sexta-feira, 30 de agosto de 2024
Autoritarismo
terça-feira, 27 de agosto de 2024
E o coelho branco, o que significa?
A
metáfora do coelho no livro “Mundo de Sofia”, de Jostein Gaarder, é muito
interessante para podermos aplicá-la tanto para buscarmos a compreensão do
mundo e dos indivíduos nele inseridos, como a de nós mesmos. Vejamos o texto:
Resumindo: um coelho
branco é retirado de uma cartola. Como é um coelho enorme, esse truque leva
bilhões de anos para acontecer. Na ponta dos pelinhos nascem todas as crianças.
E como elas se encantam com esse truque de mágica! Mas, à medida que
envelhecem, elas vão afundando lentamente para a base dos pelos do coelho. E
por lá ficam. Tão confortáveis que jamais ousarão subir de volta para a ponta
dos pelos. Somente os filósofos ousam retomar essa jornada perigosa rumo à fronteira
da linguagem e da existência.
Alguns deles
escorregam e despencam no caminho, mas outros se agarram bem aos pelos do
coelho e lá do alto gritam para serem ouvidos pelos que ficaram ali embaixo,
acomodados na pelagem macia do coelho, refestelando-se com boa comida e bebida.
— Senhoras e
senhores — gritam eles —, estamos flutuando pelo espaço!
Mas ninguém ali presta
atenção no que gritam os filósofos.
— Puxa, mas que gente mais
barulhenta! — dizem.
E seguem conversando
como antes: será que você poderia me passar a manteiga? Qual é o saldo da
poupança que temos no banco hoje? Quanto está o quilo do tomate? Você viu que a
Lady Di vai ter mais um bebê?
Segundo
leitores, a referida metáfora se encontra como uma das mais utilizadas do livro
para exercícios e reflexões sobre a vida. Focada também sob o ponto de vista
alegórico, Gaarder faz alusão sobre a necessidade de se escalar o conhecimento
para alcançar a positividade de um pensamento crítico.
A
figura do coelho, para darmos algumas pinceladas em seu significado, serviu
como meio para ilustrar a comodidade da vida na qual os sujeitos do mundo ficam
absorvidos nesse mundinho e vivem sem perceber onde sua potencialidade pode
chegar, ocasionando uma inversão de rumo, pois a falta de reflexões e
questionamentos, começando pelos fundamentais até os mais complexos, os faz
desviar ilusoriamente.
A
pretensão seria uma provocação aos leitores para que desenvolverem pensamentos
instigantes que mantenham o entusiasmo pela vida, assim como provavelmente
tinham na mais tenra infância.
Essa
leitura é também um bom exercício para podermos desenvolver não só nosso
intelecto inato, mas também a vida espiritual instaurada em nosso espírito que
ora pode ter sido esquecida em virtude de tantas agruras da vida ou outros
empecilhos mil. Como cristãos, temos o poder de conhecer e saber o que foi, o
que é e o que será. O exame escriturístico comungado com a vida piedosa diante
do altar divino conjugam a maneira ideal de sermos não um filósofo, segundo a
proposta da obra, mas porta-vozes da verdade ensinada pelo mestre e salvador
Jesus. Não percamos mais tempo.
Comentário sobre "Breve História Sobre o Anticristo" de Vladimir Solovyov
“Mas
teria eu de me prostrar perante Ele como uma velha senhora polonesa, como um
camponês russo, e dizer: ‘Tenha misericórdia de mim!’?”
–
Anticristo colocando-se acima de Cristo, tal qual o homem moderno
Personagens
Principais Anticristo – líder da elite globalista
Apolônio – mago esotérico auxiliar do Anticristo Papa Pedro II – líder católico
(nome do último papa na profecia de Malaquias) Ancião João – líder dos cristãos
ortodoxos Professor Ernest Pauli – líder dos protestantes
Personagens
Secundárias Em uma cidade situada no Mediterrâneo,
cinco russos se encontraram por acaso: um velho general, um político, um jovem
príncipe, uma senhora, e um desconhecido (Senhor Z – que lerá o manuscrito Breve
História Sobre o Anticristo para os demais).
Interpretação
Publicada
em 1900, em meio a eferverscência de transformações tecnológicas que
envaideciam o homem, exacerbando sua húbris, esta curta narrativa se revelou
profética. Num futuro incerto, após vencer duas sucessivas guerras contra
muçulmanos e asiáticos, a Europa dissolve as nações independentes e forma a
União dos Estados Europeus, que progressivamente assume a posição de governo
global comandada por tecnocratas de espírito cientificista.
Da elite governamental emerge o Anticristo com o discurso de concentração de poder para permitir a “paz universal e bem-estar geral” – insanidade que parte do princípio de que o mal ocorre no mundo em função do livre arbítrio (liberdade) dos homens, e estes cometem atos maus, logo é preciso coibir, via um Estado forte (i.e. totalitário), a liberdade humana.
O Anticristo não tem nome, mas é também denominado super-homem (übermensch nietzschiano) e “o homem vindouro” – o “novo homem” prometido pelas ideologias revolucionárias. Jovem, filho de uma mulher de vida fácil, vegetariano, e dono de uma grande retórica, o Anticristo é aclamado por todos os jornais – a mídia totalmente corrompida.
Gradativamente o Anticristo compara-se cada vez mais favoravelmente com Cristo até colocar-se acima Dele: “Cristo veio antes de mim; eu vim em segundo, mas aquilo que na ordem do tempo aparece depois é, em essência, de maior importância. Eu vim pelo fim, o fim da história, e por essa mesma razão eu sou o mais perfeito. Sou o salvador final do mundo e Cristo é meu precursor. Sua vocação foi de antecipar e preparar minha vinda.” – a mais perfeita definição do progressismo (teoria alimentada pelo engodo evolucionista que reveste o simples avanço temporal de melhora em todos os aspectos culturais).
