segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Memórias de Moriá – o ano de preparação, uma das vertentes

Local do primeiro culto de Moriá
Em 1988, um rapaz tímido e caseiro começou a descobrir um mundo outrora desconhecido: um mundo rebelde e irreverente. Apresentaram-no ao som de “geração coca-cola”, uma música de uma banda de Brasília, através da qual se engajou num grupo com alguns colegas de bairro os quais se tornariam mais tarde responsáveis por sua conversão. De muitos colegas restaram quatro que se encontravam semanalmente e eram fiéis aos seus gostos musicais e juvenis.
Aquele foi um ano memorável. O rapaz começou a ouvir e a entender as letras de bandas pop-rock, principalmente, a Legião Urbana. Gostava também de Titãs, Paralamas do sucesso, Ira, Zero e Cazuza. A febre juvenil causada pelo veneno musical o despertou para amores concretos e não mais platônicos. Nas baladas, acostumou-se a namorar desconhecidas, ficando com uma e com outra na mesma noite. Não tinha amor certo, apesar de querê-lo muito. Encantado com o véu que lhe cegava, dedicava-se à dança, extravasando até suas últimas forças nos “agitos jovens” de finais de semana. A noite começava e terminava e não o via parar com o inquietante movimento de corpo ao som ensurdecedor das grandes caixas acústicas. Shows no ginásio Paulo Sarasate? Não perdia um. Muito embora não tivesse interesse e apreço por algumas bandas que lá tocavam ia devido à juventude presente. Queria ver, mas não ser visto, vivenciar, conhecer, ficar amigo, transmitir algum sentimento provocado pela “alvorada voraz”... É importante mencionar que todos do grupo respiravam e transpiravam aquela emoção que os fazia dizer mais ou menos assim: “Às vezes parecia que de tanto acreditar em tudo que achávamos tão certo. Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais, faríamos  floresta do deserto e diamantes de pedaços de vidro”. Que grupo! (suspiro)
Contudo, o quarteto dos solitários buscava algo. Eram quatro que restaram, depois só três. Enquanto eram, viviam intensamente o tempo juvenil, encontrando-se sempre durante a semana para conversar sobre assuntos relacionados com o ser jovem. Noites estimulantes para as baladas de fins de semana. Ouviam juntos “Legião”, expressavam seus anseios, sonhos, ambições... Havia integração, não havia brigas ou discórdias, somente um sentimento de “ganhar a vida”, sentimento um tanto quanto solidário. Eram como iguais, apesar de conhecerem-se diferentes. Algo os uniu, fazendo com que essa união durasse o suficiente para um redirecionamento de vidas logo a seguir.
Tudo ia muito bem, até quando outro jovem, um ex-surfista sem parafinas no cabelo, encontrou parte desse grupo numa daquelas noites (o mais insignificante dos jovens do quarteto não estava presente e até hoje não se sabe aonde se encontrava, pois sempre “batia o ponto” naquele ambiente da rua por aqueles tempos). Eles ouviram uma mensagem diferente, revigorante e inspirada pela vida abundante de Deus. Ouviram e atentaram, como poucos, para a mensagem da cruz, do perdão de pecados e da salvação. Um convite inesperado foi proferido pelo jovem “intrometido”: estava programado um culto na Rua Joaquim Torres, 935, Joaquim Távora, e o jovem pregador queria vê-los na reunião. Além da “geração coca-cola”, foram outros ouvintes para aquele culto o qual pareceu exercer forte influência sobre eles. Uns se converteram, outros ficaram impactados e outros nada sentiram, porquanto aqueles que se converteram perceberam e disseram: “Eu sei é tudo sem sentido”, referindo-se a efemeridade da vida. Ali começava um mover de Deus através das vidas de jovens rebeldes na paróquia da Piedade cujas vidas passaria por uma profunda transformação pelo Evangelho.
Neste momento, parte da “geração coca-cola” se rendeu a Cristo, tornando-se “Geração eleita e sacerdócio real”, enquanto os outros continuaram uma vida sem Cristo. Os convertidos foram discipulados pelo jovem pregador. Vinha ele trabalhar naquela localidade em razão de seu chamado. Deus o havia inspirado a sair de sua terra para ir a outra mostrada pelo Deus da glória. Nesta “nova terra”, semeou o Evangelho e logo fez sua primeira colheita. Os primeiros frutos foram “jóias brutas” cujos talentos necessitavam ser lapidados. De modo que aceitaram e confiaram suas vidas à instrução daquele jovem homem que dedicou muito de sua preocupação àqueles que considerou como filhos (sentimentos de saudades deste tempo, apesar de não ter participado deste momento).

Desta forma, a primeira “geração coca-cola” findou-se, começando, assim, Moriá...

2 comentários:

  1. O ex-surfista é o pastor Glauco, e os da geração coca-cola, quem são??

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  2. Lembro dessa casa. Mas quando eu fui tinha um letreiro com o nome da igreja Moriá. Perguntei uma moça (Depois descobri que era a Glívia,irmã do Pastor Glauco): Por que Moriá? Ela me explicou que era por causa do nome do Monte onde Abraão foi testado por Deus para que supostamente tivesse de sacrificar seu filho Isaque.
    Quem me levou foi a irmã Maninha para um estudo bíblico sobre o batismo no Espírito Santo, que eu já me desesperava para receber

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