O Jornal Tocha da Verdade é uma publicação independente que tem como objetivo resgatar os princípios cristãos em toda sua plenitude. Com artigos escritos por pastores, professores de algumas áreas do saber e por estudiosos da teologia buscamos despertar a comunidade cristã-evangélica para a pureza das Escrituras. Incentivamos a prática e a ética cristã em vistas do aperfeiçoamento da Igreja de Cristo como noiva imaculada. Prezamos pela simplicidade do Evangelho e pelo não conformismo com a mundanização e a secularização do Cristianismo pós-moderno em fase de decadência espiritual.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

A manutenção da paz na prática da reconciliação

 


Viver em uma comunidade de crentes requer de modo prático ações sábias de empatia e de amor. Uma comunidade local reúne pessoas heterogêneas, logo é necessária uma aprendizagem sadia do viver juntos, mas isso muitas vezes não é fácil. Como pecadores agraciados pelo favor divino, ainda somos sujeitos a cometer erros e ofensas uns para com os outros. Juntos, estamos em uma jornada na qual os erros e incompatibilidades, às vezes, são inevitáveis.

Quando estudamos um pouco as comunidades cristãs dos primeiros séculos do cristianismo, nós as vemos se reunindo constantemente em cultos semanais, onde oravam, realizavam a Ceia do Senhor, celebravam a unidade em Jesus Cristo e pediam perdão pelos seus pecados quando ofendiam ou feriam uns aos outros.

Um dos chamados pais da igreja, Cipriano chamava a prática de pedir perdão por uma ofensa como “manutenção da paz”. De acordo com Alan Kreider em seu livro “O paciente fermento da igreja primitiva”, página 208, escreveu:

“Citando a sétima Bem-aventurança de Jesus, Cipriano observou que os filhos de Deus são por definição ‘fazedores da paz’”.

E também são

“gentis de coração, sinceros no falar, harmoniosos de sentimento, sinceramente afeiçoados um ao outro pelo vínculo de uma mente comum.”

Essa descrição de Cipriano me comove profundamente. Sua observação atesta para ações que enobrecem o caráter cristão e o diferencia das ações comuns entre os não crentes. Mas embora isso seja excelente, na realidade, conflitos e querelas podem prejudicar o viver em comunidade trazendo consequências ruins.

Abaixo cito o que Cipriano falou em relação a isso:

“Deus não aceita sacrifício de alguém que está em litígio”

“Deus o faz voltar ao altar, ordenando-lhe primeiro que se reconcilie com o irmão, para que ele possa satisfazer a Deus orando como um pacificador” (Cyprian, Dom. Or, 23 – Stewart-Sykes, Lord’s Prayer, 83).

Um outro que trovejou em prol da unidade e paz foi Tertuliano, que estava certo de que Deus não ouviria as orações de Cristãos irados cujas relações com os outros estavam rompidas. Tanto Tertuliano como Cipriano são exemplos de promotores da paz e da reconciliação que devem ser reconsiderados ou levados em questão. Mas acima de tudo, lembremos das palavras de Jesus e de Paulo

“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mateus 5.23,24)

“Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também” (Colossenses 3.13)

No amor e na paz do Espírito,

Heberth Ventura

3 comentários:

  1. Uma benção a mensagem que o irmão trouxe, pertinente e necessária para os dias atuais.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Glória a Deus por essa palavra. Estamos no mesmo espírito. Tenho meditado muito sobre isso. Deus te abençoe e te ilumine sempre meu admirável jovem.

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