A promessa de um mundo sem sofrimento engana as multidões, mas um número cada vez mais reduzido de cristãos (católicos, ortodoxos e protestantes) se recusa a prostrar-se diante o Anticristo – perda quantitativa e melhora qualitativa da Igreja (em toda escatologia sempre resta um pequeno grupo que será a base do novo renascer, e.g. arca de Noé e o mito de Deucalião e Pirra).
Ao final, os três líderes cristãos, com um punhado remanescente de fiéis, condicionam seguirem a liderança do Anticristo somente se ele subordinar-se ao Cristo. Em resposta o Anticristo revolta-se, provoca a morte do Papa Pedro II e do Ancião João, abre as portas do inferno, e elege Apolônio como o novo líder de uma igreja universal subordinada ao governo – sincretismo religioso em uma nova crença imanente.
Os poucos fiéis remanescentes migram para o deserto para orar e aguardar a volta do Cristo. Posteriormente recuperam os corpos do Papa Pedro II e do Ancião João que ressuscitam, havendo a reunificação, agora verdadeira, da Igreja – a ressuscitação da Igreja. O Anticristo foi desmascarado e o mundo está pronto para o retorno do Cristo – simbolismo do retorno do Rei (o legítimo herdeiro do trono).
O Anticristo é um impostor envolto com uma falsa auréola de beneficência, uma paródia de Cristo. Ele não se manifesta necessariamente numa entidade ou pessoa, mas sim como um conjunto de inverdades (o maravilhoso mundo prometido pela revolução) que afasta o homem do Belo, Bom e Verdadeiro. As personagens secundárias descrevem uma atmosfera de dificuldade em ver as coisas claramente, como uma premunição de catástrofe – relativismo, desinteresse e incapacidade de buscar a Verdade, “o diabo com seu rabo põe uma névoa na claridade divina”.
O Anticristo já está entre nós? A atual falsificação de tudo, a pseudo-espiritualidade e confusão intelectual reinantes diz que sim – o reino do Anticristo é o reino da “contra-tradição”, é anticivilizatório (ver O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos de René Guénon). E o caos será levado ao paroxismo antes que este conjunto de inverdades desmorone e o Cristo retorne – o Anticristo gozará de um breve triunfo antes de sua derrota final e a retomada de um novo ciclo.
Notas
·
Vladimir Solovyov (1853-1900) nasceu em
Moscou, Rússia.
·
Filósofo e místico, reagiu ao
racionalismo europeu (positivismo, idealismo, empirismo, etc) buscando uma
síntese da filosofia religiosa, das ciências e da ética no contexto de um
Cristianismo universal unindo as igrejas Ortodoxa e Católica sob a liderança
papal.
·
Breve História Sobre o Anticristo foi publicado em 1900. Este relato se torno
complemento de Três Conversas posteriormente publicadas em War
Progress and the End of History. As três conversas versam sobre o mal e os
métodos de combatê-lo.
·
Outras obras destacadas: The Crisis
of Western Philosophy: Against the Positivists (1874) e The Meaning of
Love (post mortem).
·
William Butler Yeats (1865-1939),
preocupado com o crescente espírito revolucionário e o relativismo, escreveu The
Second Coming versando sobre a vinda do Anticristo: Turning and turning
in the widening gyre The falcon cannot hear the falconer; Things
fall apart; the centre cannot hold; Mere anarchy is loosed upon the
world, The blood-dimmed tide is loosed, and everywhere The
ceremony of innocence is drowned; The best lack all conviction, while
the worst Are full of passionate intensity. Surely some
revelation is at hand; Surely the Second Coming is at hand. The Second
Coming! Hardly are those words out When a vast image out of Spiritus Mundi Troubles
my sight: somewhere in sands of the desert A shape with lion body and the head
of a man, A gaze blank and pitiless as the sun, Is moving its slow thighs,
while all about it Reel shadows of the indignant desert birds. The darkness
drops again; but now I know That twenty centuries of stony sleep Were
vexed to nightmare by a rocking cradle, And what rough beast, its hour come
round at last, Slouches towards Bethlehem to be born?
·
A vinda do Anticristo é narrada no Apocalipse
de São João.
Disponível em: https://www.culturaanimi.com.br/post/breve-hist%C3%B3ria-sobre-o-anticristo-de-vladimir-solovyov
segunda-feira, 19 de agosto de 2024
Barrocão para Cristo
Durante o terceiro final
de semana de agosto/2024, a congregação de Barrocão, Itaitinga, Ceará, celebrou
4 (quatro) anos de sua fundação. Esta obra iniciou desafiando as circunstâncias
devido à pandemia de 2020. Naquela ocasião, noticiava-se momentos de desespero
e preocupação com o vírus matador, mas isso não foi o bastante para impedir o
trabalho do Reino de Deus. Os irmãos ousaram evangelizar crianças e adultos em busca
de quem queria confiar em Cristo e muitos se converteram tomando parte na
comunidade Moriá do lugar. Hoje, a obra tem recebido a adesão de irmãos de
outras congregações que mudaram de domicílio para darem apoio e continua em
plena atividade através das ações de evangelização, realizando cultos na
pequena graciosa capela, adquirida a pouco tempo, e reunindo-se a igreja nos
lares. Os irmãos têm o privilégio de contarem com o apoio dos irmãos Michel e
evangelista Maurício, entre outros, na assistência e representação do
presbitério.
Que Deus abençoe toda a
congregação.