segunda-feira, 31 de agosto de 2020

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Ele exaltado

 

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Cabelos naturais e a falácia midiática

Uma suposta valorização do indivíduo passou a ocupar a pauta midiática quando a mesma fala da conservação de cabelos naturais, enfatizando, principalmente, cacheados e crespos como selo identitário de quem a mulher é de fato e de verdade. Pelos meios de comunicação, agora, ouve-se uma defesa com espírito militante desses dons naturais e da sua essência numa oposição severa à agregação de determinadas ações para alterá-los. Essa fala também pretende resgatar o prestígio das mulheres “desvalorizadas” em décadas passadas por não consentirem com a alteração de sua naturalidade em meio à crise instaurada pela moda corrente daquele momento. Antigamente, cabelos loiros, longos e brilhantes, estirados, pintados e frisados (alguns ainda hoje) eram os que ganhavam maior notoriedade com status de beleza, enquanto os demais, principalmente os crespos, eram ridicularizados e coagidos às sombras para nem serem notados, mas a adesão à modificação de sua essência capilar inseriria a mulher em outro patamar: o do reconhecimento e o de estar na moda efervescente, como diria madame C.J.Walker. De fato, uma situação explícita de exclusão social e de manipulação cujo real intento era apresentar sempre a prevalência de determinados modelos de cabelos tidos como perfeitos em detrimento de outros, seguramente, menosprezando esses outros por questões raciais.

Por outro lado, na genuína Igreja cristã sempre houve apreço pelos aspectos naturais do cabelo e pela sua composição. Pedro, inclusive, inibe a prática manipuladora do seu tempo ao falar que o adorno da mulher não deveria ser o frisado de cabelos, antes o padrão natural (I Pedro 3:3). Duas razões específicas nos motivam a pensar na doutrinação de Pedro: a valorização da naturalidade e a da simplicidade. Em ambos os aspectos, destaca-se o verdadeiro sem ocultação ou fabricação da falsidade. Via-se, desta maneira, o caráter honesto da fé na qual a mulher cristã deveria conduzir-se para agradar a Deus naquilo que Ele lhe proporcionou, sendo-lhe grata e contentando-se com a dádiva divina, muito embora houvesse o peso da coerção social tentando lhe desviar das perspectivas cristãs.

Mas, a crítica midiática não pretendia reconhecer nosso comportamento cristão, talvez por vergonha do seu erro ou por alegar extremismo religioso na disciplina e no comportamento adotados pelas fiéis e símplices seguidoras do Cristo. Mas são exatamente nessas manifestações das discípulas que encontramos a valorização consciente pelo que são, sentindo prazer e gratidão pela composição desta parte de seus corpos que as tornam únicas.

Apesar de algumas Igrejas evangélicas não respeitarem esses limites, existem muitas outras que preferiram a fidelidade e a observância da naturalidade ofertada por Deus, permitindo, desde antes dessa nova moda, a valorização dos cabelos naturais (sejam eles quais forem), opondo-se a essa “preocupação” da mídia mundana que alega rompimento com preconceitos raciais, mas, quem sabe, pode ser, na verdade, uma tremenda iniciativa para uma campanha publicitária cujo real intento seria alavancar vendas com produtos que realçam essa naturalidade, confirmando mais um capricho egoísta e mercadológico. 

Pastor Heládio Santos


quinta-feira, 13 de agosto de 2020

A Obra de Pacajus

Na região metropolitana de Fortaleza, na cidade de Pacajus, a Igreja Batista Renovada Moriá conta com duas congregações, uma na localidade de Lagoa Seca (primeiro trabalho iniciado) e a segunda no bairro de Aldeia Parque. Ambas as congregações foram iniciadas pelos irmãos Assis dos Anjos (in Memoriam) e Gustavo e conservam o anelo para conquistarem muitas almas e guardarem a sã doutrina.

Atualmente, o irmão Marcos Antônio e o irmão Gustavo dos Santos estão na liderança das congregações. O ambiente já não é mais o mesmo da época em que foram iniciadas: eram cercadas por matas nativas, pouca vizinhança e o acesso ainda era por estrada de terra batida. Hoje, casas ao redor formam um bairro robusto, asfalto com divisão para ciclo faixa demonstra o avanço das políticas públicas no local; iluminação e telefonia estão mais acessíveis, facilitando a comunicação e a interação com os evangelistas e cooperadores da Igreja que prestam apoio às duas obras.

Apesar das mudanças no âmbito social, a Igreja continua fervorosa e guardando a sã doutrina, as pregações e as orações estão cheias de unção, os vivas de júbilo e glórias cumprem com a participação notória da Igreja no culto, enquanto nas atividades evangelísticas os irmãos chamam indivíduos ao arrependimento para se juntarem a essa comunidade de salvos para unidos anelarem a vinda do Senhor, mas falta uma coisa. Na verdade, alguém, pois seu longo trabalho realizado nesses locais e sua santa disposição de servir a Cristo nos deixam muito saudosistas. A lembrança do irmão Assis dos Anjos nos ajudam a amar ainda mais essa obra.

