Desde o início do século XXI, inúmeras
mudanças ocorreram no meio evangélico provocando um redirecionamento da fé.
Fruto de um processo lento e avassalador ocorrido desde a década de 80 (talvez
até antes), sua moral, dentre outras, entrou em declínio. Por que isto
aconteceu? A resposta para tal questão é robusta, não podendo ser apresentada
como algo específico. As alterações são resultados de muitas interferências dos
homens de poder que ficaram secularizados e modificaram o discurso da pregação
de um Evangelho que muda vidas para vidas que mudam o Evangelho.
Kenneth Hagin e Benny Hinn transformaram suas experiências em doutrinas,
rompendo com a ortodoxia histórica da Igreja e fermentando o evangelicalismo
com heresias. Adeptos de suas convicções, alguns brasileiros crédulos (pastores
e pastoras liberais), recepcionaram o bojo doutrinário advindo dos EUA e
proclamam em seus púlpitos as falácias daqueles “profetas”. A consequência foi
danosa. O tradicionalismo que é visto como conservador foi desbancado para dar
lugar às experiências particulares de alguns oráculos desta nova ordem
evangélica. O conservadorismo foi e continua sendo rejeitado, pois os novos
valores adquiridos com tantas experiências extra bíblicas e anti-bíblicas
caíram na graça de um povo não compromissado com a causa maior do Evangelho: a
abnegação. O credo apostólico foi ignorado, porém afirma que o todo doutrinário
é aquilo que altera a parte, o indivíduo. Jamais deveria ter sido esquecido,
mas para confirmar a apostasia isto tem que acontecer.
A igreja evangélica está numa situação tão escandaloso que o testemunho pessoal
já não mais importa. Ter uma conduta irrepreensível, ilibada e devotada é tida
como obsoleta, quadrada. O crente moderno gosta de fazer o que o mundano faz:
torce pelo time do coração, é aproveitador (um dos males da cultura
brasileira), age por egoísmo e interesses, não se preocupa com uma vida
interior devotada a Deus, mas com o embelezamento artificial exterior, gosta de
ouvir músicas mundanas, veste-se sem pudor, tem a língua afiada para exigir
direitos, mas não aceita os deveres de ser cristão etc. Na verdade, ser
evangélico hoje é uma mistura de tendências da moda, hedonismo, falsa
religiosidade e de uma rebeldia explícita. Além disso, os referenciais dessa
massa sem conversão são artistas midiáticos, entre outros que são convertidos
desse novo momento.
Essa
modificação no cenário evangélico reprimiu a influência do Santo Espírito. Não
há muitas conversões com constrangimento e compulsão como houve em Atos. Não há
mais temor como existe nas Escrituras. As pessoas acham que o papel delas
enquanto cristãs se limita a programações das mais diversificadas, porém à
Noiva de Cristo cabe pregar a Palavra e viver por ela. A maioria dos
evangélicos esqueceu esse preceito e também será esquecida no tempo das
bodas...