Não nos limitemos a pensar que salvação
encerra as dádivas divinas para nós. Juntamente com todos os benefícios da
salvação (perdão, reconciliação, nova vida, justificação) há outros que
precisam ser explorados uma vez que vigoram até hoje. A Bíblia nos ensina que
no momento em que aceitamos a Cristo o Espírito Santo passa a habitar em nós,
como está escrito: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra
vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual
clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos
filhos de Deus” (Romanos 8:15-16). Por conseguinte, o Espírito é quem opera em
nós o anseio para obediência e piedade. Por Ele, somos direcionados a cumprir
os princípios cristãos estabelecidos com graça e fervor, ajudando-nos a vencer
os obstáculos que se apresentam em nossa caminhada para vivermos em santidade.
Entretanto, além de ser o crente um
beneficiário do favor divino, ele também deve ser um proclamador das verdades
bíblicas e de sua experiência particular de salvação. Ainda que não tenha
versatilidade para falar em público, o Senhor nos concede uma grande bênção: o
batismo no Espírito Santo (segunda bênção). Este batismo aconteceu pela
primeira vez em Atos dos apóstolos, enquanto os discípulos estavam em oração,
num cenáculo em Jerusalém (Atos 2:1-21). O objetivo foi capacita-los
espiritualmente com poder sobrenatural (influência do Espírito Santo) para poderem
pregar e sua pregação influenciasse os ouvintes. Aqueles discípulos que viram o
Cristo ressurreto esperando que lhes desse alguma nova orientação receberam a
seguinte promessa: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir
sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e
Samaria, e até os confins da terra” (Atos 1:8).
A promessa do Espírito ou revestimento
de poder serviu para dar ousadia e encorajamento para pregação das verdades
cristãs. Inclusive, a razão dos discípulos estarem no cenáculo orando era
porque temiam a perseguição dos judeus que não aceitaram a mensagem de Cristo,
não tendo coragem para proclama-la. Quando o vento impetuoso encheu aquele
lugar, os discípulos foram cheios do Espírito e começaram a falar em outras
línguas, evidência do batismo. Pedro foi o primeiro a sair do lugar e proclamar
para os transeuntes a mensagem de salvação que após ouvirem suas palavras,
compungidos em seu coração, perguntaram como alcançar a salvação, levando-nos a
acreditar nos efeitos de convencimento do Espírito a partir da pregação de um
cristão que foi revestido de poder. Ao evento, convencionou-se chamar de
Pentecostes em razão do acontecimento ter sido verificado em plena Festa do Pentecostes
(festa judaica de comemoração pela colheita). Por isso, todos os que aceitam a
prática do batismo no Espírito Santo são chamados pentecostais.
Essa promessa do Espírito não se
limitou ao tempo apostólico, pois o próprio Pedro justificou ao dizer: “Porque
a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão
longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (Atos 2:39). Para se receber
este batismo, faz-se necessário uma busca convicta do dom e insistência. Jesus
disse “pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos,
quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”
(Lucas 11:13), já que “... eu vos digo a vós: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e
achareis; batei, e abrir-se-vos-á; porque qualquer que pede recebe; e quem
busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á” (Lucas 11:9-10).
O batismo no Espírito Santo representa
a perpetuidade da manifestação espiritual de Deus porquanto é uma promessa para
o crente. O revestimento de poder o capacita para testemunhar sobre Cristo e
sobre as verdades inerentes ao Salvador de modo que passa a participar
efetivamente da obra de Deus. Para tanto, faz necessária uma busca ininterrupta
até recebê-lo com evidência no falar outras línguas (línguas espirituais
ininteligíveis) através da fé e da mesma ousadia que tiveram os cristãos da
Igreja Primitiva.
Pr. Heládio Santos
Pr. Heládio Santos
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