Que o Senhor abençoe todos os congregados de Pacajus!    





quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Consagração de novo pastor de Caucaia (repostagem)

Em noite de celebração ao Senhor (25/07/2020), a Igreja Batista Moriá-Caucaia assistiu mais uma consagração de pastor e de diácono, acrescentando mais dois oficiais ao corpo de obreiros, um ao presbitério e o outro ao grupo de diáconos. O evento foi realizado em Sítio na região de Garrote (onde também há uma congregação da Igreja) para atender as exigências e precauções quanto à transmissão do novo coronavírus. Essa obra surgiu há alguns anos fruto do desdobramento da Igreja do Nova Metrópole e Metropolitano.

No culto fomos agraciados tanto pelos cantos entoados como pela Palavra pregada. Um grupo de irmãs local cantou hinos inspirados elevando a Igreja ao patamar da adoração. Era visível o fervor nas palavras entoadas saídas dos lábios das servas do Senhor que provocavam brados de júbilo, glórias e aleluias. Foi de fato uma preparação para ouvirmos a palavra ministrada na noite pelo pastor Jander Lira cuja versatilidade explorou com maestria texto da Epístola aos Efésios. O tom bastante inspirativo trouxe edificação e alegria para os ouvintes, tanto para crentes como para descrentes, pois versou sobre o ofício pastoral como ministério de aperfeiçoamento da Igreja de Cristo.

A obra no Garrote surgiu há alguns anos com o consentimento do presbitério de Caucaia e de sua Igreja. O pastor Jander Lira e o pastor Diego Bruno com a visão expansionista do Evangelho entenderam à necessidade do local e a predisposição de irmãos para o efetivo trabalho na região norte da região. Dentre esses irmãos, sobressaiu-se o irmão Edlardo Messias trabalhando com afinco e dedicação para ganhar almas e sustentá-las pela instrução dos preceitos cristãos. Foi assim que os pastores verificaram sua vocação específica e começaram sua preparação para que nessa noite recebesse a imposição de mãos do presbitério. Na fala ao final da consagração, o pastor Edlardo agradeceu pelo apoio recebido, relatou suas experiências para entender o chamado de Deus e pela devoção apresentada cativou ainda mais seu público que o tinha reconhecido anteriormente sem qualquer restrição.

Além da presença da Igreja local, de familiares e amigos, compareceram ao evento o pastor Heládio Santos, representante do presbitério de Fortaleza, sua esposa Maninha, o evangelista Maurício e família e alguns irmãos da Igreja Batista Renovada Moriá de Fortaleza.

No mais, rogamos bênçãos sobre a vida e ministério do pastor Edlardo Messias para que o mesmo persevere no árduo, mas prazeroso trabalho de pregar, ensinar e viver com sua Igreja a são doutrina. Que o Senhor nosso Deus seja o referencial e o provedor de todas as operações graciosas no meio do seu povo.










Pr. Diego Bruno, Pr. Jander Lira, Pastor Edlardo Messias e Pr.Heládio Santos

Pr.Heládio Santos, Pr. Jander Lira, Pr.Edlardo Messias e Ev. Maurício

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Dez atitudes para "matar" seu pastor


1-) Trate-o com desdém, minando pelos cantos da igreja sua autoridade espiritual;

2-) Trate mal sua esposa e exija dela mais do que ela pode dar;

3-) Trate mal seu filhos, chamando-os de pestinhas ou coisa pior, colocando sobre eles um peso que não foram chamados a suportar;

4- ) Pague um salário de fome para ele;

5-) Desrespeite-o publicamente;

6-) Semeie dúvidas no coração dos irmãos quanto ao caráter dele;

7-) Desvalorize seus ensinos e pregações;

8) Comporte-se dolosamente falando mal dele para a liderança da igreja;

9-) Murmure o tempo todo demonstrando sua insatisfação com o trabalho desenvolvido;

10-) Faça-o trabalhar além da conta não concedendo a ele o direito a férias e descanso.

 

Extraído da página: https://www.jmnoticia.com.br/2016/09/22/10-maneiras-de-uma-igreja-matar-seu-pastor/

Respeite seus pastores

Em 1 Tessalonicenses 5: 12-13, Paulo escreveu: “E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam”.

Paulo acreditava que os anciãos de cada congregação local mereciam respeito e honra por causa de seu trabalho, e incentivou os crentes em Tessalônica a mostrar respeito e honra a seus anciãos. Hoje, receio que essas instruções simples sejam frequentemente ignoradas. Receio que muitos pastores locais e líderes cristãos, centrados no evangelho, que cuidam da igreja e que sirvam as pessoas, não estejam recebendo a honra e o respeito que merecem daqueles a quem servem. Por quê? Creio que a resposta (em parte) é a capacidade de acessar facilmente grandes pregações e ensinos on-line. Os membros da igreja podem ouvir on-line pastores e líderes cristãos conhecidos e serem "discipulados" digitalmente.

