O Jornal Tocha da Verdade é uma publicação independente que tem como objetivo resgatar os princípios cristãos em toda sua plenitude. Com artigos escritos por pastores, professores de algumas áreas do saber e por estudiosos da teologia buscamos despertar a comunidade cristã-evangélica para a pureza das Escrituras. Incentivamos a prática e a ética cristã em vistas do aperfeiçoamento da Igreja de Cristo como noiva imaculada. Prezamos pela simplicidade do Evangelho e pelo não conformismo com a mundanização e a secularização do Cristianismo pós-moderno em fase de decadência espiritual.

domingo, 19 de junho de 2022

Alerta aos NÃO dizimistas

 


Ensinamos que a prática do dízimo faz parte das virtudes morais do fiel, contemplando os indivíduos tanto do Antigo Testamento como do Novo (Malaquias 3:10 e Mateus 23:23). De Abraão aprendemos o exemplo da espontaneidade (Gênesis 14:20), pois mesmo quando não existia qualquer ordenação divina para o ato de dar o dízimo, o Patriarca israelita renunciou à avareza e revestiu-se do desprendimento pelos bens terrenos oferecendo ao representante de Deus, Melquisedeque, a porção material para manutenção do que ele fazia em honra ao Todo-poderoso. Agora, Deus precisa de nossas contribuições? A resposta é não! Mas sua obra e a expansão do Reino na terra, pelo ardor da pregação, exigem recursos para o cumprimento da vontade divina. Por isso, o dízimo é uma forma de honrar a Deus através de recursos materiais/financeiros aplicados na ação espiritual e objetiva da Igreja. Alguém pode até sugerir que a Igreja Primitiva não dava o dízimo. Pois é! Isso é uma tremenda falta de atenção ao texto. Pelas Escrituras os crentes não davam o dízimo, davam muito mais do que ele (Atos 4:34). Se os membros da Igreja não entenderem esse simples princípio e renunciarem a prática do dízimo, perderão a oportunidade de figurarem, perante Deus, entre os fiéis que perseveram em todos os valores bíblicos.

Agora, o que podemos concluir sobre quem não oferece o dízimo para suprimento da Igreja? Primeiro, esse indivíduo não tem o espírito virtuoso de fé de Abraão. Não o tendo, jaz em pecado, pois tudo na carreira cristã decorre da fé no que foi escrito. Mas, que fé era essa de Abrãao? Uma fé para crê no invisível e nas promessas futuras, da mesma forma que estava disposto a colocar essa fé em ação através da obediência a qualquer prescrição divina. Se alguém não crê na necessidade de dar o dízimo, estando esse assunto fartamente demonstrado nas Escrituras, eliminou a fé de Abraão e a orientação de Jesus de sua vida, desabonando ambas, tornando-as falácias e dando lugar aos espíritos enganadores do nosso tempo (I Tm 4:1). O que mais precisaríamos dizer depois dessas duas afirmações? Muito pouco!

Além do ato de infidelidade diante de Deus, o sujeito desonra a Igreja a qual pertence por não fornecer aquilo que ela precisa e desonra seu ensino bíblico. Outro ponto relevante e imprescindível dentro deste contexto é a forma de governo da Igreja verdadeira. Uma Igreja bíblica tem um governo congregacional através da qual toda membresia tem voz para destinação dos recursos financeiros, não ficando esse governo centralizado nas mãos pastorais. Qual a relação disso com o dízimo? O crente que não oferece o dízimo não pode decidir sobre as demandas nas reuniões, exatamente, pela sua incredulidade quanto ao oferecimento do dízimo. Se mesmo assim insiste em permanecer ao povo de Deus ocultando sua negação do dízimo e não o dando, demonstra uma falta de honestidade e respeito com essa Igreja e com seu credo. Muito embora possa até ser solidário em outras ações assistencialistas, muitas vezes eventuais e de pouca monta, refletem o espírito da avareza (apego aos bens materiais), denotando frieza e falta de fervor com a causa do mestre. São fracos espiritualmente e levados por doutrinas diversas (Efésios 4:14). Por isso, não se sentem pertencentes à comunidade na qual estão inseridos, sendo apáticos e desconfiados. Um triste espectro da falta de espiritualidade.

Acreditamos que existem duas possibilidades para quem não é fiel no dízimo: ou arrepender-se do seu pecado e passar a honrar a Deus dando o dízimo ou sair da igreja bíblica, muito embora, esse espírito medonho não sairá do seu coração impenitente, ocasionando uma série de danos espirituais para o restante de sua jornada. Algo muito lamentável!                


Um comentário:

  1. CarlosReginaldoAndradeLima1 de junho de 2024 às 10:47







    Haviam 2 tipos de dízimo: um voluntário (equivalente a um voto ou oferenda de gratidão) y outro compulsório (da Lei Mosaica).

    O compulsório:
    • Era uma aliança entre Deus e o filhos de Israel SOMENTE.
    • Dado do produto agropecuário*1 in natura (frutos*2 das plantas) e in vivo (do gado*3)
    *1 excluídas as primícias e os primogênitos
    *2 SOMENTE frutos, não raízes, nem folhas, flores, nem caule), produtos volumosos e muito perecíveis eram elaborados (vinhos, licores, azeite ...)
    *3 animal inteiro, o animal não podia ser aproveitado para trabalho, nem produto e nem renda. Caças e presas selváticas NÃO se consideram
    • Da produção da terra de Beulá*4 SOMENTE
    *4 sobre cultivo de terra extrangeira NÃO INCIDIA
    • De acordo com Cronograma Anual ESPECIAL de 7 anos (1-3-5, 2-4-6, no sétimo não)
    • Entregues SOMENTE no tabernáculo-templo*6, o qual sempre só houve um único (em sigagogas nunca) ou nas Portas-Cidades Leviticas, de acordo com cronograma
    *6 em tabernáculo-templo destruido ou profanado não
    • Era entregue aos filhos de Levi*7*8 SOMENTE, os quais tinham também um dízimo de dízimos dados para a linhagem de Aarão
    *7 por direito de herança e por causa do sacerdócio e outras atribuições
    *8 por recebê-los, carregavam sobre si o anáthema
    • Deveria se comer OBRIGATORIAMENTE uma parte do dízimo junto com os familiares e/ou pobres.

    ° O dízimo NÃO foi instituído*8 como prática cristã pela igreja em Atos nem nas cartas pastorais, apostólicas ou gerais, nem no Evangelho.
    *8 é apenas alguma vez citado como prática da antiga dispensação.
    ° Nos textos da história da Igreja Primitiva se consta como não sendo sua prática, mas uma introdução herética posterior (nicolaísmo). Segue NÃO sendo, até os dias de hoje, prática nas igrejas orientais (etíope, síria, armênia, assíria, persa, índia...) nem nas igrejas ortodoxas, nem nas mais antigas igrejas anabatistas. Tampouco foi ensinada pelos reformadores (Lutero, Calvino...) e puritanos, ao contrário, sendo considerada/ combatida como inovação corrupta.

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