segunda-feira, 9 de julho de 2018

Uma chamada para os UNIVERSITÁRIOS EVANGÉLICOS


Já são mais de 8 milhões de universitários em nosso país. Um número que impressiona, pensando que no início deste século eram apenas cerca de 2,7 milhões. Mas, diante de mais de 200 milhões de habitantes no Brasil, a população universitária é de apenas 4%. Estar dentro de uma universidade diante desta realidade é um privilégio.

Neste mesmo período, o número de evangélicos também cresceu bastante. Já são hoje cerca de 60 milhões de pessoas ou 29% da população que se declara evangélica. Em dez anos, o número de evangélicos cresceu mais de 60%. Este número também impressiona, mas sabemos que dentro deste contingente há pessoas que se declaram evangélicos praticantes e outros que se declaram evangélicos não praticantes! E mesmo os declarados praticantes, sabemos que muitas de suas práticas não são verdadeiramente evangélicas. Não há pesquisas que mostrem a quantidade de evangélicos universitários no Brasil, mas dá para se imaginar, diante deste quadro, que não são muitos. Por isso é um grande privilégio ser um universitário evangélico em nosso país.

Maurício Jaccoud da Costa, pastor e missionário da Cru Campus (www.cru.org.br) atuando na evangelização de universitários. Doutorando em Teologia pela PUC-Rio pesquisando a vivência do jovem universitário evangélico. Casado com Caroline há dez anos. Membro da Igreja Batista Vila Sete, Maringá – PR.


O crescente ingresso de evangélicos em Universidades brasileiras deveria ser melhor tratado pelos pastores e Igrejas. A razão é simples. A maioria desses cristãos não está preparada para os embates que terão de enfrentar nas aulas com professores, principalmente os ateus. Não que isso seja um ato obrigatório: a discussão. Não é! Mas, não podemos descartar a possibilidade de o cristão caminhar por terreno arenoso e até movediço quando for apresentado às interpretações atuais dos pilares das teorias acadêmicas, discursos que em muitos casos desabonarão os valores cristãos. Diante disso, sua fé simples, sem uma argumentação coerente no campo acadêmico, ocasionará um desânimo pela doutrina cristã de tal modo que muitos estarão sendo tentados e até forçados a abdicar de suas convicções em vistas de suas impossibilidades de negar aquilo que alguns lobos vorazes ensinam em suas salas de aula.
O processo de massificação acadêmica de hoje tem como objetivo formar pessoas humanistas, hedonistas e desprovidas de qualquer vínculo religioso (parece ser isso). Possivelmente uma maneira de consolidar uma perspectiva de não dependência de Deus nem de seus preceitos. Para David Kinnaman, presidente do Barna group que realizou uma pesquisa sobre o assunto nos Estados Unidos recentemente, afirmou:
Os dados mostram que algumas cidades – principalmente as gerações mais jovens – são mais resistentes ao Evangelho do que outras. É cada vez mais comum as pessoas deixarem a religião, Deus, as igrejas e a tradição de anos. Alguns observadores afirmam que as universidades são um terreno fértil para o sentimento ateísta. Os dados dão suporte para entender que as universidades são lugares confortáveis ​​para os jovens que abandonaram a Deus e assumiram o controle de suas próprias vidas. (fonte: https://guiame.com.br/gospel/noticias/maioria-dos-jovens-se-tornam-ateus-depois-que-entram-na-universidade-segundo-pesquisa.html)

