As
igrejas evangélicas são instituições que marcaram profundamente a história
social do Brasil. Pregadores e incentivadores de práticas voltadas para o
próximo (o outro) influenciaram práticas de inclusão social mesmo antes de as
autoridades públicas criarem o conceito. Obviamente, priorizaram a pregação das
boas novas do Evangelho, mas como consequência de suas vidas redimidas
favoreceram os menos favorecidos com ações que ultrapassaram os muros de seus
templos.
Escolas dentro da perspectiva contemporânea são encontradas
quando não havia tantos incentivos educacionais:
Imigrantes alemães
encontraram nos morros do Vale do Sinos as terras que procuravam para fixarem
seus valores, sua cultura e sua identidade, presentes até hoje! Foi aqui que
edificaram escolas e igrejas, construíram novos empreendimentos, dando nomes a
lugares, pessoas e objetos. Formaram Hamburger Berg, Hamburgo Velho, e
depois Novo Hamburgo, hoje com mais de 240.000 habitantes. É nesta
terra cheia de histórias que, em 1832, criaram a primeira escola que
fundamentou a base da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo, a IENH. A Escola
da Comunidade Evangélica de Hamburgo Velho, hoje Unidade Pindorama, foi fundada
em 1832, nos primórdios da existência da Comunidade. Em 1886, as
irmãs Lina e Amália Engel fundavam a escola feminina, cuja administração e
patrimônio posteriormente foi destinado ao Sínodo Rio-Grandense, dando início à
Fundação Evangélica. Isto foi em 1895, com o nome de "Evangelisches
Stift". Ficou assim por 66 anos, até 1961. Em 1896, a
Comunidade Evangélica de Novo Hamburgo fundava a sua escola, posteriormente
denominada Escola Evangélica Oswaldo Cruz. (http://www.ienh.com.br/4-conheca-a-ienh)
“O
Hospital Casa Evangélico do Rio de Janeiro é o primeiro Hospital Evangélico do Brasil.
Sua fundação deu-se no dia 11 de Outubro de 1887 em um contexto de restrições à
liberdade religiosa no Brasil. A Associação do Hospital Casa Evangélico do Rio
de Janeiro uniu os primeiros protestantes: Congregacionais, Batistas,
Episcopais, Luteranos, Metodistas e Presbiterianos e no dia 11 de Outubro de
1912 foi inaugurado o edifício hospitalar tendo como arquiteto o Comendador
Antonio Januzzi.” (http://www.herj.com.br/hospital.html).
Ainda no século XIX, “Apesar
da situação precária, os evangélicos (Luteranos) ainda partiram para a atuação
social. Em 1892 surgiu em Taquari, no Rio Grande do Sul, o mais antigo asilo
evangélico da América Latino, os Asilos Pella e Bethânia" (www.paroquiamatriz.org.br/textos/Historia_IECLB.rtf).
O orfanato da Igreja Evangélica Fluminense (Igreja organizada
em 1858) foi criado:
“O Sr. Abílio
Augusto Biato, presbítero da lgreja Evangélica Fluminense, perdera a sua esposa
e leal companheira, Sra. Leopoldina Novaes Biato, que deixava órfãos sete
crianças. Nessa embaraçosa situação, viu-se o presbítero Biato na contingência
de internar três dos seus filhos, num colégio interno em Lavras, MG, até quando
o Senhor mesmo lhe deparou uma outra esposa. Compreendeu, então, o Sr.
Biato, a grande e imperiosa necessidade da criação de um estabelecimento, pela
nossa União, onde seriam recolhidos os Filhos de nossos irmãos e os de outras
pessoas. No dia 29 de maio de 1919, quando estava reunida a lll
Convenção das Igrejas Evangélicas Indenominacionais (assim se denominava a
nossa União de lgrejas), o presbítero Abílio Augusto Biato, um dos delegados
ali presentes, lançou a proposta nesse sentido, sendo recebida com aplausos.
