Desde
a criação do homem e da mulher o Senhor designou, para cada um, funções
específicas. Ao homem cabe o exercício de domínio (Gênesis 1:26) e à mulher ser
sua ajudadora (Gênesis 2:18). Por ser uma regra absoluta, enquadrada dentro do
padrão moral divino, importa reconhecermos sua perpetuidade. Contudo, nesses
tempos contemporâneos, tais conceitos foram depreciados e, em ritmo acelerado, suscitaram-se
exigências para as quais a mulher cristã, por exemplo, deveria ocupar e exercer
funções tipicamente masculinas na Igreja, muito embora não haja prescrição
bíblica para tanto. Por esta razão e através de uma sucinta reflexão,
tentaremos mostrar onde a mulher cristã se encaixa melhor com seus inspirativos
talentos.
O
“magnificat” (Lucas 1:46-55) de Maria demonstrou qual o grau de envolvimento
possível dentro do propósito de Deus para a serva do Senhor, ou seja, através do
sentimento de sujeição quanto a vontade divina, da devoção e da sensibilidade
para comunhão; todas extraindo suas virtudes como referencial da graciosa
espiritualidade, servindo, deste modo, como retaguarda extremamente necessária
para o efetivo trabalho de auxílio. Como desdobramento, o servir de apoio para
aqueles que segundo a vontade de Deus foram vocacionados para ministérios
específicos, qualificam-nas como personalidades de grande referencial no
contexto eclesiástico. Por exemplo, foi registrado que a sogra de Pedro servia
a Cristo e a seus discípulos (Marcos 1:31). Da mesma forma quando a mulher com
vaso de alabastro (Lucas 7:36-49) “banhou” a Cristo, antes de sua morte,
preparando-o para o momento fatídico de sua missão, revelou seu apreço e o cuidado
de seu coração pelo Salvador. Ação semelhante foi notificada no domingo da
ressurreição, enquanto os discípulos ficaram acuados num cenáculo, mulheres
foram revestir o corpo de Cristo de acordo com prática dos rituais fúnebres,
mais uma vez, demonstrando singeleza de coração, ousadia e fé para o servir (não
foi sem motivo que foram privilegiadas por terem sido as primeiras testemunhas
da ressurreição de Cristo). Ou seja, a mulher tem uma sensibilidade e virtudes tão
preciosas para auxiliar que a idoneidade lhe identifica definitivamente melhor com
os propósitos de sua criação. Assim, ela foi designada por Deus para o exercício
de atividades mais relacionadas às suas virtudes porque requerem delas sua
perspicácia inata, não sendo assim tão robustas e espinhosas como foram aquelas
destinadas a homens.
No
desdobramento do Reino de Deus, no período apostólico, a ênfase de Paulo quanto
ao trabalho feminino dá sequência ao mesmo modus
praticado pelo Senhor. De semelhante modo, sentiu-se privilegiado pelo apoio feminino
e exalta este trabalho com a grandeza que as cristãs das diversas Igrejas de
seu trabalho mereciam (Romanos 16:1, 6, 12; Filipenses 4:3).
Desta
maneira, atribuições que são destinadas aos homens, inclusive, ensinadas nas
Escrituras, jamais deveriam ser praticadas pelas mulheres, pois são
incompatíveis com a natureza do seu ser. Mulheres pastoras, exercendo
autoridade como a de homem, realizando batismos, ensinando como se tivesse uma
vocação específica para isto contrariam o ensino bíblico e a própria atribuição.
Não queremos menosprezar a potencialidade feminina, contudo, procuramos tecer
alguns comentários breves para uma reflexão sobre onde a mulher cristã se
enquadra melhor em virtude de quem é. As vocações e as ordenanças, por exemplo,
estão referenciadas na Bíblia e foram praticadas apenas por homens (Efésios
4:11 e João 4:1-2), restando para nós o pensamento de que somente eles podem
exercer tais papéis. Preocupando-se com este problema e pela disseminação de
ensinos contrários às Escrituras, contidos no apócrifo de Paulo (Atos de Paulo
e Tecla), em sua época Tertuliano fez algumas recomendações e alertas:
Mas
a petulância da mulher, que já usurpou o direito de ensinar, não se arrogue
também o direito de batizar. Não! A menos que surgissem algumas novas bestas
semelhantes à antiga. Aquela pretendia suprimir o batismo; uma outra quer
administrá-lo ela mesma. E se essas mulheres invocam os escritos, que
erroneamente levam o nome de Paulo, e citam o exemplo de Tecla para defender o
direito de ensinar e batizar, saibam que foi um presbitério da Ásia que
elaborou este escrito, como que cobrindo sua própria autoridade com a de Paulo.
Depois de conhecida a fraude e tendo confessado que agiu por amor a Paulo, foi
deposto. De fato, como seria fidedigno que o apóstolo desse à mulher o poder de
ensinar e batizar, ele, que só com restrição permitiu às esposas que se
instruíssem? Disse: devem silenciar e perguntar a seus maridos em casa. (De Baptismo, XVII)
Pr.
Heládio Santos