Alguém pode sugerir que esse comportamento é distinto no Brasil. Será? Nosso país segue as fortes tendências americanas “por invejarmos” sua posição de primeiro mundo e desejarmos esse status. Sua influência é marcante nas mais distintas manifestações sociais, seja no campo individual seja no coletivo. É muito comum vermos indivíduos usando trajes semelhantes aos americanos, muito embora o clima não seja favorável àquela indumentária. Shows com todo aquele aparato técnico imita categoricamente aquilo que se verifica no país do Tio Sam. Noutras palavras, vivemos uma aculturação nos mínimos detalhes. Dada essa situação, não é de admirar que evangélicos se desviem da fé para fazerem confissões ateístas porque nos EUA virou hábito, mas não só por isso. Há também uma falta de valoração pela singularidade da fé, razão que motiva os ingressos, muitas vezes sem autoestima, a rumarem para o bem quisto e para a aceitação nos seus cursos de graduação em razão de terem se tornado, agora, críticos da religião que professaram. Querem ser figuras emblemáticas porque ao tomar a atitude de romper com as convicções cristãs dizem que se libertaram dos discursos fictícios e deixaram de ser enganadas pela “mitologia cristã”.
Um dos ramos que ajudam na perpetuação e na disseminação do ceticismo cristão na academia chama-se Richard Dawkins. Richard Dawkins é um professor da Universidade de Oxford, evolucionista e famoso ateu que desabona a ideia de um Deus cristão, criador de todas as coisas e que tem estabelecidos valores absolutos. Em entrevista à revista Fórum sobre a existência de Deus, ele foi objetivo: “Nós não sabemos se fadas existem. Nós não levamos a sério a existência do deus nórdico Thor, ou de Zeus, ou de Dionísio ou de Shiva. Até que tenhamos sérias evidências de que algum deles tenha existido ou que exista, nós não perdemos tempo com isso. Por que deveria ser diferente com o Deus cristão, ou com o judeu ou com o muçulmano?” (fonte: https://www.revistaforum.com.br/entrevista-com-richard-dawkins-pop-star-do-ateismo/). A mentalidade de Dawkins é importada não só para os ambientes onde a biologia e a química prevalece, mas também para o campo das humanas. Formula-se, a partir daí, uma equação de grandeza mais que elevada, visto que se unem nesse propósito Ludwig Feuerbach, Friederich Nietsche, Jean Paul Sartre, Michael Foucault e Dawkins, entre muitos outros, para diminuir o valor do Cristianismo. Para quem não sabe, Feuerbach foi o pensador que primeiro expressou a ideia de Deus como sendo uma invenção humana. Com esses fundamentos, o ateísmo cresceu e se reinventa (se é que podemos dizer assim), pois alcançou grande recepção nas mais diversas correntes filosóficas: o existencialismo, o objetivismo, o humanismo secular, o niilismo, o positivismo lógico, o anarquismo, o marxismo, o feminismo e muitos outros. Esse cenário é, então, aquele no qual o cristão não preparado irá caminhar ao ingressar na faculdade. Em muitos casos, ficará desassistido e em outros negará sua fé, uma vez que o ambiente acadêmico é severo ao extremo com os que confessam a fé cristã.          
Mas, num esforço para fortalecer o vínculo cristão e firmá-los, os ingressos acadêmicos têm a oportunidade de um acompanhamento espiritual sério e comprometido. O pastor Glauco Barreira Magalhães Filho desenvolve um trabalho de capelania universitária para jovens em Fortaleza, Ceará, desde 2015, denominado COMUNIE – Comunhão Universitária Evangélica, opondo-se a esse sistema espúrio de alguns professores de universidades. Para o pastor Glauco: “O jovem cristão deve revelar que a sua fé em Cristo não é ‘algo de fim de semana’, mas o núcleo central de sua existência. Desse modo, o não cristão poderá ver que a igreja não é para ele um mero entretenimento ou um paliativo para as dores da vida temporal”. O pastor Glauco Barreira é conhecido pelo seu zelo doutrinário e eclesiástico. Sensibilizado pela falta de amparo de muitos evangélicos nas Universidades, firmou um propósito de auxiliá-los nessa caminhada, visto que conhece bem o ambiente universitário. O pastor Glauco é professor efetivo da faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará e já foi professor e coordenador do curso de Direito de várias outras: Unifor, Grande Fortaleza, Fametro, além de ser palestrante em eventos acadêmicos. A proposta defendida pelo pastor Glauco é que os universitários evangélicos se apropriem de sua fé de modo a influenciar o meio acadêmico e não o contrário. Para ele, “a fé só mostrará a sua posição central em nossa vida quando determinar as nossas prioridades, as nossas motivações e o nosso pensamento. Um cristianismo que não influencie as pesquisas e a mentalidade acadêmica não impressionará ninguém. Devemos, assim, mostrar coerência entre crenças e práticas. A partir daí, poderemos evangelizar com autoridade, sempre prontos a aproveitar cada oportunidade”. Para tanto, faz-se necessário um encorajamento contínuo. O pastor Glauco está sempre realizando eventos no início e fim de cada semestre, pregando sobre temas que envolvem o universo acadêmico e conflitam com os valores cristãos. Durante os semestres têm participado de eventos dos grupos de evangelização acadêmico e interagido com muitos alunos. Tem também promovido eventos mais amplos voltados para as diversas áreas do saber, seja na área da biologia, do direito, das ciências humanas, das ciências e tecnologias, vinculando-as com o Cristianismo, ou seja, criando uma mentalidade na qual o cristão poderá entender que é possível defender os valores cristãos nas diversas áreas do saber sem negá-las. Veja as matérias dos eventos realizados:
I Simpósio da COMUNIE:
I Simpósio de Design Inteligente do Nordeste: http://jornaltochadaverdade.blogspot.com/2017/11/design-inteligente.html
Musical “Dá-nos a religião dos velhos tempos”:
http://jornaltochadaverdade.blogspot.com/2018/05/noite-do-musical-da-nos-religiao-dos.html  
Após vários eventos da COMUNIE, a grande questão neste momento é saber onde estão os tantos universitários cristãos de Fortaleza (CE). Será que não se deram conta de que a fé cristã está sofrendo um severo ataque nos centros acadêmicos? Será que não perceberam a necessidade de unirem-se nesse propósito a fim de poderem ter liberdade de proclamarem e defenderem sua fé nas salas de aula? Será que eles não perceberam que políticos têm usado de políticas públicas para apadrinhamento dos alunos e com isso incutido doutrinamento ideológico de vertente esquerdista, que se opõe aos preceitos cristãos? Muitos questionamentos poderão ser aqui apresentados buscando uma resposta para a ausência desses nas reuniões e programações da COMUNIE. Parece que os universitários cristãos não se identificaram com a causa, por mais que isso seja em prol do próprio benefício deles.
Que este artigo sirva de alerta e de chamamento para os próximos eventos da COMUNIE.

Heládio Santos
Bacharel em Ciências Sociais e Filosofia
Pós-graduado em Comunicação Social e História

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