Os
fins e os começos dos ciclos da vida parecem distantes entre si, talvez pela ideia
nascitura de um em oposição à morte do outro. Contudo, sua proximidade é patente,
registrando quase no mesmo instante o findar de velhas histórias que abrem perspectivas
para o novo do sobressaído momento. Permitem, além do mais, aos que se dispõem
à tarefa da reflexão, um olhar apurado sobre as tantas experiências tempestivas
e intempestivas ocorridas durante o tempo decorrido, tal qual fogo devorador
não poupou os instantes, consumindo-os de forma rápida e versátil, fazendo
desaparecer, depurando e até mesmo moldando caprichosos feitos.
Certamente,
neste novo ano somos impulsionadas à esperança. Sim, não podemos esquecer uma
das virtudes máximas elencadas como superior pelo texto sagrado. A esperança, a
fé e o amor transmitem o parecer da Escritura para cada momento da carreira
cristã, enquanto o glorioso dia não refulge com a glória esperada. Precisamos,
neste momento de reflexão, fazer uma inclinação para nosso interior a fim de
verificarmos quais sentimentos pretendem nos nortear neste novo momento da
caminhada de servirmos a Deus verdadeiramente. Estaremos dispostos a mudar,
caso precisemos? Desejaremos ir além, superando os sucessos anteriores?
Pagaremos o preço de cada atitude para que a glória seja somente para o
Cordeiro de Deus?
Como
fiéis aos preceitos cristãos, precisamos entender que os erros e os defeitos
merecem ser esquecidos, mágoas não devem ser suscitadas, intrigas despedidas e
lançadas longe para que toda virtude prevaleça. Respirar com a espiritualidade
cristã não só elevará o sujeito cristão como também enriquecerá o coletivo dos
tementes a Deus congregados na mesma comunidade. A transmissão de valores e o
exercício do mesmo não tardará em proporcionar uma Igreja revestida do calor do
Espírito e do bálsamo da paz, se tão somente desejarmos acima de qualquer
coisa, inclusive, de nós mesmos, crucificar o eu e viver a santidade
oportunizada como dádiva imerecida com a qual teremos o pudor de manifestarmos
a identidade anabatista.
Vosso servo, pr. Heládio
Santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário