Como bem
sabemos, houve em Atos dos apóstolos uma profunda demonstração de comunhão com
Deus e com a Igreja Primitiva. Foi-nos assim manifestado nos primeiros
capítulos desse livro um forte apego ao ideal da unidade ou da Koinonia.
Koinonia,
palavra de origem grega, em sentido etimológico, significa comunhão, mas
poderia entendê-la como leveza para repartir e como estabelecimento do vínculo
em prol de algo sumamente precioso para a comunidade de Cristãos.
Compreende-se, então, que existe o liame no qual todas as partes da comunidade
unem-se e produzem uma ação em proveito dela mesma e do agente efetuador da
Koinonia.
Tendo em vista
o princípio, o impulso operado na Igreja Primitiva foi exclusivamente do Espírito Santo. Com Ele foi [e ainda é] possível
ocorrerem fortes experiências de comunhão com Deus uma vez que o enchimento do
Paracleto nos permite uma percepção maior da dimensão espiritual na qual nos
insere. Quando o Espírito opera há libertação, há revestimento de poder, há quebra
de barreiras, há progresso e acontecem diversas manifestações que cooperam para
o engrandecimento do Filho de Deus. Essas operações denotam a fluidez e o
refrigério estabelecido pelo Senhor para que sua Igreja reproduza no seu
cotidiano tudo quando lhe foi prometido. Esse testemunho que começa no interior
é manifesto através da pregação calorosa dos autênticos discípulos que não
beberam de uma fonte religiosa, mas da fonte da vida. É com esse Espírito que
crentes avivados podem influenciar os que estão estagnados no Caminho e outros
que vagueiam pelo mundo e em igrejas frias, pessoas que procuram outros meios
para sentirem estímulos para servir a Deus, impossibilitando o agir perfeito do
Salvador.
Com espírito
brando e submisso, temos urgência em tomarmos atitudes como as que foram
tomadas por Evan Roberts ao registrar sua experiência:
“Eu estendi minha mão e toquei a chama. Agora eu
estou queimando e esperando por um sinal. – Eu não sou a fonte deste
avivamento. Eu sou apenas um agente entre o que vai ser uma multidão... Eu não
sou aquele que está tocando os corações de homens e mudando as vidas dos
homens. Não sou eu, mas o Deus que opera em mim.”
A Igreja
evangélica precisa urgentemente retornar aos princípios do Evangelho para
vivenciar legitimas práticas espirituais. Do contrário, estará fadada ao fardo
do engano e da insensatez, à falta das convicções e ao desvio completo. Chegou
a hora de buscarmos o trono da graça e de poder para que o Reino de Deus
prevaleça, pois Ele está vindo, mas antes deseja unir sua Igreja (as virgens
prudentes) para o despertar que antecede o encontro. O fogo espiritual
contagiando a Igreja para uma intensa comunhão e união de forças para pregação
do Evangelho será o adorno final de preparação para as Bodas do Cordeiro. Maranata!
Heládio Santos
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