O perigo do discipulado digital

Um dos benefícios da tecnologia é a capacidade de seguir pastores, igrejas e ministérios à distância. Temos acesso instantâneo a sermões, podcasts, blogs e artigos de pessoas que nunca conhecemos pessoalmente, mas que respeitamos muito. Isso é realmente uma bênção. Mas o que acontece quando nosso amor e apreço por esses líderes cristãos articulados e conhecidos nos fazem subestimar os pastores e líderes espirituais que Deus colocou em nossas vidas? Devido à excelente pregação, ensino e escrita desses respeitados líderes cristãos, os membros da igreja podem ficar tão apaixonados por esses líderes que deixam de apreciar seus anciãos.

Isto aconteceu-lhe? Talvez você frequente uma igreja com um pastor mais jovem que não tem muita experiência. Ele ainda está aprendendo a pregar (não somos todos pastores?). Comparado a Piper, MacArthur ou Chandler, ele parece estar aquém (não é verdade?). Portanto, seu amor por Jesus, seu amor por sua igreja e seu desejo de apontar as pessoas para Cristo através da pregação da Palavra não são apreciados. 

Talvez você vá a uma igreja com um pastor mais velho. Ele nunca participou do T4G. Ele não segue o blog de Tim Challies. Ele nunca leu Desiring God, de John Piper. Ele não visita o site da Coalizão do Evangelho todas as manhãs. Ele não escuta o podcast de Matt Chandler toda semana (Quero dizer, o que ele poderia saber?!?) Ele amou a igreja e pregou o evangelho por anos; ele simplesmente não acompanha as últimas celebridades evangélicas. Então, questionamos sua relevância e minimizamos sua fidelidade, e ele não é apreciado.

Talvez você frequente uma igreja com um pastor estabelecido. Ele serviu fielmente à igreja e pregou o evangelho por anos, mas não viu um crescimento numérico explosivo. Ele aprimorou suas habilidades de pregação ao longo dos anos, mas ainda não pode pregar com paixão ou articulação como David Platt. Ele é sólido, mas não é excepcional (comparado a outros pastores de celebridades). Então, ele é visto como médio ou medíocre, e não é apreciado. 

Receio que este seja o perigo dos pastores de celebridades e do discipulado digital. Vemos os pontos fortes de um líder cristão à distância e apreciamos seu ministério, mas não estamos perto o suficiente para ver falhas. Por outro lado, estamos tão próximos de nossos anciãos e líderes que vemos suas falhas e deixamos de apreciar suas forças e seu coração por nós. Nossa exposição a grandes pregadores e líderes inadvertidamente nos levam a deixar de apreciar aqueles em nossa própria igreja que estão sobre nós e nos advertem.

Honrando Seus Anciãos

Como podemos resistir à tentação de subestimar os líderes que Deus colocou em nossas vidas devido à nossa visão idealizada de certas celebridades evangélicas? Como apreciamos oradores e escritores cristãos conhecidos, enquanto ainda honramos nossos anciãos e líderes da igreja? Aqui estão algumas sugestões práticas:

1. Avalie a mensagem, não o mensageiro. Não fique apaixonado pelo mensageiro. Fique apegado à beleza da mensagem do evangelho. O evangelho é da maior preocupação, não aquele que entrega o evangelho. Os pregadores são apenas mordomos do mistério do evangelho; são apenas arautos entregando uma mensagem para o rei. Portanto, não seja pego celebrando o homem que está entregando a mensagem... seja pego glorificando na cruz de Cristo!

2. Pare as comparações. Pare de comparar seu pastor e líderes espirituais a pregadores conhecidos e celebridades evangélicas e apenas aprecie sua fidelidade ao evangelho e à sua igreja. Eles não podem pregar como Piper ou Platt ou Chandler, mas se estiverem proclamando fielmente o evangelho e amando sua congregação, reconheçam seu compromisso com o evangelho e a igreja local e os honrem. 

3. Concentre-se em seus pontos fortes. Pare de se concentrar nas áreas excepcionais dos pastores de celebridades e reconheça os pontos fortes de seu pastor ou líderes da igreja. Embora seu pastor possa não ter as mesmas habilidades que seu líder cristão favorito, sem dúvida ele tem áreas nas quais se destaca. Preste atenção nessas áreas e agradeça a Deus por um pastor que possui essas características e habilidades específicas.

4. Orem por suas fraquezas. Todo pastor tem uma área (ou áreas!) na qual eles lutam. Eles têm deficiências e fraquezas. Em vez de reclamar dessas fraquezas ou menosprezá-las por suas deficiências, ore por elas. Ore para que Deus os faça crescer e transforme suas fraquezas em forças. 

5. Aprecie as coisas "pequenas". Os pastores fazem muitas coisas que passam despercebidas. As orações diárias oferecidas à congregação... a liderança fornecida a outros membros da equipe ou líderes da igreja... os esforços de evangelismo e divulgação na comunidade... as sessões de aconselhamento para casamentos desfeitos e famílias feridas ... as visitas ao hospital... os funerais... os casamentos... os sermões preparados... os eventos presentes. Você entendeu a ideia. Pastores fazem muito. Graças a Deus por um pastor que ama as pessoas e está com elas. Aprecie as coisas "pequenas" que não acontecem atrás do púlpito. 

Conclusão: honre e respeite os líderes que Deus colocou em sua igreja e em sua vida. Paulo não diz reconhecer aqueles que pregam grandes sermões, escrevem excelentes blogs ou supervisionam ministérios de sucesso. Ele disse para "respeitar aqueles que trabalham entre vocês e estão sobre você no Senhor e admoestar você...". Aqueles que trabalham em sua igreja merecem respeito. Quem lidera você merece respeito. Aqueles que o advertem merecem respeito. Então, cristão, pare de bajular o "pastor de celebridades" e respeite os mais velhos. 

Jared Bumpers

O Dr. Jared Bumpers é o Diretor de Vida e Eventos Estudantis no Seminário Teológico Batista do Centro-Oeste e no Spurgeon College. Ele obteve seu PhD em Pregação pelo The Southern Baptist Theological Seminary. Ele é casado com Kimberly e tem quatro filhos: McCartnie, Rush, Maverick e Jett.

fonte: https://ftc.co/resource-library/blog-entries/respect-your-elders/

O Peso de Glória da Admoestação


Você já parou para refletir sobre a forma como Jesus admoestava os pecadores? Sim, Ele os admoestou! De forma especial e inspirativa procurava despertá-los para o arrependimento através da proclamação da primordial mensagem, a do Reino de Deus. Era a busca pelas ovelhas perdidas de Israel, primeiramente; revelou-se, em tempo posterior, na elucidação de sua vontade divina, ser também apropriada para os “cachorrinhos” que comiam das migalhas caídas da mesa dos filhos (Marcos 7:28), ambas desgarradas por causa das vicissitudes da vida. Estabelecendo um princípio, Nosso Senhor, cheio de compaixão e misericórdia, falava com uma fluência estimulante e deixava perceber a grandiosa virtude da preocupação individual sem qualquer outro propósito, senão o de restituir vidas para Deus pela venerável arte da admoestação. Assim, discorrerei sobre o assunto procurando chamar a atenção do leitor para a forma adequada de usá-la para a glória de Deus e nunca para a vanglória humana.

         A mensagem de Cristo era contagiante porque livrava o pecador da morte e o reconduzia para uma Nova Vida, caso houvesse arrependimento. Quem não se lembra da pecadora “aprisionada” por uma turba de homens que a pegaram em ato de adultério? De Zaqueu, o embusteiro, enriquecido pelo surrupio de bens alheios? De Paulo, o perseguidor da Igreja? Todos são claros exemplos da transformação operada pela graça e suas histórias ecoam para que outros despertem, assumam sua condição e aceitem a repreensão benevolente do Amado Salvador em arrependimento. Seus frutos? Dos dois primeiros há poucas informações, mas de Paulo encontramos uma prova concreta de que ao aceitar o beneplácito divino permitiu da mesma forma ser portador daquela mensagem prodigiosa, admoestando seus ouvintes e em seguida à Igreja por semelhante caminho: “Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós” (Atos 20:31).

         Lembro, segundo os exemplos acima, que a admoestação deverá ser sempre uma repreensão benevolente em qualquer situação que a motive. Reconheço que em alguns momentos não seja algo muito fácil até porque podem alguns ser tomados mais pelo calor das circunstâncias do que pela virtude propriamente cristã. Mas é exatamente por não se achar apto para a repreensão que se faz necessário um retorno, talvez até cotidianamente, àqueles princípios contidos nos Evangelhos para aprumar a conduta pelo grandioso fundamento. Sobre esses princípios, posso lembrar as Bem-Aventuranças do sermão do monte. Indubitavelmente, um manancial de vida e de espiritualidade, conferindo conhecimento autêntico de como é o comportamento cristão e o referencial para sempre praticá-lo. Todos aqueles que se aprofundam nesses temas têm a possibilidade de alcançar o gracioso testemunho que evidencia o ápice da carreira cristã (oh, como anelo!). Com eles e com tantos outros ensinos sobre as virtudes cristãs, a Igreja pode ser conduzida a olhar o outro (o membro do corpo de Cristo, o cristão congregado) com muito mais piedade e compaixão. Afinal, ele é o destino da admoestação e também faz parte da Noiva de Cristo.