Aprovada por unanimidade, ficando todos os convencionais em pé.” (http://www.igrejaevangelicafluminense.org/memoria-viva/)
Na tentativa de retirar jovens do vício
das drogas, o Desafio Jovem foi implantado no Brasil:
Há
35 anos atrás, um pouco mais, em outubro de 1972, chegava a
Brasília o autor do livro “A CRUZ E O PUNHAL”, já
traduzido para o português, o já lendário pastor norte-americano
DAVID WILKERSON. Ele se notabilizara por ter sido preso no Fórum de
Nova York, quando tentava defender sete jovens que haviam
matado um adolescente numa cadeira de rodas, estando todos eles sob o domínio
das drogas. A fato percorreu o mundo e o seu livro tornou-se
best-seller, traduzido em várias línguas. Esse pastor, jovem, magricela,
simples, mas com um olhar firme e penetrante, que impressionava
multidões com suas experiências junto a esses usuários de drogas,
utilizando tão somente a Palavra de Deus e tendo a Bíblia
como arma de libertação, despertou os brasileiros. Em especial os líderes
e os jovens, para uma cruzada de esperança para que o
mesmo fenômeno ocorresse em nosso país. Em pouco tempo começaram a
se levantar obras em todas as regiões do Brasil. Já havia um trabalho em
Goiânia- “Movimento Jovens Livres” e outros surgiram, a maioria com a
denominação Desafio Jovem, como a de Brasília, e outras como o Esquadrão
da Vida, de Bauru, e o Movimento S-8, em Niterói. Seus dirigentes
foram considerados os pioneiros desta obra extraordinária que
cresceria em nosso país: Paulina e Paulo Brasil, Galdino Moreira Filho,
Edmundo Munis Chaves, e através deles dezenas de outras entidades
foram criadas. A história do Desafio Jovem do Brasil teve duas
etapas. A primeira, de 1977 a 1982, quando foi fundada
e teve como seu primeiro Presidente o saudoso Pr Bernardo Johnson,
responsável pela vinda de David Wilkerson ao Brasil, e grande amigo das obras
de recuperação. A esse homem incansável, muito deve o Desafio Jovem do
Brasil. Não podendo continuar na presidência da obra nacional,
assumiu o cargo o Diretor Executivo, então Professor
Galdino Moreira Filho, que presidiu até 1982. Ao se retirar
da presidência, foi substituído pelo Pr Nilton Tuller e logo depois pelo
Pr. Carlos Alberto Leandro. (http://www.desafiojovemdobrasil.com.br/historico_djb.html)
Além dos relatos acima, encontramos
facilmente outras instituições cuja dedicação foi voltada para políticas
públicas, inclusive, sem o amparo governamental, ou seja, sem os recursos do
erário público.
Com respeito à economia, a população
evangélica cresceu e ampliou o mercado consumista, gerando renda e emprego com os itens de sua fé. Não é sem motivos que
encontramos um elevado índice nesta categoria, veja notícia sobre o assunto:
“O mercado de
consumo de produtos ligados à fé entre evangélicos é bastante amplo e movimenta
aproximadamente R$ 12 bilhões por ano. Essa é a conclusão de Mário René, professor
de ciências do comportamento da Escola Superior de Propaganda e Marketing
(ESPM). A pesquisa feita pelo professor indica o que o crescimento do público
em mais de 60% entre os anos 2000 e 2010 é uma demonstração do potencial do
mercado.” (http://noticias.gospelmais.com.br/produtos-evangelicos-movimentam-12-bilhoes-ano-estudo-63873.html).
Além das políticas sociais e assistenciais, há um crescimento do mercado evangélico, a
oferta de empregos e renda gerados a partir dele, a abertura de novas empresas dentro do segmento,
o fomento de empresas seculares como parceiras, entre outras, têm gerado recolhimento de tributos e impostos para os governos. Porém, será
que os governantes têm reconhecido tantos feitos evangélicos e protestantes? Acredito
que não, pois as medidas e as legislações que estão na iminência de aprovação reduzirão
todos esses feitos sociais e benefícios para a população brasileira a meras
ações religiosas que devem ser desprezadas neste novo contexto de inversão de
valores. Em retribuição a tudo quanto a Igreja Evangélica produziu, receberá a
reprovação de suas condutas e dos seus valores.
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