“Reinam nas almas dos ímpios aqueles princípios infernais, que agora mesmo os
inflamariam e incendiariam no fogo do inferno, se Deus não os restringisse. Há
posto na própria natureza do homem carnal um fundamento para os tormentos do
inferno. Há aqueles princípios corruptos, com poder reinante, e em plena posse
deles, que são as sementes do fogo do inferno. Estes são princípios ativos e
poderosos, extremamente violentos em sua natureza, e não fosse pela mão
restringente de Deus sobre tais princípios, logo explodiriam, se inflamariam à
semelhança do que as mesmas corrupções e a mesma inimizade fazem nos corações
das almas condenadas, e gerariam os mesmos tormentos que geram naquelas. As
almas dos ímpios são comparadas na Escritura ao mar agitado (Is 57:20). No
momento, Deus restringe a impiedade deles pelo seu imenso poder, assim como faz
às ondas raivosas do mar enfurecido, dizendo: (Jó 38:11): “até aqui virás e não mais adiante.”
Mas, se Deus retirasse esse poder restringente, logo ela carregaria tudo diante
de si. O pecado é a ruína e a miséria da alma. É destrutivo em sua natureza, e,
se Deus o deixasse sem restrição, nada mais seria necessário para tornar a alma
perfeitamente miserável. A corrupção do coração humano é ilimitada e desmedida
em sua fúria. Enquanto os ímpios vivem aqui, é como o fogo preso pelas
restrições de Deus, de outro modo, se fosse deixada livre, poria em chamas o
curso da natureza. E, assim como o coração agora é um poço de pecado, se este
não fosse restringido, imediatamente tornaria a alma em um forno ardente, em
uma fornalha de fogo e enxofre .”
Trecho do sermão de
Jonathan Edwards
Há 274 anos, subia no púlpito da capela em Enfield,
Connecticut, EUA, Jonathan Edwards, com muita serenidade, para pregar, talvez,
o maior sermão dos últimos tempos: Pecadores nas mãos de um Deus irado.
Foi no
dia 07 de julho de 1741 que muitos dos membros (não crentes) da sua Igreja foram
impactados por uma mensagem aparentemente simples, proferida sem expressividade
através de uma leitura bem compassada. O sermão, naquele tempo, era lido, não
anunciado como estamos habituados, e falava sobre a condenação do inferno.
Edwards havia passado dias compenetrado em comunhão com Deus preparando sua
mensagem. Quando pregou viu homens, mulheres e jovens, outrora endurecidos pelo
pecado, serem transformados, pois caiam aos prantos no chão sentindo o tormento
eterno, pulavam sobre os bancos porque achavam que estavam caindo no inferno,
confessam seus pecados com vigor de quem estava querendo se afastar de todo
engano e vida promíscua. Houve um tremendo avivamento naqueles dias naquela
Igreja.
Que essa mensagem possa ser proferida em nossos dias
porque o mundo jaz em pecado. Queira Deus levantar muitos homens e mulheres com
o mesmo sentimento de Jonathan Edwards para pregar com persuasão ao mundo sobre
o porvir para desvia-lo da condenação vindoura. Sabemos: o mundo respira pecado,
vive o pecado, morre pelo pecado. Necessita urgente de uma pregação consagrada
porque somente assim poderá libertar-se do terrível mal da ira futura. Queira o
homem ou a mulher, quando eles sentirem o chamado de Deus, não desejar outra
coisa, se não firmar um compromisso com Deus para alcançar semelhante unção a
fim de ser porta-voz da poderosa mensagem cristã e vivê-la.
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