         Admoestar é repreender para correção, é denunciar o pecado encarecendo o bem a fazer e é a prova incontestável do apreço e cuidado pela vida de um cristão surpreendido por algum delito. Paulo nos conduz a agir em admoestação com muita sabedoria e cuidado nos seguintes termos: “Não repreendas asperamente o ancião, mas admoesta-o como a pai; aos moços como a irmãos; as mulheres idosas, como a mães, às moças, como a irmãs, em toda a pureza” (I Timóteo 5:1-2). Até mesmo para os rebeldes e insurgentes existe uma maneira de tratamento no arcabouço apostólico que visa sua reparação espiritual: “Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão” (II Tessalonicenses 3:14-15).

Daí repousa sobre os possuidores deste excelente dom grande responsabilidade, porquanto não serão emissários de uma repreensão descompromissada, mas se prestarão à arte e ao dever de admoestar para edificar. É procurando estimular a busca por este conhecimento que asseguro a necessidade de a Igreja de Tessalônica ser mais conhecida através das epístolas paulinas, e não ser examinada superficialmente ou como se diz por estes lados da Terra Brasilis, com ligeireza. Ora, Paulo atesta que essa Igreja tinha uma prática louvável de velar pelos seus membros: admoestação para edificação. Entendo que existia reciprocidade na situação, não havendo interesses espúrios entre o admoestador e o admoestado criando, assim, o ambiente perfeito para o exercício e prática da virtude apresentada. Refiro-me, nestes termos, porque vem de Paulo a informação que não me permite pensar nada além disso: “Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho do amor, e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai” (I Ts 1:2-3). Era uma Igreja fiel não somente na doutrina, mas na sua prática; não apenas pregava, mas vivia o que pregava; correspondendo ao supremo interesse de juntar seus congregados e acolhê-los sempre para edificá-los (tomando emprestado o anseio de Cristo ao relatar seu desejo de juntar e unir os filhos de Israel em Lucas 13:34).     

Conhecer um crente espiritual é muito fácil e ao mesmo tempo muito difícil. Entenda-me, a singularidade como pratica suas obras e se relaciona com o próximo já seria mais do que suficiente, contudo, talvez em decorrência da fertilidade julgadora nada edificante de algumas mentes injuriosas, torna-se complicado provar para esses carrancudos os santos afetos. Além disso, não confunda o interesse do postulado apostólico com as formas de direitos de hoje. Por força de ideologias e elementos de reivindicações de direitos seculares muitos não gostam de ouvirem admoestações, muito embora precisem. Para eles, isso soa como julgamento temerário. Não é! Estão tão cheios do espírito reivindicante secular que se esqueceram da simplicidade que o cristão deve ter à semelhança do Cordeiro de Deus, inocente, que caminhou mudo perante seus tosquiadores. O admoestado deve entender que a indicação de pecado na fala do seu admoestador, pautada na Escritura, representa o melhor para a sua carreira cristã, pois a orientação não vem do homem antes vem de Cristo. Doravante, não se deve entender essa relação como uma disputa na qual vence aquele que apresentar o melhor argumento quando alguns, inclusive, injetam sofismas e predicações desconexas com os fatos.

Com ideal completamente contrário ao supracitado, Jesus ensinou a predisposição para conservação da comunhão entre os irmãos através dos seguintes termos: “se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão” (Mateus 18:15). Vejo no texto como motivação do fato a prática de pecado contra alguém, a forma de ação é ir até quem pecou e a maneira de resolver por um diálogo amigável e compassivo. Emerge, então, uma dupla possibilidade como consequência: aceitar ou não aceitar a repreensão. A aceitação encerra o problema (glória a Deus!), mas a não aceitação gera maiores problemas, quais? A rebeldia imperante do admoestado ou a possibilidade de pensar sobre a falta de perícia (sabedoria) do admoestador. Por que o admoestador não foi exitoso em sua ação? Talvez pela falta de destreza em demonstrar piedade, compaixão e amor pelo admoestado; talvez, por inexperiência; talvez, por expressar de forma explícita desinteresse no “resgate” do amoestado; enfim, dentre outras possibilidades. Contudo, em Lucas 17:3, em igual narrativa sobre esse doutrinamento, exige-se cautela e atenção para ambos os lados da questão: “Olhai por vós mesmos” a fim de que a prudência e a compaixão permaneçam na resolução do conflito. Noutras palavras, tanto um como o outro devem sujeição ao Santo Espírito para que através dele possam ser conduzidos pelo caminho em busca da paz entre ambos.

Aos que gozam do sublime talento de admoestar, procurem utilizá-lo com capricho e reverência porque é destinado à Noiva de Cristo em sua particularidade. Não ostentem vanglória ou vil sentimento de merecimento já que não somos dignos de tê-lo. Não usem para maltratar o irmão ou a irmã muito embora a prática que motivou a censura possa ter sido repugnante, antes seja prudente e sério diante do pecado; jamais coloque sobre si a mancha do desprezo pelo outro (Mateus 18:10). A regra paulina, se é que posso chamar assim, está explicitada em Gálatas 6:1 e diz: “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado”. Neste caso, pode não haver uma segunda pessoa envolvida no pecado como acima descrito, simplesmente, esse(a) cristão(ã) incorreu numa prática pecaminosa afetando somente a si. Outro cristão não envolvido, mas ciente do teor da ocorrência pode ter visto ou ter ouvido ou, ainda, ter recebido a confissão. Em mente, deve entender e praticar as ações explícitas e implícitas no texto, quais sejam: julgar, inicialmente, com afetação de dor e pesar (Romanos 12:15) pelo fato de algum cristão ter sido surpreendido em alguma ofensa que quer dizer que não era o hábito ou o normal de se ocorrer [não posso como cristão ficar feliz ou ter qualquer outro sentimento quando um(a) irmão(ã) em Cristo sofre o prejuízo da queda]; procurar encaminhar o tal com a sensatez da mansidão, haja vista ações sem equilíbrio emocional e sem o domínio de espírito, por mais inquietante que seja a ocorrência, poderá enviesar para outros rumos distintos dos quais pretendia o Espírito de Deus ao se pronunciar por instrumentalidade de Paulo; ser vigilante e solidário para não ser tentado por igual artificio do inimigo (geralmente digo que devemos nos colocar na mesma situação para que nessa internalização do fato encontremos a forma mais adequada de auxiliar em conformidade ao que Jesus nos ensinou: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a Lei e os Profetas” [Mateus 7:12]). A meu ver, esses são alguns pré-requisitos essenciais para os que admoestam, ora chamados de “espirituais” por Paulo.

Como cristão, não posso me omitir da prática da admoestação, sobretudo, porque deverá expressar o cuidado de Cristo a um “soldado caído”. A Igreja assumiu essa função na sua individualidade e na sua coletividade com expectativa do mesmo fim: a reparação e a edificação. Portanto, jamais poderá se omitir, jamais deverá rejeitar, jamais deverá recusar-se a praticá-la visto que está em causa a saúde espiritual do seu próprio corpo, pois um só membro, por mínimo que pareça, é necessário. Que o Espírito de Deus continue nos encaminhando para praticar todo o bem necessário sem reservas, como disse Pedro: “aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a” (I Pedro 3:11).

 

Pr. Heládio Santos

 

 


O Evangelho inegociável


Afinal, a pretensão do Evangelho consiste em ser a máxima prevalecente ou não? A verdade contida nas suas muitas doutrinações são de fato a verdade ou o homem tem a capacidade de redefiní-lo, indo além ou mutilando o que está escrito como que tendo o poder para fazê-lo? Se o homem pode determinar a maneira de ser do Evangelho, não seria o Evangelho apenas um objeto utilitário com rótulo dogmático ou até mesmo ideológico? Se o Evangelho pode ser vivenciado de uma maneira determinada numa cultura e de outra noutra cultura, não seria o Evangelho, então, um possível subproduto cultural gerado pelo próprio homem em decorrência de sua necessidade “espiritual” para expressar-se diante do Sagrado e também um manual sagrado multifacetado (pensa-se assim na Antropologia)? Apesar de muitos cristãos não se auto definirem com semelhantes pensamentos é exatamente assim como tratam o Evangelho; seja no seu consciente ou no seu inconsciente o entendem como objeto maleável e subjugado ao querer humano e não o contrário. Lembremo-nos de que o Evangelho é inspirado por Deus e todo direcionamento proposto por ele tem a finalidade de trazer um alinhamento do homem com as virtudes divinas. Baseado nessa premissa, ponderaremos sobre algumas impressões sobre o verdadeiro Evangelho e o que ele propõe, tentando desmistificar e denunciar o suposto poderio humano.

         O Evangelho não pode ser pensado como uma quantidade limitada, referindo-se somente aos quatro livros que narram a História do Messias. O Evangelho concentra sua mensagem neles, mas extrapola para os demais conteúdos bíblicos, sendo, desta maneira, um “portal” pelo qual poderemos atingir toda a revelação divina para esta vida. A exemplo, vejamos o apóstolo Paulo informando sobre a experiência de Abraão no Evangelho: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: todas as nações serão benditas em ti” (Gálatas 3:8), e o apóstolo João narrando evento dos finais dos tempos ao dizer: “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitavam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo,” (Apocalipse 14:6). Ambos fazem indiretamente menção ao dimensionamento temporal do Evangelho, ou seja, de Gênesis a Apocalipse. Portanto, podemos dizer que a mensagem do Evangelho abrange toda a História da Humanidade.

         Perscrutando um pouco mais, a mensagem do Evangelho tem a finalidade de mudança. Lemos do precursor de Cristo as palavras ainda vigentes: “Arrependei-vos, e crede no Evangelho” (Marcos 1:15). Arrependimento consiste na contrição verdadeira que é um misto de tristeza pela vida de desobediência a Deus com a súplica pelo favor divino para poder caminhar-se de modo diferente a partir do encontro com a verdade. À luz do Santo Espírito, mentes transformadas pelo arrependimento aprendem que perder a vida de pecados, paixões e ilusões do mundo por amor de Cristo e do Evangelho permite-as adentrar a dimensão da salvação eterna da qual nem o injusto acusador será capaz de roubá-las daquele que as sustenta. Ademais, investidos na dimensão espiritual gozam da certeza inviolável da fé, da renúncia voluntária ao malfazejo e da alegria refulgente emanada da comunhão com o Senhor. Emocionalismo religioso barato? Não, a segura certeza da paz com Deus!

