Quando o grande vento do Espírito
caiu no cenáculo em Jerusalém criou-se a expectativa de que aquelas
manifestações se perpetuariam interminavelmente durante o trajeto da Igreja.
Porém, passada a era apostólica muito daquele fervor se foi e a Igreja foi
assumindo novas formas de persuadir seus ouvintes: um grande problema para quem
viu o impacto da unção sobre os cristãos primitivos. Mas, a História testemunha
sobre as ocorrências pentecostais durante os séculos. Para enumerar algumas,
façamos um resgate dos movimentos de Montano e do pastor Seymour.
No século II, O fervor e a
ousadia ressurgiram na Frígia (região da Galácia) com os Montanistas. Eles
buscaram resgatar aquele fervor da Igreja de Atos, entretanto a experiência
espiritual da grande parte da igreja onde estavam era distinta da primeira. Por
isso, a Igreja reorientada por bispos e sumo bispos tentaram de todas as formas
calarem o movimento, desabonando-o ao ponto de o denunciarem como heresia, um
grande equívoco. O peso do estigma repercutiu ainda para os futuros intérpretes
da História que não relutaram, mas aceitaram o conceito negativo com enorme passividade.
Apesar disso, Tertuliano foi alcançado pelo espírito de Atos dos montanistas ao
ponto de fazer parte de sua comunidade durante o resto de sua vida. Viu
manifestações espirituais dentro dos critérios de I Coríntios 14 e recomendou a
prática em seus escritos.
No século XX, o mundo viu
um grande despertamento espiritual na insignificante Azusa Street, sob a direção de um sapateiro negro e caolho, o
pastor Seymour. Multidões de missionários foram enviados ao mundo levando a
chama espiritual vinda de Deus. Igrejas foram restauradas, almas foram salvas, homens
e mulheres voltaram-se para uma vida honesta e digna; a respeitabilidade, a
honradez e o pudor assumiram novamente o centro das atenções sociais como resultados
da grande influência cristã nos locais das pregações.
Porém, uma grande questão
pode ser suscitada: se havia tanta espiritualidade, por que essas influências diminuíram
e cessaram em alguns lugares?
A geração que vivenciou o
poder espiritual pleno conservou no seu tempo a unção. Soube buscar,
apropriar-se e transmitir a maneira singular de como um cristão poderá alcançar
a grandiosa promessa do Espírito. Até hoje temos livros, filmes e relatos
diversos de como ela experimentou as dádivas divinas, sabendo praticar tudo em
conformidade com o preceito predito nas Escrituras, sendo essa relação (a
experiência espiritual mais a fundamentação da prática na Escritura) uma verdadeira
equação espiritual que nunca chegará a um resultado negativo. A falta de
conservação não é, portanto, de responsabilidade da geração de origem, mas de
seus herdeiros. Podemos dizer que a falha está na não compreensão do valor do
dom por esta nova geração muito embora houvesse tido toda uma preparação e
transmissão. Nela, houve uma diminuição paulatina do significado do dom já que as
raízes firmes foram sendo substituídos por adventos da Modernidade, fazendo
assim com que as manifestações fossem desaparecendo.
Por isso, deveremos procurar
guardar os tesouros do passado para termos uma visitação constante do Santo
Espírito em nossas vidas. As experiências do passado deverão fomentar nossa
relação com Deus e nos dispor a querer sempre mais dele. Essa é visão cristã
que devemos obedecer hoje e sempre!
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