Por Antonio Welderlan da Silva Sales.
Não deixemos de congregar-nos, como é
costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o
Dia se aproxima. (Hb 10.25)
O
movimento dos “desigrejados” ou, como eles próprios agora querem ser chamados,
“desinstitucionalizados” tem ganhado força em nossos dias, segundo pesquisa do
Instituto Cristão Barna Group, realizada em 2017. Tal movimento defende
que podemos exercer nossa fé em reuniões informais e sem liturgias e, portanto,
totalmente alheios ao vínculo congregacional tão claramente definido na Bíblia.
Um
dos argumentos mais utilizados pelos adeptos desse movimento herético é de queestão
voltando ao modelo primitivo em que não haviam templos cristãos e as reuniões
eram realizadas nos lares e que a institucionalização veio com a conversão de
Constantino ao cristianismo, em meados de 312 d.c.
Como
refutação a tal argumento, usarei as palavras de Justo L. Gonzalez, doutor em
teologia pela universidade de Yale, em seu livro “A Era dos Gigantes” (p. 37):
“Até
a época de Constantino o culto cristão tinha sido relativamente simples. No
princípio os cristãos se reuniam para adorar em casas particulares. Depois
começaram a se reunir também em cemitérios, como as catacumbas romanas. No
século terceiro já havia lugares dedicados especificamente para o culto. A
igreja mais antiga descoberta até agora é a de Dura-Europos, que data
aproximadamente do ano de 270.”
Tal
qual está descrito no relato do Dr. Gonzalez, os Anabatistas sempre foram
defensores de uma forma de culto simples, sem amuletos e exibicionismos criados
por homens para atrair a atenção das pessoas, mas onde Cristo se manifesta e é
cultuado.
Além
do mais, munidos das informações históricas que temos hoje, é facilmente
perceptível que, muito embora houvesse uma certa admiração da fé cristã, a
“conversão” de Constantino ao cristianismo não passou de uma manobra política.
Uma prova disso é que o mesmo não deixou de cultuar os deuses pagãos de seu
tempo e até introduziu muitas dessas práticas pagãs nas celebrações das missas
católicas, tais como a utilização de imagens e culto a mortos.
Tal
vinculação da igreja com o estado foi severamente repudiada pelos verdadeiros
crentes, a ponto de precisarem fugir para desertos e locais longínquos a fim de
resguardarem suas vidas e conservarem o ensino da Sã Doutrina deixada por
Cristo e os apóstolos.
Ainda
analisando o argumentos dos desigrejados, me deparo com a seguinte indagação:
Porque
os cristãos primitivos não tinham templos?
Para
respondermos essa indagação, precisaremos compreender o contexto que os
envolvia naquele momento. Até o século III, os cristãos viviam sob grande
ameaça e perseguição por parte dos religiosos e do império romano, sendo
necessário, muitas vezes, se mudarem de um local para o outro para não serem
pegos e mortos. Isso, certamente, impedia que os cristãos “criassem raízes” e,
consequentemente, dificultava a construção de locais propriamente para culto. O
que não é o nosso caso hoje em dia!
Outro
ponto a se analisar, é que os primeiros crentes não tinham um exemplar da
Bíblia sagrada como a temos hoje, portanto, suas reuniões visavam louvar a
Deus, relembrar o sacrifício de Cristo e fortalecer a fé uns dos outros, sem
uma liturgia específica.
Por
fim, concluo que apesar da falsa aparência de “retorno aos princípios”, esse
movimento não passa de um ato de rebeldia, motivado pela frieza espiritual e
insatisfação com a igreja.
Deus
abençoe a todos.
É. Tudo verdade, concordo sim, apesar de muitos não estarem ligados a uma igreja, mas no meio dos desigrejados, existe muitos que reconhecem está verdade, eu mesmo já fui assim, e confesso que apenas de hoje me congregar, ainda não encontrei o lugar ideal com relação aos conceitos doutrinários, só mrsmea IBRM. Esse artigo é exeleexce.
ResponderExcluirQue benção, meu irmão.
ExcluirQue aprendamos com a palavra do Senhor.