A
metáfora do coelho no livro “Mundo de Sofia”, de Jostein Gaarder, é muito
interessante para podermos aplicá-la tanto para buscarmos a compreensão do
mundo e dos indivíduos nele inseridos, como a de nós mesmos. Vejamos o texto:
Resumindo: um coelho
branco é retirado de uma cartola. Como é um coelho enorme, esse truque leva
bilhões de anos para acontecer. Na ponta dos pelinhos nascem todas as crianças.
E como elas se encantam com esse truque de mágica! Mas, à medida que
envelhecem, elas vão afundando lentamente para a base dos pelos do coelho. E
por lá ficam. Tão confortáveis que jamais ousarão subir de volta para a ponta
dos pelos. Somente os filósofos ousam retomar essa jornada perigosa rumo à fronteira
da linguagem e da existência.
Alguns deles
escorregam e despencam no caminho, mas outros se agarram bem aos pelos do
coelho e lá do alto gritam para serem ouvidos pelos que ficaram ali embaixo,
acomodados na pelagem macia do coelho, refestelando-se com boa comida e bebida.
— Senhoras e
senhores — gritam eles —, estamos flutuando pelo espaço!
Mas ninguém ali presta
atenção no que gritam os filósofos.
— Puxa, mas que gente mais
barulhenta! — dizem.
E seguem conversando
como antes: será que você poderia me passar a manteiga? Qual é o saldo da
poupança que temos no banco hoje? Quanto está o quilo do tomate? Você viu que a
Lady Di vai ter mais um bebê?
Segundo
leitores, a referida metáfora se encontra como uma das mais utilizadas do livro
para exercícios e reflexões sobre a vida. Focada também sob o ponto de vista
alegórico, Gaarder faz alusão sobre a necessidade de se escalar o conhecimento
para alcançar a positividade de um pensamento crítico.
A
figura do coelho, para darmos algumas pinceladas em seu significado, serviu
como meio para ilustrar a comodidade da vida na qual os sujeitos do mundo ficam
absorvidos nesse mundinho e vivem sem perceber onde sua potencialidade pode
chegar, ocasionando uma inversão de rumo, pois a falta de reflexões e
questionamentos, começando pelos fundamentais até os mais complexos, os faz
desviar ilusoriamente.
A
pretensão seria uma provocação aos leitores para que desenvolverem pensamentos
instigantes que mantenham o entusiasmo pela vida, assim como provavelmente
tinham na mais tenra infância.
Essa
leitura é também um bom exercício para podermos desenvolver não só nosso
intelecto inato, mas também a vida espiritual instaurada em nosso espírito que
ora pode ter sido esquecida em virtude de tantas agruras da vida ou outros
empecilhos mil. Como cristãos, temos o poder de conhecer e saber o que foi, o
que é e o que será. O exame escriturístico comungado com a vida piedosa diante
do altar divino conjugam a maneira ideal de sermos não um filósofo, segundo a
proposta da obra, mas porta-vozes da verdade ensinada pelo mestre e salvador
Jesus. Não percamos mais tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário