Uma
suposta valorização do indivíduo passou a ocupar a pauta midiática quando a
mesma fala da conservação de cabelos naturais, enfatizando, principalmente, cacheados
e crespos como selo identitário de quem a mulher é de fato e de verdade. Pelos
meios de comunicação, agora, ouve-se uma defesa com espírito militante desses
dons naturais e da sua essência numa oposição severa à agregação de determinadas
ações para alterá-los. Essa fala também pretende resgatar o prestígio das mulheres
“desvalorizadas” em décadas passadas por não consentirem com a alteração de sua
naturalidade em meio à crise instaurada pela moda corrente daquele momento. Antigamente,
cabelos loiros, longos e brilhantes, estirados, pintados e frisados (alguns
ainda hoje) eram os que ganhavam maior notoriedade com status de beleza, enquanto
os demais, principalmente os crespos, eram ridicularizados e coagidos às
sombras para nem serem notados, mas a adesão à modificação de sua essência
capilar inseriria a mulher em outro patamar: o do reconhecimento e o de estar
na moda efervescente, como diria madame C.J.Walker. De fato, uma situação
explícita de exclusão social e de manipulação cujo real intento era apresentar
sempre a prevalência de determinados modelos de cabelos tidos como perfeitos em
detrimento de outros, seguramente, menosprezando esses outros por questões
raciais.
Por
outro lado, na genuína Igreja cristã sempre houve apreço pelos aspectos naturais
do cabelo e pela sua composição. Pedro, inclusive, inibe a prática manipuladora
do seu tempo ao falar que o adorno da mulher não deveria ser o frisado de
cabelos, antes o padrão natural (I Pedro 3:3). Duas razões específicas nos
motivam a pensar na doutrinação de Pedro: a valorização da naturalidade e a da
simplicidade. Em ambos os aspectos, destaca-se o verdadeiro sem ocultação ou
fabricação da falsidade. Via-se, desta maneira, o caráter honesto da fé na qual
a mulher cristã deveria conduzir-se para agradar a Deus naquilo que Ele lhe
proporcionou, sendo-lhe grata e contentando-se com a dádiva divina, muito
embora houvesse o peso da coerção social tentando lhe desviar das perspectivas
cristãs.
Mas,
a crítica midiática não pretendia reconhecer nosso comportamento cristão,
talvez por vergonha do seu erro ou por alegar extremismo religioso na
disciplina e no comportamento adotados pelas fiéis e símplices seguidoras do
Cristo. Mas são exatamente nessas manifestações das discípulas que encontramos
a valorização consciente pelo que são, sentindo prazer e gratidão pela
composição desta parte de seus corpos que as tornam únicas.
Apesar de algumas Igrejas evangélicas não respeitarem esses limites, existem muitas outras que preferiram a fidelidade e a observância da naturalidade ofertada por Deus, permitindo, desde antes dessa nova moda, a valorização dos cabelos naturais (sejam eles quais forem), opondo-se a essa “preocupação” da mídia mundana que alega rompimento com preconceitos raciais, mas, quem sabe, pode ser, na verdade, uma tremenda iniciativa para uma campanha publicitária cujo real intento seria alavancar vendas com produtos que realçam essa naturalidade, confirmando mais um capricho egoísta e mercadológico.
Pastor Heládio Santos
Muito bom pastor Heládio.
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