Abaixo o relato do pastor
Enéas Tognini sobre seu batismo no Espírito Santo. Destaco seus atos de
renúncia, de abnegação, de desapego, de liberdade e de percepção da vontade
divina notificados nessa experiência de tão significativa importância para o
despertamento individual.
“Era o dia 16 de agosto de
1958. Era pastor da Igreja Batista de Perdizes e diretor do colégio Batista de
São Paulo. Ó se me lembro! Era um sábado. Levantei-me às cinco da manhã e
entrei para o meu escritório na casa pastoral. Orei cerca de uma hora e meia e
o céu parecia de bronze. Deus estava em silêncio, profundo silêncio! Fui ao
café, e voltei para a batalha da oração. Mais duas horas de luta, como Jacó no
vau de Jaboque. Nenhuma resposta do céu. Desacorçoado, levantei-me dos joelhos
e sentei-me na mesma poltrona de onde hoje escrevo esta nota. Apoiei a cabeça
nas mãos e estava meio em desespero por Deus não me responder à oração. E
quando nessa aflição, ouvi a voz de Deus, tão perfeita como a de qualquer
mortal, que me dizia num tom profundamente imperativo: ENTREGA... Ao ouvi-lo,
não tive dúvida nenhuma de que era realmente a voz de Deus. E eu respondi:
ENTREGA O QUE, SENHOR? E Deus me disse: A BIBLIOTECA (tinha uma biblioteca de
aproximadamente 4 mil volumes e era para mim um grande e terrível ídolo): e eu
disse: ENTREGO SENHOR! E Deus me pediu o segundo ídolo: A DIREÇÃO DO COLÉGIO
BATISTA; e eu disse logo: ENTREGO TAMBÉM, SENHOR! E Deus foi ao meu terceiro
ídolo: O PASTORADO DA IGREJA BATISTA DE PERDIZES; e eu respondi: ENTREGO,
SENHOR! Então Deus continuou e me disse: A FAMÍLIA; relutei um pouco, mas
disse: ENTREGO, ENTREGO, SENHOR! Ao entregar o último ídolo, veio sobre mim um
poder tal como nunca experimentara em minha vida. Um gozo profundo no coração!
Uma paz maravilhosa. Banhei com lágrimas a minha mesa de estudos. Fui revestido
de poder do Alto. A Bíblia passou a ser um livro novo para mim; orei com
liberdade fora do comum. Tive consciência mui sensível do pecado. Senti profundo
amor pelos meus irmãos e pelas almas perdidas. Tive muita coisa em minha vida
para endireitar, inclusive procurar algumas pessoas para pedir-lhes perdão.
Passei a pregar com tanto poder que todos estranharam a mudança em mim operada.”
(Tognini, Enéas. Renovação
Espiritual no Brasil. São Paulo: Editora Renovação Espiritual, 1984, pg. 15-16)
Que o Senhor posso achar
aqueles que assim possam fazer para tirar a letargia da Igreja de nosso tempo.
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