O HOMEM QUE FOI ILUMINADO
Um homem chamado Jan morava em uma floresta que se chamava a floresta de horrores. Esta floresta era assim chamada em virtude dos horrores que aconteciam dia após dia nela: mortes, enganos, seduções, roubos, prostituições, adultérios, sodomia, além de outras inúmeras perversidades que ocorriam cotidianamente. Certo dia, a luz divina raiou sobre o coração de Jan e dissipou todas as trevas que nele residiam. A dádiva da Luz lhe ocorreu em razão de seu coração ter o anseio pela paz de espírito. Após tal ocorrido foi-lhe apresentado o livro da luz, que iluminaria seus caminhos para uma terra onde desfrutaria da plena paz eterna.
O LIVRO
Jan passava parte do dia lendo o livro da luz, dia após dia, e parecia que quanto mais lia mais ele enchia o coração do gozo celestial proveniente do Excelso Dominus, o autor da luz do seu coração. Jan agora guardava as palavras daquele livro para não proceder de maneira errante na floresta. Ele utilizava o livro para iluminar seus caminhos em meio às densas trevas da floresta e como arma para se defender dos perigos daquele lugar. Jan também anunciava as palavras que estavam escritas no livro da luz aos habitantes daquele lugar com muita seriedade e paixão. Certa vez, uma jovem descreveu o que sentira quando ouviu Jan anunciar as palavras do livro:
“Jan parecia um grande arqueiro, pois as tais palavras por ele pronunciadas eram como flechas que encontravam o alvo no meu coração".
E Jan usava seu livro também como uma bússola, para guiá-lo na floresta para a terra prometida.
A PERSEGUIÇÃO SILENCIOSA NA FLORESTA
Os que trilhavam o caminho da luz, que caminhavam para desfrutarem da plena paz eterna na cidade celestial, eram perseguidos na Floresta de Horrores. Eles sofriam torturas físicas, torturas psicológicas, falsas acusações, isolamento e até mesmo a morte em alguns casos. Uma das piores perseguições era feita pelo leão que residia na Floresta de Horrores, que sempre estava rugindo a fim de findar a carreira de muitos que caminhavam na maravilhosa luz. Este leão era astuto e tinha grande poder, pois planejava bem suas cassadas. E um dos seus planos mais traiçoeiros era a perseguição silenciosa. Muitos dos que trilham pelo caminho da luz não se apercebem da astúcia daquele leão. O leão camuflava-se de pantera, seduzindo os que caminham na luz com algumas de suas maiores ferramentas de sedução para criarem as mais diversas formas de práticas errantes: a ostentação da vaidade, as invenções de prazer, os deleites desenfreados e os entretenimentos banais. A pantera é um animal belo e misterioso que provoca curiosidade e atiça os desejos mais vis. Com isso, ele fazia com que os caminhantes da luz se ocupassem com suas seduções ao ponto de não terem mais tempo para o Excelso Dominus que os iluminou e os resgatou. Eles pecavam despercebidamente contra o Excelso Dominus. Os caminhantes da luz se ocuparam tanto com as seduções do leão que se esqueceram da comunhão que deveriam ter com o Excelso Dominus que os havia salvado. Eles ficaram tão ocupados que se enfraqueceram na caminhada e ficaram vulnerais aos ataques daquele astuto leão.
TRAGADOS PELO O LEÃO ASTUTO
Como era muito desejável, o leão em sua astúcia conseguiu perseguir silenciosamente os que caminhavam na luz. Assim ele começou a tragar um por um. Aos que caíram nas suas seduções e aos que foram tragados, foi-lhes reservada a terrível maldição: contraíram a doença mais temida, a frieza espiritual. Estes eram os tristes sintomas da frieza espiritual: a perda da devoção, do fervor, do amor fraternal, da responsabilidade, da dependência e da perda da percepção das virtudes divinas do Excelso Dominus. Como Jan sentiu-se triste ao perceber que muitos foram tragados e infectados. Jan chorava constantemente em oração diante do Excelso Dominus, dono da luz, pela situação dos que haviam contraído a frieza espiritual; chorava pelos jovens que já não mais dedicavam sua força e vigor ao seu Dominus e também clamava por todos os infectados.
A solução para exterminar tão nefasta situação era um fulgurante despertar e Jan sentia que esse era o desejo do Excelso Dominus.
Continua...
Por Janderson Jair
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