terça-feira, 23 de setembro de 2014
Que amor é este? Parte 2 - por Dave Hunt
sábado, 20 de setembro de 2014
Palestra sobre o Livro "Que amor é este" por Dave Hunt
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Uma crítica a Dawkins
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Os valdenses eram adventistas?
Ao analisarmos a
História da Igreja Cristã nos deparamos com um grande número de pequenos
movimentos, chamados marginais, cuja maior característica era o retorno ao
primitivismo cristão. Os Valdenses, habitantes dos vales piemonteses e de
outros vales circunvizinhos na Itália, do século XII, foram um desses grupos.
Existem pelo menos três teorias que tentam explicar as origens dos
Valdenses. A primeira informa que os valdenses são provenientes da Lombarbia
cuja Igreja tinha uma forte influência de Agostinho, de Ambrósio, de
Vigilantius e de Cláudio, bispo de Turim, no século X. Na segunda, Pedro Valdo
é citado como o fundador deste movimento no século XII. E a terceira aponta sua
origem para um remanescente de Albingenses da França em fuga devido às
perseguições nesse país no século XIV. De uma forma ou de outra foram
severamente perseguidos por causa de suas convicções, ganhando renome
histórico.
Numa tentativa de aproximar o adventismo desse movimento tão nobre,
Ellen G. White, considerada profetiza, proferiu que os Valdenses foram a igreja
verdadeira de Deus para depois associá-los aos seus seguidores sabatistas.
Desta feita, ensinou sua profecia como sendo a verdade de Deus revelada. Ellen
White teria recebido informações diretas de Deus sobre os perseguidos
valdenses, não necessitando fazer nenhum apurado histórico para confirmá-las.
Segundo ela, a história do povo de Deus durante os séculos de trevas
que se seguiram à supremacia de Roma, está escrita no Céu, mas pouco espaço
ocupa nos registros humanos. Veja o texto onde ela compara e declara os
Valdenses como a verdadeira igreja de Cristo com pretensões adventistas:
A fé que durante
muitos séculos fora mantida e ensinada pelos cristãos valdenses, estava em
assinalado contraste com as falsas doutrinas que Roma apresentava. Sua crença
religiosa baseava-se na Palavra escrita de Deus – o verdadeiro documento
religioso do cristianismo. Mas aqueles humildes camponeses, em seu obscuro
retiro, excluídos do mundo e presos à labuta diária entre seus rebanhos e
vinhedos, não haviam por si sós chegado à verdade em oposição aos dogmas e
heresias da igreja apóstata. A fé que professavam não era nova. Sua crença
religiosa era a herança de seus pais. Lutavam pela fé da igreja apostólica - a
"fé que uma vez foi dada aos santos". Judas 3. "A igreja no
deserto" e não a orgulhosa hierarquia entronizada na grande capital do
mundo era a verdadeira igreja de Cristo, a depositária dos tesouros
da verdade que Deus confiara a Seu povo para ser dada ao mundo.
Após apresentar o movimento de forma elogiosa, ainda no capítulo 4 do
livro “O Grande Conflito”, talvez o mais conhecimento escrito da Sra. White,
ela declara que os valdenses eram guardiões do sábado: Entre as
principais causas que levaram a igreja verdadeira a separar-se da de Roma,
estava o ódio desta ao sábado bíblico… rejeitavam o culto às imagens como
idolatria e guardavam o verdadeiro sábado.
A tentativa de unir uma Igreja histórica, marcada pelo zelo e pelo
sofrimento, ao adventismo se mostra mais explícito neste momento. No entanto, a
grande questão é saber mesmo se os valdenses guardavam o sábado. No Nobla
Leycon, um poema, mas na realidade, uma confissão de fé ou um estudo
memorável do sistema da cristandade em contraste com os erros de Roma, escrito
de grande reputação pelos valdenses, abaixo apenas da Bíblia Sagrada, não há
nenhuma referência ao sábado. Este credo apresentava a necessidade de
praticar as virtudes cristãs apesar do fim iminente. A conduta consciente e
convicta levou sua irrepreensibilidade se tornar um provérbio, de modo que se
alguém que normalmente fosse isento de vícios do seu tempo era suspeito de ser
um Vaudes(valdense). O Nobla Leycon tem a seguinte
passagem: - "Se há um homem honesto, que deseja amar a Deus e reverenciar
Jesus Cristo, que não faça calúnia, nem jure, nem minta, nem cometa adultério,
nem mate, nem roube, nem se vingue de seus inimigos, eles num instante dizem
que ele é umVaudes(valdense) e digno de morte".
Para não ficarmos apenas com os textos valdenses, encontramos uma
correspondência entre um pesquisador húngaro e um pastor valdense da Itália
discutindo sobre o tema “a guarda do sábado pelos valdenses”. Vejamos e
concluamos:
Os seguintes textos foram
publicados por
Andras Szalai e Thomas
Soggin:
19 de Junho de 2006
Queridos irmãos,
O meu nome é Andras Szalai, sou diretor de um centro de
pesquisa de apologética evangélica na Hungria e preciso de sua ajuda – ajuda
profissional de um teólogo Valdense – num certo projeto de pesquisa no qual
estou trabalhando.
É sobre a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que afirma
que os Valdenses guardaram a lei do sábado. Pelo que eu saiba,
isso não é verdade, mas eu gostaria de saber a sua
opinião. Se os Valdenses guardavam ou chegaram a guardar o
sábado em algum momento, por favor me dê fontes históricas.
