A virtude é elemento qualitativo presente em pelo menos
três categorias da vida: moral, religiosa e social. Há tempos que gente de boa
conduta e de boa índole reconhece um comportamento virtuoso, associando-o ao
exemplar. Desta maneira, a qualidade de ser virtuoso encontrou destaque e honra
pelos muitos anos em que foi empregado. Hoje, com a insistente decadência da
moral e o perdimento dos conceitos do que é certo e errado parece que o termo
foi esquecido.
Virtuoso sempre foi consagrado pelo sentimento e pela
prática do dever. Dever é consciência, é raciocínio, é entendimento e
equilíbrio para realizar aquilo que é esperado para conservação de determinado
contexto social. Com o advento do “devir”, conceito que entende o sujeito em
“transformação” no qual “supera” paradigmas e inova com práticas relativistas e
imorais, surge uma nova maneira de ser (vir-a-ser)
na qual não há expectativas de deveres, mas muitas “liberdades” que
desestruturam colunas que sustentaram durante centenas de anos a humanidade.
Obviamente que a filosofia não trata do assunto dessa forma, mas com o
cientificismo rebuscado tentando demostrar que algumas mentes “brilhantes” que
pensam nosso tempo têm razão em seus projetos e teorias sobre a vida.
Entretanto, sempre que há uma modificação do padrão (falo
em valores absolutos), a sociedade incorre para problemas. Os valores e
virtudes estão sendo esquecidas porque herói, hoje, é quem faz o errado; quem
tenta fazer o certo está ultrapassado. Antigamente, uma pessoa ao receber uma
multa de trânsito pagava porque reconhecia seu erro. Hoje, o motorista ousa ir
até o STF para não ser penalizado, mesmo tendo cometido infração e tendo
ciência dela, mas não se acha na obrigação de pagar o preço da desobediência.
Certamente que esses pensamentos equivocados são oriundos das teorias sociais
aplicadas nas universidades que depois ganham aderência do senso comum sem a
devida reflexão.
Cabe
lembrar que até os mais venerados pensadores sofreram duras penas pela incursão
por um campo que não lhes era possível já que era assunto definido e outrora
apresentado para alcance do virtuoso. Nieztsche proclamou “Deus está morto!”
tentando dissuadir a humanidade do caminho do Cristianismo. Morreu louco num
hospício. Foucault, “discípulo” de Nieztsche, tentou suicídio e morreu em
consequência da AIDS. Esses dois exemplos citamos com lamentação já que servem
para revelar alguns que fugiram e estimularam à fuga do virtuoso.
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