O Jornal Tocha da Verdade é uma publicação independente que tem como objetivo resgatar os princípios cristãos em toda sua plenitude. Com artigos escritos por pastores, professores de algumas áreas do saber e por estudiosos da teologia buscamos despertar a comunidade cristã-evangélica para a pureza das Escrituras. Incentivamos a prática e a ética cristã em vistas do aperfeiçoamento da Igreja de Cristo como noiva imaculada. Prezamos pela simplicidade do Evangelho e pelo não conformismo com a mundanização e a secularização do Cristianismo pós-moderno em fase de decadência espiritual.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Um ídolo chamado EU


Para Deus não há pecado maior ou menor. Todos são ofensivos e passivos de condenação, inclusive, a simples desobediência em comer um fruto previamente proibido (Gênesis 2:16-17). Porém, é notório que há uma fonte, uma raiz ou uma origem para todos os tipos de pecados: a idolatria. Percebe-se já na queda do homem, quando o diabo sugere que Deus poderia ser substituído, ignorado e desobedecido, a ideia de um culto distinto a Deus. Para esta conclusão, bastaria ler o texto de Gênesis 3:5: “vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal”.

O maior trabalho que Deus tem quando resolveu chamar o homem para si é tentar fazê-lo desistir de querer ser como “deus”, já que vive independente de suas orientações. Seu povo Israel foi chamado do meio da idolatria do Egito e o primeiro mandamento que recebeu no Sinai foi: "NÃO TERÁ OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM" (Êxodo 20:3), pois quando isso aconteceu, abriu-se uma porta para todas as abominações conhecidas, já que o homem foi criado para Glória de Deus. Para tratar a nação israelita desse mal muitos meios foram utilizados, sendo as principais a perda da sua terra prometida, o distanciamento de seu templo, o impedimento para realizar seus rituais e a privação de suas poses após serem exilados para Babilônia (Jeremias 39:1-10). Esse remédio amargo resolveu a idolatria de Israel em buscar outros deuses de Nações pagãs, porém a face e fonte de toda idolatria continuou ocorrendo sorrateiramente e foi exposta por Jesus quando revelara que até os príncipes do seu povo havia abandonado a Deus, não obedeciam sua palavra e viviam com hipócritas (MT 23:12-19). Jesus mostra que o problema era no coração desse homem que abandonara ao SENHOR, como versa o texto de Mateus 15:19: “Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias”.

Esse mal tornou-se muito mais complexo para ser resolvido, por isso Deus enviou seu Filho para tomar o lugar desse homem soberbo e para sacrificá-lo na cruz, ilustrando, de igual modo, que é o único lugar apropriado para quem quer viver como deus. Não obstante, sendo esse o desejo do homem arrependido, ou seja, de morrer com Cristo e ser crucificado com Ele (simbolicamente), lembremos que Deus o ressuscita com seu Filho para que não seja mais ele que viva, mas CRISTO que é sempre obediente em tudo possa reinar na vida desse indivíduo que creu. Assim Paulo ensinou em Romanos 6:5: “Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado” e reforça a mesma ideia em Filipenses 1:21 ao dizer: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro”.

Esse é um fato consumado para Deus que demonstrou a condenação do pecador e que providenciou para o crente (pecador arrependido) a justificação da culpa em seu Filho, nossa justiça. Por entender essa verdade, o crente, desde o início de sua vida nova em Cristo, é levado à santidade por amor a Deus. Assim, todos os dias o "EU" terá que ser crucificado e considerado morto para que o poder de Deus que ressuscitou Jesus possa se manifestar em nosso corpo mortal para a santificação (ROMANOS 6:12-14, HEBREUS 12:3-4). Somente assim poderemos vencer a idolatria que se manifesta sutilmente até mesmo nas atividades religiosas quando queremos a primazia.

Portanto, é necessária uma vigilância constante para que o "EU" não reine, tomando o lugar de Cristo e entristecendo o Espírito de Deus que veio para nos ajudar a glorificar a Jesus. Que os servos de Deus experimentem a comida de Cristo, conforme João 4:34: “Disse-lhes Jesus: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e completar a sua obra”. Assim poderemos deixar o novo homem em Cristo se manifestar diariamente até que a vida instalada em nós possa absorver o corpo dessa morte. Por isso podemos dizer como Paulo em Romanos 7:24: “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus, por Jesus Cristo nosso Senhor! De modo que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado”.

 

Pastor Jander Lira


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