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terça-feira, 3 de setembro de 2024

Grupo de Estudos - GEPMOR

Há muito desejávamos um grupo de estudos que aprofundasse a discussão sobre a História da Igreja cristã, principalmente, focando aqueles movimentos denominados reacionários cujas ações criaram cismas na Igreja. Não entenda, entretanto, reacionário do ponto de vista ideológico, político ou revolucionário, mas como pensamento de restauração pelo qual comunidades sentiram a urgente necessidade de retornar aos padrões da Igreja Primitiva em contraponto aos desvios e às severas mudanças pelas quais passava a Igreja majoritária de seu tempo.



O movimento reacionário no contexto cristão por parte de comunidades menores caracterizou-se pela sua reação de não aceitação às invencionices religiosas praticadas e ensinadas por agentes superiores hierarquicamente da Igreja geral. Muito embora sua argumentação partisse das Escrituras, não eram reputados como seus intérpretes legítimos porque estavam no estrato da laicidade. Contudo, o sentido intelectual e prático desse reacionarismo de determinados grupos visava apenas a conservação dos valores neotestamentários porque estavam sob forte ataque da Igreja em franco caminho de institucionalização ou já institucionalizada. É, portanto, uma abordagem centrada na contrariedade ante os processos de inovação de uma Igreja cristã que não percebia seus erros, mas que era inquietada por aqueles que percebiam a mudança dos seus rumos e como tentativa de solucionar o problema procuraram colocar freios na situação “ladeira a baixo”.



Esses reacionários receberam designações diversas. Às vezes, ganhavam uma nomenclatura associada aos líderes; outras, em referência aos lugares onde estavam; semelhantemente, pelas práticas batismais e, talvez, a razão mais consistente seria pela abordagem pura das doutrinas, gerando convicções pautadas nas Escrituras Sagradas, mas não entendida desta forma pelos seus opositores que em tom de ironia os designavam.

            Consiste, deste modo, num grande desafio tomar documentos históricos, analisá-los e propor um conhecimento que esteja de acordo com as perspectivas daqueles cristãos que muitas vezes foram/são chamados de hereges, amiúde, equivocadamente. O simples fato de assim nomeá-los criou um grande obstáculo ou uma densa bruma para alguns pesquisadores, estudiosos ou leigos que queiram saber mais sobre o assunto porque já são introduzidos no contexto de forma enviesado e eivado pela falsa interpretação. Outrossim, o título pejorativo dado pelos muitos religiosos incomodados com as pregações e ensinos dos reacionários cristãos revelou também um desgosto pela crítica indireta à sua hipocrisia religiosa recheada de pomposidade e deleites mundanos por parte de homens e mulheres comuns não institucionalizados nem hierarquizados. Por certo, um tema bastante interessante para dialogarmos com a História.



            Não obstante, um pequeno grupo da Igreja Batista Renovada Moriá, Fortaleza (CE), vem reunindo-se mensalmente com sede de conhecer mais da História da Igreja para poder transmitir informações honestas sobre cada movimento. Não será, no entanto, um trabalho rápido e ágil, pois uma pesquisa desta envergadura dura anos e perpetuasse. O trabalho tem consistido em análises pontuais e progressivas dos anais históricos e de autores nacionais e estrangeiros, bem como na tradução dos tratados originais em latim, outros em inglês, espanhol e francês e sua contextualização. A pretensão para a entrega de resultados está programada para os eventos da Igreja cujos temas tenha igual abordagem, assim como a produção textual para publicação a partir do próximo ano.







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