Ensinamos
que a prática do dízimo faz parte das virtudes morais do fiel, contemplando os
indivíduos tanto do Antigo Testamento como do Novo (Malaquias 3:10 e Mateus
23:23). De Abraão aprendemos o exemplo da espontaneidade (Gênesis 14:20), pois
mesmo quando não existia qualquer ordenação divina para o ato de dar o dízimo,
o Patriarca israelita renunciou à avareza e revestiu-se do desprendimento pelos
bens terrenos oferecendo ao representante de Deus, Melquisedeque, a porção
material para manutenção do que ele fazia em honra ao Todo-poderoso. Agora, Deus
precisa de nossas contribuições? A resposta é não! Mas sua obra e a expansão do
Reino na terra, pelo ardor da pregação, exigem recursos para o cumprimento da
vontade divina. Por isso, o dízimo é uma forma de honrar a Deus através de
recursos materiais/financeiros aplicados na ação espiritual e objetiva da
Igreja. Alguém pode até sugerir que a Igreja Primitiva não dava o dízimo. Pois
é! Isso é uma tremenda falta de atenção ao texto. Pelas Escrituras os crentes
não davam o dízimo, davam muito mais do que ele (Atos 4:34). Se os membros da
Igreja não entenderem esse simples princípio e renunciarem a prática do dízimo,
perderão a oportunidade de figurarem, perante Deus, entre os fiéis que
perseveram em todos os valores bíblicos.
Agora,
o que podemos concluir sobre quem não oferece o dízimo para suprimento da
Igreja? Primeiro, esse indivíduo não tem o espírito virtuoso de fé de Abraão.
Não o tendo, jaz em pecado, pois tudo na carreira cristã decorre da fé no que
foi escrito. Mas, que fé era essa de Abrãao? Uma fé para crê no invisível e nas
promessas futuras, da mesma forma que estava disposto a colocar essa fé em ação
através da obediência a qualquer prescrição divina. Se alguém não crê na
necessidade de dar o dízimo, estando esse assunto fartamente demonstrado nas
Escrituras, eliminou a fé de Abraão e a orientação de Jesus de sua vida,
desabonando ambas, tornando-as falácias e dando lugar aos espíritos enganadores
do nosso tempo (I Tm 4:1). O que mais precisaríamos dizer depois dessas duas
afirmações? Muito pouco!
Além
do ato de infidelidade diante de Deus, o sujeito desonra a Igreja a qual
pertence por não fornecer aquilo que ela precisa e desonra seu ensino bíblico. Outro
ponto relevante e imprescindível dentro deste contexto é a forma de governo da
Igreja verdadeira. Uma Igreja bíblica tem um governo congregacional através da
qual toda membresia tem voz para destinação dos recursos financeiros, não
ficando esse governo centralizado nas mãos pastorais. Qual a relação disso com
o dízimo? O crente que não oferece o dízimo não pode decidir sobre as demandas
nas reuniões, exatamente, pela sua incredulidade quanto ao oferecimento do
dízimo. Se mesmo assim insiste em permanecer ao povo de Deus ocultando sua
negação do dízimo e não o dando, demonstra uma falta de honestidade e respeito
com essa Igreja e com seu credo. Muito embora possa até ser solidário em outras
ações assistencialistas, muitas vezes eventuais e de pouca monta, refletem o
espírito da avareza (apego aos bens materiais), denotando frieza e falta de
fervor com a causa do mestre. São fracos espiritualmente e levados por doutrinas
diversas (Efésios 4:14). Por isso, não se sentem pertencentes à comunidade na
qual estão inseridos, sendo apáticos e desconfiados. Um triste espectro da
falta de espiritualidade.
Acreditamos
que existem duas possibilidades para quem não é fiel no dízimo: ou arrepender-se
do seu pecado e passar a honrar a Deus dando o dízimo ou sair da igreja bíblica,
muito embora, esse espírito medonho não sairá do seu coração impenitente,
ocasionando uma série de danos espirituais para o restante de sua jornada. Algo
muito lamentável!