Muito se fala sobre pudor para jovens
e adolescentes nas Igrejas evangélicas que ousam não se moldarem às infames
tendências e plataformas do mundanismo. No mundo, o apelo pelos caprichos da
vaidade e da licenciosidade está estampado nas vitrines das ambições carnais,
visto que refletem tão bem a prática da geração de impenitentes, para ser
tropeço, queda e destituição da formosura da nossa juventude cristã. Não
obstante, os ensinos cristãos críticos da realidade mundana parecem não
alcançar seus efeitos em alguns jovens aspirantes da fé, mas que já estão
inseridos nas Igrejas. A rebeldia, a intransigência com a doutrina pura, o
descontentamento para se adequarem ao paradigma bíblico e outros conflitos
existenciais assolam a mente deles a tal ponto que os faz insensíveis ao prazer
da vida piedosa em Cristo como reflexo da transformação operada pelo Espírito.
Muito embora a Bíblia nos
chame a atenção quanto ao peso negativo que a sedução e as vaidades têm, esses
cristãos não conseguem enxergar que suas atitudes e indumentárias, por exemplo, transgridem
os obstáculos da fé para a boa prática da comunidade diante das trevas mundanas.
Para remediar uma situação como esta é necessário apenas uma coisa: “sentir” o
sentimento de Deus de repulsa aos objetos que atraem a cobiça através de um bom
esclarecimento das Escrituras. Para isso, a admoestação de Pedro parece bastante
oportuna neste denso momento: “ ... Temei a Deus...” (I Pedro 2:17).
Se a juventude cristã a
qual me refiro deseja servir a Deus, não custa nada observar o preceito do
Salmo: “Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua Palavra”
(Salmos 119:9). Vejamos, se o jovem deseja ter uma vida pura, correta e
agradável a Deus, é imprescindível que busque amparo nas Escrituras para
trilhar seu caminho; do contrário não poderá se ajustar aos padrões benéficos
de Deus para sua vida. A observância dos preceitos das Escrituras é a chave
para termos vida feliz e próspera do ponto de vista espiritual. Por isso, após
ser regenerado, encontre o prazer de servir a Deus sem sentir o encanto pelo
mundo. Isso é possível quando se entende a vida de Deus em nós. Percebe-se o
favor e a graça abundante trabalhando em nossos corações para vislumbrarmos os
dissabores desta vida e de sua efemeridade, porém gerando uma completa
satisfação e contentamento pela vida singela proposta no Evangelho. Esse nível
de espiritualidade procede de um coração faminto por Deus e cumpridor dos seus
preceitos. Saiba que não há vida superior e tão forte que seja capaz de
preencher todos os anelos da alma.
O reflexo dessa vida
interior apresentar-se-á naquilo que somos em nosso exterior: nas ações, nas
falas, em nosso comportamento. Portanto, se temos essa sensibilidade de Deus,
entenderemos ser indispensável abdicar de todo instrumento de sedução e
vaidade. A Bíblia nos ensina a pretensão do apóstolo Paulo no que diz respeito
aos homens e mulheres cristãos: “Quero, pois, que os homens orem em todo lugar,
levantando mãos santas, sem ira nem contendas” (I Timóteo 2:8). Vejamos que
Paulo chama a atenção dos homens para a questão das “mãos santas”, já que
significam santidade, sem culpa, não transgressor, homem afeiçoado e formado
autêntico discípulo de Cristo. Essa assertiva coloca o homem cristão dentro do
padrão espiritual do Novo Testamento, de modo que podemos fazer algumas
ponderações sobre o mesmo, tocando especificamente naquilo que encanta o jovem
homem cristão.
O jovem
moderno é “imprensado” na parede pelas ações coercitivas do mundo para
reproduzir a moda da última hora. Com isso, seguem-se diversos rituais pelos
quais tem que passar para alcançar o status de inserido no contexto almejado.
