Na França, apesar de inúmeros protestos, o primeiro casamento
gay já foi realizado.
Após uma decisão do Parlamento britânico, Inglaterra e o País de Gales
também poderão realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo em breve.
No Brasil, em
maio, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que todos os cartórios do
país sejam obrigados a habilitar, celebrar o casamento civil ou converter a
união estável em casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Nos Estados
Unidos, duas decisões que serão tomadas pela Suprema Corte nas próximas semanas
poderão acelerar a aprovação dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo no
país.
Apesar
do forte ativismo dos americanos, muitos nos Estados Unidos são contra o
casamento gay, e não fazem parte de comunidades conservadoras.
"Comprovadamente não é o mesmo que um casamento heterossexual,
o significado religioso e social de uma cerimônia de casamento gay simplesmente
não é o mesmo", disse Jonathan Soroff.
Sorroff é homossexual e vive com seu companheiro Sam em Massachusetts,
no leste do país.
Assim como metade
de seus amigos, ele é contra o casamento de pessoas do mesmo sexo.
"Não vamos procriar como um casal e, enquanto o desejo de
demonstrar compromisso pode ser louvável, as tradições religiosas que
acomodaram os casais de mesmo sexo precisaram fazer algumas distorções
razoáveis", afirmou.
Para Soroff, que
escreve para o jornal Improper Boston,
o objetivo é igualdade e não vale a pena se prender apenas a uma palavra.
"Estive em alguns casamentos gays adoráveis, mas imitar o
casamento heterossexual tradicional é estranho e não entendo porque alguém quer
fazer isto. Não digo que as pessoas que querem não deveriam ter, mas,
para mim, tudo o que importa é a questão legal", afirmou.
Legalização
A questão legal
mencionada por Soroff pode estar a caminho. Os nove juízes da Suprema Corte
americana estão analisando se uma lei federal que não reconhece o casamento
entre pessoas do mesmo sexo, e, por isso, nega a eles e elas os benefícios
desta união, é inconstitucional.
Um segundo
veredicto será dado em relação à legalidade da proibição do casamento gay na
Califórnia.
Mas, para alguns
homens e mulheres gays americanos, a aprovação do casamento gay seria uma
vitória de uma instituição patriarcal.
Claudia Card, professora de
filosofia da Universidade de Wisconsin-Madison, afirma que algumas lésbicas são contra esta união alegando razões
feministas, pois acreditam que o casamento serve mais aos interesses do homem
do que os da mulher.
A professora
afirma que a questão do casamento é uma "distração".
"Ativistas gays deveriam colocar suas energias em questões
ambientais como a mudança climática, pois há uma chance de fazer diferença (de
forma mais) moralmente defensável e urgente", disse.
Legba Carrefour, que se descreve como um "homossexual
radical", chama o casamento gay de "um modo de vida destrutivo"
que produz famílias destruídas.
"Estamos a apenas uma ou duas gerações de distância de filhos
vindos de casamentos gays que também são lares desfeitos", disse.
Para ele, uma
prioridade maior para a comunidade gay é combater o aumento da violência contra
transexuais.
"Não estou
preocupado se posso me casar, mas se vou morrer na rua nas mãos de
homofóbicos."
Disponível
em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/06/130613_casamento_gay_contra_fn.shtml.
Acesso em 24 jun 13.