipóteses para essa situação: ou são carentes por sentirem-se solitários ou são “carentes” por almejarem um estilo ufanista. Quem sabe? Só se sabe que é assim! Além disso, não se sentem incomodados quando renunciam os pilares que nortearam sua fé; abnegam-na para alcançar o maior grupo de admiradores possíveis, independentemente de onde pregam, sobre o que pregam, não levando em consideração suas convicções e saúde espiritual.
Lamentavelmente, o orgulho passa a reinar nesse que poderia ser reconhecido como homem de Deus, caso fosse humilde e abnegado, mas como o que importa é o reconhecimento, Cristo e a sã doutrina são postos de lado.
Que Deus levante homens de Deus nesse tempo de trevas!         

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