Muitos jovens cristãos sofrem por causa dessa opressão e, muito embora não
saiam para uma vida mundana, querem alcançar este formato dentro da Igreja. Um
equívoco. Uma das premissas dessa moda é a arte da conquista a partir das
reinvenções produzidas no indivíduo, por isso vemos muitos com ânsia demasiada
para conseguirem namoradas, fazendo verdadeiros malabarismos para conquistar a
jovem desejada. Procuram academias para se exercitarem e alcançarem músculos
preponderantes como se isso fosse primaz para chamar a atenção das donzelas
(termo bem ridicularizado no mundo). Até chama a atenção das mais desavisadas e
menos espirituais. Na verdade, não podemos ser contra os exercícios físicos quando os
mesmos são necessários para uma boa saúde, mas deveremos refletir se as
circunstâncias para o caso apresentado são essas ou se são outras razões impensadas e imprudentes. O
fisiculturismo apresentado hoje é mera vaidade. Homens e mulheres apenas querem
externar seus corpos como unidade de valor para outros. É marketing para a
cultura da preocupação demasiada com o corpo. O corpo exige um cuidado de fato,
mas nem tanto. Infelizmente, muitos de nossos jovens são seduzidos por esse capricho mundano. Isso tem causado prejuízo espiritual para eles já que vão
fazer exposição dos seus corpos com roupas coladas, delineando suas formas e
criando um objeto de cobiça, quando a Bíblia diz que nada devemos cobiçar.
Graças a Deus pela orientação bíblica quanto a esse problema: “Porque o exercício
corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a
promessa da vida presente e da que há de vir” (I Timóteo 4:8). Se o varão
deseja chamar a atenção, deverá fazer pelo brilho da glória de Deus na sua
vida, cheio de unção e consagrado a Deus.
Para as jovens, o
apóstolo ainda nos alerta: “Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje
honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou
vestidos preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a
Deus) com boas obras” (I Timóteo 2:9-10). Percebam que há a possibilidade de a
mulher se ataviar, entretanto, não com bugigangas de vaidades. Seus atavios são
espirituais, provém de um espírito contrito e submisso a Deus, sendo a honestidade,
o pudor e a modéstia os elementos de brilho para sua vida. Esse último termo
indica com maestria o propósito do santo apóstolo, pois modéstia significa
ausência de vaidade. Saibam que a restrição a qualquer forma de vaidade é
condizente com as Escrituras porque representam uma censura a algo vão e vazio de
significado, indicando apenas que aparência natural da mulher está sendo substituída por uma
concepção ilusória que não condiz com a realidade. Por isso, quando uma jovem se
adorna com elementos de joalheria ou pintura ela produz para si mesma uma tremenda contradição e cai em desilusão, já que as joias, as sombrar e os batons refletem um esteriótipo artificial que não é da pessoa, mas do
objeto, levando-nos a compreender que a pessoa nessa relação é inferior ao que
o próprio homem produziu. O mundo não olha sob esse prisma porque está cego e
pretende lucrar com a venda de tais objetos, mas o Espírito de Deus a tudo
perscruta. Outro cuidado que a jovem cristã deverá ter diz respeito às roupas
que usa. Muitas roupas femininas são produzidas com a finalidade de as mulheres
provocarem sedução. Lembrando que a sedução proclamada hoje como forma de
persuasão se encontra no patamar da perversão moral. A jovem cristã tem que ficar
atenta para aquilo que veste a fim de que suas indumentárias não sejam coladas
ao corpo, nem curtas, nem transparentes. Tal preocupação faz-se necessária porque faz parte de nossas convicções valorizarmos a naturalidade da mulher cristã que abraçando essa conduta estará também se valorizando e valorizando a modéstia. Além disso, ela estará rejeitando toda forma de vestuário contrário a sua fé, desenhada pelos caprichosos designs da moda mundana. Para isso, a valorização da mulher cristã tem que ser renovada sempre
desde a juventude, pois a renovação, no sentido bíblico, traz a forma e o
modelo da Escritura com o espírito alegre e contente, não com fingimento, mas
com profunda convicção de geração em geração.
Jovens, tendo em vista o
que foi dito, valorizem seus papéis na presença de Deus, uma vez que o Senhor
vos tem chamado para cumprir seus propósitos, valorizando quem vocês são e
procedendo em conformidade com sua Palavra. Desejem ardentemente viver a vida
piedosa em Cristo, reconhecendo que a vida prometida aos fiéis transmite muito mais valores do
que as vidas dos jovens do mundo. Não se sinta desprestigiado se lhe assola um anseio de algo que não possuis; seja resoluto em receber as dádivas
espirituais já que elas permanecem, enquanto as outras que te incomodam perecerão.
Busque a Deus de todo o seu coração e encontre tudo quanto precisas no Trono da
Graça, lugar em que temos paz e alegria indizíveis, onde jamais seremos
desprestigiados ou excluídos. Vivam a fé com ousadia!
Que Deus em Cristo te abençoe!
Pr. Heládio Santos
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