Quantos,
neste momento, não estão escandalizados com a onda que segue a política
brasileira? Milhares de pessoas sensatas conseguem ver a que ponto chegamos. Para
resumir, num lamaçal, melhor dizendo, num “mar” de corrupção. Quanta decepção!
Quanta indignação! Brasileiros vendo o patrimônio do seu país sendo dilapidado
pela classe que deveria ser representante do povo e que deveria trabalhar para
seu bem. Larápios blindados pelo aval do sufrágio cujo voto de confiança de
inúmeros “sofredores” foi menosprezado ousam ainda reivindicar para si o peso
da inocência. Que absurdo!
O
cenário é tão grave que políticos são presos, enquanto outros ficam soltos,
mesmo estando em semelhante situação perante a Justiça. Reinterpretações dos
textos legais com ares de distorções explícitas marcam as confabulações para
beneficiar a uns e macular outros. Maquinações e conchaves para preservar
indivíduos que cometeram crimes nos altos escalões do poder com um discurso maquiavélico
de que assim será melhor para a nação cujas aspirações constroem sonhos para
melhores dias é um ultraje. O crime está passando por um processo de remediação
ao ponto de daqui a pouco não ser mais crime, porquanto as estratégias malignas
de inversão de valores permeiam a fértil mente dos que parecem ter cometido
algum crime para que possam sair ilesos no futuro. Afinal, se muitos agentes
públicos elevam seus patrimônios sem a devida justificativa isso não é
enriquecimento ilícito (além de outros), constituindo-se verdadeiro crime?
Um
fato que deveremos destacar para ilustrar o início dos problemas políticos foi quando
Israel reivindicou para si um rei, não percebendo que seu pedido o colocava em
uma situação fora do propósito divino. Ficou evidente o sentimento de aversão do
Senhor diante do pedido, falando em tons de antropopatismo, porquanto Deus sondou
mentes e corações e sabia exatamente a incapacidade humana para tal ofício (para
dissuadi-los, Deus explicitou a maneira tenebrosa de governar dos principais
daquela época, mas Israel o menosprezou). Pelas articulações propostas pelo Senhor,
verificamos a incapacidade, a ineficiência e a indecência do governo dos homens
sobre os homens, por isso até hoje não há sistemas de governo que tenham
alcançado o ápice do bem comum, sendo considerado o menos ruim a democracia.
Por
essa razão, o conceito foi tomado como máxima filosófica e apresentada desde a Antiguidade
de tal modo que conseguiu demonstrar a essência política do indivíduo tirano e
de outros. Thomas Hobbes, no despertar da filosofia moderna, tomando emprestada
a expressão de Platus (dramaturgo romano) homo
homini lupus cujo significado é “o homem é o lobo do homem”, na sua obra Leviatã, demonstra que quando o sujeito
rompe com o paradigma de um contrato social ele assume um comportamento para
seu próprio interesse em detrimento dos demais. De acordo com Hobbes, o homem
em seu sujeito natural tende a percorrer os caminhos do individualismo,
guerreando com outros, criando conflitos, ou seja, cria o maior desafio para si
que é o de dominar, pois entende o outro como um sujeito mais fraco, capaz de
ser subjugado pela sua maior força. A teoria de Hobbes parece permanecer muito
atual, pois, analisando-a bem, podemos extrair seu princípio e conceber que o
homem conseguiu ampliar esse quadro de dominação para um sistema mais amplo e
mais estruturado no qual também foi subjugado e passou não só a ser lobo do
outro, mas também de si mesmo.
Bem,
para quem quiser se nortear e depender da política deste mundo saiba que está
fadado ao constante conflito e decepção. As ideias e ideologias não melhorarão.
Serão uma via de mão única para interesses espúrios e capitalistas de modo que
sofrerão sempre os mais fracos ou a classe menos favorecida (a grande maioria
da população). A política deste mundo caminha para a consolidação do reinado do
anticristo, por isso, o cristão não deve fazer parte daqueles que levantam uma
bandeira partidária, já que seu lema visa a realidade terrena, provisória e
passageira. O objetivo do cristão é levantar o estandarte do Evangelho para
pregar a tempo e a fora de tempo contra toda prevaricação e erro a fim de levar
muitos pecadores ao arrependimento e aguardar o retorno de Cristo. Somente
quando Cristo reassumir o poder todas as coisas ficarão melhores.
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