sábado, 12 de setembro de 2015

O começo da renovação espiritual

Abaixo o relato do pastor Enéas Tognini sobre seu batismo no Espírito Santo. Destaco seus atos de renúncia, de abnegação, de desapego, de liberdade e de percepção da vontade divina notificados nessa experiência de tão significativa importância para o despertamento individual.  

“Era o dia 16 de agosto de 1958. Era pastor da Igreja Batista de Perdizes e diretor do colégio Batista de São Paulo. Ó se me lembro! Era um sábado. Levantei-me às cinco da manhã e entrei para o meu escritório na casa pastoral. Orei cerca de uma hora e meia e o céu parecia de bronze. Deus estava em silêncio, profundo silêncio! Fui ao café, e voltei para a batalha da oração. Mais duas horas de luta, como Jacó no vau de Jaboque. Nenhuma resposta do céu. Desacorçoado, levantei-me dos joelhos e sentei-me na mesma poltrona de onde hoje escrevo esta nota. Apoiei a cabeça nas mãos e estava meio em desespero por Deus não me responder à oração. E quando nessa aflição, ouvi a voz de Deus, tão perfeita como a de qualquer mortal, que me dizia num tom profundamente imperativo: ENTREGA... Ao ouvi-lo, não tive dúvida nenhuma de que era realmente a voz de Deus. E eu respondi: ENTREGA O QUE, SENHOR? E Deus me disse: A BIBLIOTECA (tinha uma biblioteca de aproximadamente 4 mil volumes e era para mim um grande e terrível ídolo): e eu disse: ENTREGO SENHOR! E Deus me pediu o segundo ídolo: A DIREÇÃO DO COLÉGIO BATISTA; e eu disse logo: ENTREGO TAMBÉM, SENHOR! E Deus foi ao meu terceiro ídolo: O PASTORADO DA IGREJA BATISTA DE PERDIZES; e eu respondi: ENTREGO, SENHOR! Então Deus continuou e me disse: A FAMÍLIA; relutei um pouco, mas disse: ENTREGO, ENTREGO, SENHOR! Ao entregar o último ídolo, veio sobre mim um poder tal como nunca experimentara em minha vida. Um gozo profundo no coração! Uma paz maravilhosa. Banhei com lágrimas a minha mesa de estudos. Fui revestido de poder do Alto. A Bíblia passou a ser um livro novo para mim; orei com liberdade fora do comum. Tive consciência mui sensível do pecado. Senti profundo amor pelos meus irmãos e pelas almas perdidas. Tive muita coisa em minha vida para endireitar, inclusive procurar algumas pessoas para pedir-lhes perdão. Passei a pregar com tanto poder que todos estranharam a mudança em mim operada.” (Tognini, Enéas. Renovação Espiritual no Brasil. São Paulo: Editora Renovação Espiritual, 1984, pg. 15-16)

Que o Senhor posso achar aqueles que assim possam fazer para tirar a letargia da Igreja de nosso tempo.

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