A experiência cristã pelo Evangelho é transformadora e consequentemente o redimido ruma desviando-se da vida pecaminosa e endireitando-se através da palavra restauradora de Cristo porque é incapaz de realizar por si só uma obra dessa envergadura. É também bem-aventurada e gera uma satisfação indizível e indescritível por uma razão apenas: revela o poder do legítimo Evangelho de Cristo, como diria Paulo: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16)! Este é o Evangelho antigo que é sempre novo, continuando capaz de fazer com que um homem seja curado de lepra e volte glorificando a Deus em alta voz (Lucas 17:15), uma pecadora caia aos pés do Salvador em prantos suplicando sem palavras por perdão e encontre-o (Lucas 7:37-38), haja reconhecimento pelo carisma de um grupo de pessoas desconhecidas na grande maioria, mas que vivem a experiência do Evangelho sem preconceitos ou restrições e conseguem levar outros para Cristo pelo seu exemplo (Atos 2:47) e é capaz de nos fazer obedientes a Deus sem oposições aos postulados bíblicos, assim como ensinado pelo santo apóstolo ao dizer: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados” (Efésios 5:1).

O amor a Cristo pode ser elencado como a principal razão pela qual o cristão sente profunda paixão pela obediência, como o apóstolo atestou: “o amor de Cristo nos constrange” (I Coríntios 5:14). Não entenda o leitor “o amor de Cristo” como um sentimento romantizado, como supõem algumas correntes cristãs contemporâneas. Entenda-o como a causa da nossa sujeição voluntária, gerando prazer pela obediência a Ele, conforme Paulo complementa: “E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (I Coríntios 5:15). Apesar de soar como um dever e obrigação de retribuição, o autêntico cristão encontrou a graça imerecida que o faz sensível à prédica apostólica de querer agradar a Cristo, desvencilhando-se de todas as formas de pecados censuradas pelas Escrituras.

Entretanto, em alguns casos, líderes religiosos ensinam e preferem fazer diferente, ou seja, manipulam o conteúdo santo do Evangelho como se fossem seus donos para permitirem um modo de vida licencioso, sem a devida piedade de Cristo e impossibilitando seus seguidores de provar o manancial de Deus. Basta compreendermos a licenciosidade como a propagação de um comportamento distinto daquele do Evangelho como a mundanização dos comportamentos e dos modos de vida dos cristãos modernos. Dentre alguns poderíamos elencar: a dessacralização do modo de vida cristão, a rejeição ao exame bíblico cotidiano e individual que formaria o caráter sob a perspectiva bíblica (jovens cristãos são mais influenciados por livros de ficção do que pela Bíblia), a permissividade de estereótipos caracterizados pelos padrões seculares e não pelos evangélicos, a abstinência dos ritos individuais como jejum, oração individual e confissão, o desapego pela renúncia aos prazeres, o consentimento e permissividade para audição de músicas mundanas, praticar danças, namoros indecentes, divórcios etc. Esses “teólogos” trôpegos e cegos não conseguem aceitar a obediência plena e restrita ao sagrado Evangelho nem alcançar a experiência de satisfação cristã porque nunca souberam olhar humildemente para a cruz de Cristo, por isso, tentam fazer arranjos dos quais maculam suas vidas além do que já estão diante de Deus, além de formarem um grupo de seguidores pelo mesmo caminho de rebeldia. A nós, cabe a recusa à exposição apostática, sem vida e aliciada pelos paradigmas seculares destes emissores de falas estranhas. Eles que modificam e reinterpretam o Evangelho são chamados de fonte sem água e nuvens levadas pela força do vento, ou seja, não falam do Evangelho porque não o tem e são levados pelas tendências mundanas de tal modo que suas falas são mui arrogantes (arrogam pra si o legítimo conhecimento sem tê-lo), cheias de vaidades, e engodam com as concupiscências da carne; prometem liberdade, mas se auto aprisionam como servos da corrupção; são eles de quem se diz: deixaram o mundo, mas foram envolvidos e vencidos novamente; sobre eles está escrito: “o cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama” (II Pedro 2:22). Homens simples, humildes servos e piedosos são de fato aqueles que devemos querer ouvir porque valorizam o Evangelho como ele é e não como outros gostariam que fosse. Consentir com este termo, assegura o alinhamento com a verdade.

