Com
a prédica do bem estar social, proclamada
através de políticas públicas em alguns segmentos da sociedade, incorporada
também sob outro formato (teologia da prosperidade) pelos movimentos cristãos
modernos, há quem esteja esquecendo de um dos valores fundamentais do Cristianismo:
o sofrimento.
Sofrer
para causar danos ou humilhação não seria a indicação precisa do que significa sofrimento
no contexto cristão. Precisamos entender que há um porquê no sofrimento, não
necessariamente uma causa absoluta, visto que muitos associam o sofrimento
estritamente a consequências de pecados, coagindo o “sofredor” a afirmar que
sua situação é resultado dos seus maus feitos. Isto pode acontecer em casos
específicos como efeito de uma má escolha, de uma conduta reprovável, de uma
insistência numa ação pecaminosa nas quais a disciplina divina vem para levar o
delituoso ao arrependimento.
Por
outro lado, o cristão piedoso pode sofrer bastante, muito embora não haja um
motivo específico que o tenha inserido naquela situação. Por qual razão?
Sofrimento é refinamento e também desprendimento. Quanto mais o crente for
levado pelos ventos da dor, maior será sua busca pelo Senhor. Maior será seu
desejo de conhecer e prosseguir em conhecer aquele que é a fonte de todo o
alívio, aquele que é escudo e fortaleza. Ao entender sob este prisma a questão
do sofrimento, percebamos como a espiritualidade é exaltada. É nesse caminho
que o crente cresce espiritualmente alcançando uma dimensão imensurável para a
glória de Deus. O desprendimento, também uma finalidade espiritual, provoca uma
reação de “repulsa” ao materialismo, ao temporário, ao efêmero para dar lugar e
privilégio aos bens duráveis contidos na eternidade. Desapegar é saber
discernir o valor do que realmente é significativo para a carreira espiritual,
aplicando o olhar objetivo do cristão naquilo que é ulterior à vida.
Claro
que não podemos nos eximir de nossa vida terrena, entretanto, precisamos vivê-la
pensando e pautando nossa conduta na esperança cristã, pois lá veremos como
somos de fato e o veremos face a face. A. W. Tozer disse certa vez: “Deus permitiria
profunda dor naquele que usaria poderosamente! ”.
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