Não
seria inoportuno dizermos que as maneiras pelas quais as pessoas se expressam,
muitas vezes, demonstram uma carga exagerada de individualismo, sendo esse um
individualismo compartilhado sob diversas formas. Se o problema se restringisse
a esse, não teríamos nenhuma novidade, mas por trás dele apresenta-se uma
verdadeira ânsia de reconhecimento, carência e busca por renome.
Associando esse problema à comunidade
cristã, é fato para lá de inusitado, pois o cristão deveria ter aprendido do Mestre
que importa que Ele (Cristo) cresça e nós diminuamos (João 3:30). Ou seja, o
que tem preeminência na vida do crente é a glória de Cristo e não sua própria. Entretanto,
com a famigerada febre pelo elogio ao “eu”, tem-se praticado um comportamento
contrário aos mais excelentes valores cristãos para propor talvez uma releitura
do modelo digno do ser cristão. Por exemplo, cristãos que se apresentam em
redes sociais discutindo valores cristalizados e efetivamente absolutos,
transmutando-os de forma vulgarizada, não estão querendo chamar à atenção para
si como se fossem doutores do saber? Pregadores que ostentam uma suposta
espiritualidade e unção quebrando paradigmas, assumindo um papel autossuficiente,
desonrando, inclusive, o bom senso para ser reconhecido e bem amado por
ouvintes estranhos ao seu círculo de atuação não desprezam suas supostas
origens bíblicas? A estratégia dos cristãos individualistas e carentes é um
estremo anelo pelo reconhecimento, pela fama e pelo bem quisto. Elencamos duas
hipóteses para essa situação: ou são carentes por sentirem-se solitários ou são
“carentes” por almejarem um estilo ufanista. Quem sabe? Só se sabe que é assim!
Além disso, não se sentem incomodados quando renunciam os pilares que nortearam
sua fé; abnegam-na para alcançar o maior grupo de admiradores possíveis,
independentemente de onde pregam, sobre o que pregam, não levando em
consideração suas convicções e saúde espiritual.
Lamentavelmente, o orgulho passa a
reinar nesse que poderia ser reconhecido como homem de Deus, caso fosse humilde
e abnegado, mas como o que importa é o reconhecimento, Cristo e a sã doutrina são
postos de lado.
Que
Deus levante homens de Deus nesse tempo de trevas!
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