Andras Szalai
Apologia Research Center (CFAR Hungary)
Pf. 22, 1576 Budapest. Hungria
www.apologia.hu, www.thecenters.org
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21 de Junho de 2006
Querido irmão Andras,
Meu nome é Thomas Soggin, um ministro Valdense em Bérgamo (norte da
Itália), apontado pelo nosso Conselho–o Valdese Tavola–para responder a sua
carta.
Se você está interessado nas Igrejas Valdenses na Itália (Norte,
Centro e Sul da Itália), no Uruguai e
na Argentina, do passado e do presente, você pode dar uma
olhada no site da nossa Casa Publicadora: Claudiana (Torino), email. Você pode também tentar
encontrar e estudar o seguinte livro: Giorgio Tourn, Vocês são minhas
testemunhas – os valdenses em 800 anos, Claudiana Editor 1989 – Distribuído na
América do Norte pelo P.O. Box 37844 – CINCINNATI, OH 45222 (EUA).
Em seus 350
anos antes da Reforma, o verdadeiro problema foi o
batismo – a conexão entre o batismo e o constantinianismo
da Igreja Católica Romana, não o problema do batismo (por imersão ou
por aspersão), nem o problema do sábado ao invés do
domingo.
Você pode tentar encontrar numa grande biblioteca os seguintes
livros:
1) Jean Gonnet - Amedeo Molnar, Les vaudois au moyen age,
Claudiana, Torino 1974 (em Francês): No século XV todos os Valdenses (França,
Itália: Piemonte, Calábria) estavam unidos ao movimento
Hussita: os tchecos Taboritas (c/o Jan Hus). Nesse
tempo também existiam alguns documentos Valdenses sobre o
batismo: pág. 434-437).
2) Amedeo Molnar, Storia dei valdesi/1, Dalle origini all’adesione
alla Riforma, Claudiana, Torino 1974 (em Italiano). (Eles não tinham interesse
no batismo como escreveu o apóstolo Paulo em 1 Cor. 1:17); pág. 274.
3) Carlo Papini, Valdo di Lione e i «poveri nello spirito»,
Claudiana, Torino, 2001. Eles foram chamados: Mater
Reformationis (Mãe da Reforma), quando antes eles eram como
você sabe, durante a Idade Média apenas um movimento, mas não
uma igreja. Após o Sínodo
dos Chanforan em Angrogne (1532) e mais tarde, os
Valdenses se tornaram uma Igreja Presbiteriana Reformada,
como em Genebra. Adotaram a Confissão de fé Reformada de
Huguenote, do chamado Sínodo “De la Rochelle” de 1559 (mas
foi realmente o Sínodo Paris a sua primeira Assembleia
Geral Huguenot).
Mas em 1655, as Igrejas Valdenses tiveram a
sua própria Confissão de Fé, feita às pressas em
italiano, imediatamente após o massacre dos Valdenses, chamada
“Piedmonts Easters” (veja Milton’s Avange o Lord…!). Essa
confissão de fé era simplesmente uma versão abreviada em
italiano da Confissão de Fé Huguenote de 1559:confirmava
que teologicamente os Valdenses estavam no calvinismo presbiteriano. Ainda
hoje é a base das crenças dos Valdenses, a qual os
candidatos têm que assinar na frente da Assembleia
Geral antes de se tornarem Ministros ordenados (VDM) nas nossas
igrejas (sem qualquer tipo de anabatismo, ou sábado em vez
de domingo!).
Portanto, os Valdenses não guardavam o sábado (no
sentido de sábado em vez de domingo) e não eram guardiões
da “verdade do sábado”, como dizem. Os Valdenses nunca
seguiram o sábado dos Adventistas do Sétimo Dia, mas seguiram a
Paulo como em Romanos 14:5-8.
Podemos, portanto, dizer muito claramente que os
Valdenses não eram os guardiões do Sábado, sétimo dia, e eles
não foram perseguidos por guardar o sábado! Eles foram
perseguidos, (a partir de 1532–quando fizeram parte da Reforma
Sínodo Angrogna–a 1848–quando receberam a liberdade religiosa), por
causa de sua fé calvinista-reformada em Cristo.
Com os meus melhores sentimentos, Thomas Soggin
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22 de Junho de 2006
Querido irmão Thomas,
Só mais uma coisa. Posso usar a sua carta como uma
resposta oficial da Igreja Valdense para refutar a
alegação dos Adventistas do Sétimo Dia? (Como escrevi antes, eles
afirmam que os Valdenses guardaram o sábado assim como eles;
desta forma eles querem estabelecer uma continuidade histórica
com a sua igreja...)
No caso que você permita que eu use a sua carta, eu
também gostaria de enviá-la para alguns
pesquisadores americanos, os quais fariam apenas o que fizemos,
dizendo aos Adventistas que não podem usar os
Valdenses para provar o passado histórico do ensino deles.
Que Deus o abençoe! Andras
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23 de Junho de 2006
Querido irmão Andras,
Certamente você pode usar a minha carta com toda a
documentação, porque o velho movimento Valdense e a
alegação dos Adventistas do Sétimo Dia, têm, historicamente
falando, nada a ver um com o outro, nem com a Igreja Valdense
reformada depois da Reforma (1532).
Que Deus o abençoe também, Thomas Soggin
Cartas publicadas por Life Assurance
Ministries
Bem, se é melhor confiar numa ramificação cristã cujo surgimento
decorreu de inúmeras profecias e revelações equivocadas ao invés de dar crédito
aos herdeiros diretos do movimento Valdense, o leitor fique à vontade, mas,
lembramos, diante do fato concreto só podemos nos render à verdade.
Que o bondoso Cristo, Senhor do sábado, vos abençoe!
Heládio Santos
Prof. Do Instituto PIetista
de Cultura