Muito embora haja a nítida manipulação do Evangelho pelo mundo afora, sabemos que ele é inegociável. Mesmo que alguém tente arrogar para si o poder de atualizá-lo ou modernizá-lo, ele não aceita a modificação de sua essência absoluta. Constitui-se, desta forma, o de querer mudar a essência do ensino, uma ação apóstata com sérias prescrições contra os que tais coisas praticam. Imaginamos que está em causa à prevalência do intento humano em detrimento ao divino com a consecução de tudo quanto converge em militância para o desaparecimento da ideia Deus. Suplantar sua vontade no Evangelho, se fosse possível, retiraria a potencialidade de haver justiça e equilíbrio no mundo e não causaria somente a repulsa divina que se manifestará em julgamento oportuno e futuro, mas também o desvio intencional de multidões pela fertilização de ideias obstinadas nas mentes vulneráveis ao inimigo de líderes carnais e modernos. Por isso, a regra do Evangelho é uma: ou se aceita como ele é ou não se aceita. Viver pelo Evangelho requer renúncia, sujeição e humildade, enquanto que em oposição ao sublime ensino o mundo propõe um conjunto completo de contrariedades: exigências, autonomia e exaltação do indivíduo. Fiquemos com o Evangelho de Deus e rejeitemos o evangelho dos homens, asseverando também a exortação de C.H.Spurgeon: “Devemos pregar o Evangelho... conforme a mente de Deus, o testemunho de Jeová a respeito de seu próprio Filho, e em referência à salvação para os homens perdidos. Se tivéssemos sido confiados à produção do Evangelho, poderíamos tê-lo alterado para atender ao gosto deste século, mas nunca fomos comissionados a originar a boa notícia, mas apenas a repetí-la, não nos atrevemos a ir além do que está escrito. O que temos sido ensinados por Deus, nós ensinamos. Se não fizermos isso, não somos aptos para nossa posição” (Sermão “A necessidade de decidir-se pela verdade” de 1874).

Pr. Heládio Santos


Assis dos Anjos, servo de Cristo

Foi no início da década de noventa, na casa alugada para reuniões na rua Pinho Pessoa, que recordamos do primeiro contato com o irmão Assis dos Anjos. O pastor Glauco já o conhecia das pregações nas praças de Fortaleza e como ambos compartilhavam o ideal de pregar e anunciar a mensagem da cruz desenvolveu-se um carinho especial um pelo outro, empenhando-se, desde então, numa ajuda mútua. A visita naquela noite de sexta-feira, no culto de doutrina, foi mais do que um reencontro. Assis dos Anjos veio para cumprir uma promessa, a de ser membro da Igreja iniciada pelo jovem pastor. Mas a surpresa foi ainda maior porque junto com o irmão Assis vieram sua esposa, seu irmão (Gustavo), seu filho e muitos outros parentes (nosso pequeno local de culto ficou lotado pela primeira vez). Em seguida, surgiria nosso primeiro ponto de pregação (Conjunto BR-116), localizado nas proximidades da Aerolândia, sob a liderança deste bravo soldado de Cristo. Anos depois foi para Pacajus onde se estabeleceu já em avançada idade, mas com vigor invejável para fazer a obra. Nesta cidade, temos duas congregações que direta e indiretamente contaram com sua participação, uma das quais sob a responsabilidade de seu irmão Gustavo.

            O irmão Assis dos Anjos sempre foi um homem humilde e sincero, amante da Palavra de Deus. Soube conduzir sua vida sem regalias, apreciando em Cristo a experiência profunda da dependência. Nunca reclamou das circunstâncias, nunca murmurou; mesmo sem condições financeiras favoráveis sempre presenteava a obra de Deus com algum recurso para vê-la em franca continuidade: levantou templos, montou bancos, adquiriu recursos e equipamentos. Podem os homens não saberem nem lembrarem seus feitos neste mundo; o justo galardoador, entretanto, tem em depósito a vasta contribuição dada pelo seu singelo servo. Suas pregações que tivemos o prazer de ouvir diversas ecoaram para além dos momentos em que elas eram pregadas. Ainda hoje lembramos as máximas utilizadas em suas pregações. Quando falava sobre mariolatria, ao relatar um evangelismo a um católico, ele dizia: “ela nem é minha nem é sua” referindo-se ao fato de Maria não poder ser mãe dos homens, vindo em seguida sua memorável gargalhada, satisfazendo-se em gozo e alegria no espírito por pronunciar uma verdade da Escritura. A mesma gargalhada era ouvida nas muitas pregações de qualquer irmão que usava da fala para transmitir a mensagem do Evangelho. Assim, o nome de Jesus sempre foi precioso para o irmão Assis, tanto no falar como no ouvir, alegrava-se em espírito.

Hoje(24/06/2020), as dores e os infortúnios do corpo mortal foram superados pelo contágio da refulgente glória; seu espírito e alma estão diante do trono do Altíssimo. Nosso querido irmão acendeu ao lar eterno, foi colhido pela mão do Todo-Poderoso por já está madura... foi promovido após realizar sua missão nesta vida.

Que Senhor console os familiares e a Igreja

 

Presbitério de Fortaleza