Quando o Cristianismo iniciou sua expansão,
a preocupação apostólica se externou na forma de escrita apologética para
conter possíveis desvios do paradigma, além de orientar a Igreja quanto à condição
permanente de uniformização doutrinária, estando os cristãos perto ou longe. A
Igreja deveria estar unida através das mesmas convicções em consonância com
todos os ensinos provenientes do Salvador. A obra messiânica desdobrou-se
também para a pregação e observação do preceito absoluto e imutável nas muitas exposições
da Verdade (simbolicamente o manto de mestre de Cristo não foi
rasgado exatamente para conservar o pensamento da unidade doutrinária). Desta
maneira, a Igreja alcançaria o ideal de firmeza na Verdade, sendo forte para
resistir as intempéries filosóficas e pensamentos emergentes nos seus
respectivos tempos.
Tendo em vista
reverenciado cuidado, o Instituto Pietista de Cultura organizou neste sábado a
Primeira Capacitação de Professores de Escola Bíblica da Igreja Batista
Renovada Moriá. O tema tratado foi a Escatologia Bíblica, abordando não só o
texto em si, mas também algumas das diversas formas de pensar a profecia
apocalíptica que culminaram em equívoco teológico e heresia. Apesar de não
conseguirmos esgotar o tema, dada sua profundidade e detalhamento das
profecias, procuramos nos ater aos assuntos em evidência, colocando, assim, os
professores a par do pensamento das correntes teológicas vigentes e
fornecendo-lhes os subsídios necessários para a contraposição (quando for
necessário). Mas, a pretensão foi a visão estritamente cristã e bíblica, numa
mentalidade muito própria daquela percebida no Cristianismo primeiro.
Procurando reproduzir
aquela mentalidade, os participantes da Capacitação para professores de Escola
Bíblica foram recebidos calorosamente antes do início do evento, marcado para
às 8h. Razão pela qual se formou um ambiente de serenidade e de grandes
expectativas para aprender com profundidade a doutrina das últimas coisas. À
medida que chegavam, recebiam seus kits personalizados com todo o material
necessário para o bom aproveitamento das exposições ao longo do dia. Nos intervalos
para Coffee Break (manhã e tarde) e
almoço, o clima de confraternização e de diálogos sobre os temas até então
apresentados faziam o clima ficar ainda mais agradável. De fato, foram
conversas proveitosas, revelando o espírito de comunhão e o nível de
espiritualidade tão preciosos para a uniformidade doutrinária.
Por acreditarmos na
univocidade bíblica, trabalhamos com grande afinco para alcançá-lo, lembrando
sempre da máxima primitiva: “perseverando na doutrina dos apóstolos”, a fim de que todos caminhem pelas mesmas convicções. Dizer que
todo mundo pode ter sua própria interpretação do texto bíblico não revela
espiritualidade, antes rebeldia, algo bastante problemático para quem quer se
intitular cristão. Preferimos acreditar no livre exame, contudo, submetido às
orientações do Santo Espírito que nos remete ao profundo conhecimento da
vontade de Deus, sendo também Ele o agente vinculador que nos proporcionará a unidade preceituada em Efésios.
A participação dos
professores foi algo marcante. Todos, ou pelo menos a maioria, atenderam ao
chamado para o curso. Para o diácono Hélio Machado (também professor de escola
bíblica), a doutrina cristã passa por um momento preocupante de modo que a
única solução é retornar à simplicidade da fé apostólica com ações como essa
capacitação: “Nesses dias de doutrinas fragmentadas é necessário fortalecer a
nossa que é a mesma dos apóstolos, a bíblica, e a de Jesus Cristo”. Pitágoras
Martins destacou a importância da atribuição de professor e que o mesmo deverá
caminhar com responsabilidade no desenvolvimento de sua atividade: “importante é
que nós que estamos sendo professores, sejamos responsáveis com a incumbência
do cargo que exercemos”.
Concluímos esse evento
na certeza de que o conteúdo foi apresentado com toda diligência pela comitiva
de professores do IPC, acreditando na internalização dos assuntos pelos
participantes, principalmente nos momentos nos quais as dúvidas foram
apresentadas, gerando um salutar debate que resultou em grande satisfação pela
argumentação explicativa e convincente. Para Luiz Sousa, o curso de capacitação
foi “maravilhoso, enriquecedor e esclarecedor... momento épico de Moriá”. Para
Fábio Silva, a crise teológica é tamanha que nos obriga a fortalecer os
laços, pois “em virtude da grande mistura e falta de amor pela sã doutrina,
faz-se extremamente propícios momentos como o que se realizou no dia de hoje
para que haja alinhamento e padronização doutrinária, e acima de tudo, a
propagação da Palavra de Deus na sua integralidade e verdade”. Certamente, os
participantes ainda irão revisitar os pontos apresentados até a plena
assimilação da doutrina, seja individualmente seja em outros encontros ora
programados, de menores proporções, para a continuidade do aprofundamento da
Escatologia Cristã, visto que todos poderão usufruir de um olhar mais atento os últimos
dias.
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