Muitos
avivamentos espirituais ocorreram durante o trajeto da Igreja cristã. A “chuva”
do Espírito foi derramada pela primeira vez em Atos 2, período em que se
formava a Igreja Primitiva, para estabelecer o paradigma. E é a partir deste
primeiro movimento que podemos elencar algumas características precisas para
identificarmos o verdadeiro avivamento em fases posteriores.
Essas
características foram:
1) Fé
comunitária precisa na promessa de Cristo (Atos 1:4-5, 8);
2) Creram
que somente Jesus era o batizador do Espírito Santo (Atos 3:11);
3) Dedicaram-se
concordemente, confiantemente e perseverantemente à oração (Atos 1:14);
4) Foram
capacitados para com ousadia pregarem a Palavra da Verdade (Atos 2:40), através
da qual denunciavam os pecados e toda prática contrária à vontade de Deus;
5) Efusão
de sinais e prodígios entre os apóstolos e pregadores (Atos 3:1-8, Atos 6:8,
Atos 8:1-40);
6) Um
grande movimento de santidade, consagração e dedicação abnegada aos propósitos
divinos (Atos 2:42-47);
7) Confirmação
na prática do batismo que o Espírito glorifica exclusivamente ao Filho (João
16:14).
Assim
postas, podemos fazer uma análise comparativa com outros movimentos que
reivindicam a ocorrência do fato para sabermos se realmente aconteceu o mesmo
avivamento; por exemplo, na renovação carismática católica e nos movimentos
liberais.
O
catolicismo, através da Renovação Carismática Católica, tem proclamado o derramamento
do Espírito Santo na sua comunidade. A questão é que o catolicismo romano
substituiu muito dos postulados de Cristo por dogmas de seus concílios, alterando
abruptamente o padrão. Para demonstrar brevemente alguns aspectos de sua situação,
basta dizermos que até bem pouco tempo (e também ainda hoje) o católico não se
julgava salvo. Ora, se a salvação foi oferecida por Cristo como dádiva primaz
de sua obra, como o católico pode receber a “segunda benção” se nem a primeira
recebeu? No catolicismo ainda predomina a concepção de que após a morte o
suposto cristão passará pelo purgatório a fim de aliviar o peso de suas ofensas
para que em seguida rume para o céu. Entretanto, a Bíblia não fala de
purgatório como lugar intermediário entre a morte e o céu. Após a morte segue-se
o juízo (Hebreus 9:27), enquanto aquilo que nos purga de todo o pecado é o
sangue de Cristo (I João 1:7).
Além
disso, vejamos outros erros da RCC:
Na
RCC glorifica-se a Maria e não a Jesus somente.
“Maria
não é mãe da igreja. Quando Jesus falou que João era filho de Maria, e Maria
era mãe de João, não se referia a uma maternidade universal, mas, sim, ao fato
de que após a morte de Jesus, João cuidaria de Maria, já que José estava morto,
e seus irmãos eram incrédulos. A prova disto é que a Bíblia diz: “E desde
aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19.27).
Maria
não é madrinha da Igreja no Batismo do Espírito Santo. Primeiro, porque não
existe “madrinha” de batismo na Bíblia; segundo, porque a Bíblia não fala que
Maria foi a madrinha; terceiro, porque Maria foi batizada com o Espírito Santo
no mesmo instante em que os outros o foram (At 1.14; 2.1-4): Como poderia ser
batizada e ser madrinha ao mesmo tempo?
Não
é Maria que nos obtém a renovação do Pentecostes, mas Jesus Cristo: “E Eu
(Jesus) rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique
convosco para sempre” (Jo 14.16). “Se Eu (Jesus) for, vo-lo enviarei” (Jo
16.7).
Maria
não é a esposa do Espírito, já que no reino espiritual não há isso: “Não se
casam nem se dão em casamento” (Mt 22.30).
A
RCC começou com a leitura do livro protestante “A Cruz e o Punhal”, de David
Wilkerson, que aceitou que se citasse seu livro no livro “Católicos
Pentecostais”, no início da RCC. Vejamos agora o que diz David Wilkerson sobre
isso tudo:
“Saí
fora da Igreja Católica Romana, adoradora de ídolos. Ela idolatra inclusive a
santa mãe de Jesus, Maria, a qual na Bíblia nunca vemos sendo adorada e muito
menos sendo igualada a Deus (Toca a trombeta em Sião, David Wilkerson, CPAD, p.
144)”[1].
Rejeitar
Jesus e colocar Maria como medianeira nessa relação espiritual é criar uma
heresia das mais nocivas. Portanto, não podemos aceitar que no catolicismo se
derrame o Espírito, pois, além da argumentação de nossa breve exposição,
existem outros agravantes que o desqualificam.
Há
também igreja liberais e mundanas pregando um grande avivamento entre eles.
Pregadores da prosperidade material anunciam um grande despertar, entretanto,
tal despertamento tem uma conotação bem oposta aos institutos vistos no primitivismo
cristão. O discurso contemporâneo de avivamento preza: pela saúde física
incondicionalmente, pela prosperidade material, pelo sucesso profissional, pela
ascendência do status social, pela
beleza artificial, pela adaptação aos padrões mundanos em diversos
comportamentos seculares, pela participação política, ou seja, um verdadeiro
avivamento ou despertamento para o efêmero. Uma inversão do valor primeiro que
prezava pela espiritualidade, devoção e pudor. Igrejas liberais e
neopentecostais têm valorizado demasiadamente o apego pela vida, mas não
percebem que estão seguindo este caminho. Será cegueira espiritual? Será um
prenúncio e alerta para detectarmos os tempos nos quais estamos, pois isso
demonstra o parecer das virgens néscias citadas em Mateus 25? Será apostasia?
Não duvide!
Os
tempos maus de hoje nos obrigam a viver na dependência do Espírito Santo,
renovando diariamente nossa experiência com Ele para que estejamos cheios de
sua presença. Uma forma muito simples de detectarmos quem tem a unção do
Espírito de quem não tem é verificarmos os valores que ele defende. Se forem
valores estritamente espirituais, pautados nas Escrituras, saibamos que há a
presença do Altíssimo no coração piedoso, mas se não, se seu discurso e
comportamento demonstram apego à vida, quão distante ele está da
espiritualidade cristã.