O Jornal Tocha da Verdade é uma publicação independente que tem como objetivo resgatar os princípios cristãos em toda sua plenitude. Com artigos escritos por pastores, professores de algumas áreas do saber e por estudiosos da teologia buscamos despertar a comunidade cristã-evangélica para a pureza das Escrituras. Incentivamos a prática e a ética cristã em vistas do aperfeiçoamento da Igreja de Cristo como noiva imaculada. Prezamos pela simplicidade do Evangelho e pelo não conformismo com a mundanização e a secularização do Cristianismo pós-moderno em fase de decadência espiritual.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Jovens cristãos e a sedução das vaidades


Muito se fala sobre pudor para jovens e adolescentes nas Igrejas evangélicas que ousam não se moldarem às infames tendências e plataformas do mundanismo. No mundo, o apelo pelos caprichos da vaidade e da licenciosidade está estampado nas vitrines das ambições carnais, visto que refletem tão bem a prática da geração de impenitentes, para ser tropeço, queda e destituição da formosura da nossa juventude cristã. Não obstante, os ensinos cristãos críticos da realidade mundana parecem não alcançar seus efeitos em alguns jovens aspirantes da fé, mas que já estão inseridos nas Igrejas. A rebeldia, a intransigência com a doutrina pura, o descontentamento para se adequarem ao paradigma bíblico e outros conflitos existenciais assolam a mente deles a tal ponto que os faz insensíveis ao prazer da vida piedosa em Cristo como reflexo da transformação operada pelo Espírito.
Muito embora a Bíblia nos chame a atenção quanto ao peso negativo que a sedução e as vaidades têm, esses cristãos não conseguem enxergar que suas atitudes e indumentárias, por exemplo, transgridem os obstáculos da fé para a boa prática da comunidade diante das trevas mundanas. Para remediar uma situação como esta é necessário apenas uma coisa: “sentir” o sentimento de Deus de repulsa aos objetos que atraem a cobiça através de um bom esclarecimento das Escrituras. Para isso, a admoestação de Pedro parece bastante oportuna neste denso momento: “ ... Temei a Deus...” (I Pedro 2:17).
Se a juventude cristã a qual me refiro deseja servir a Deus, não custa nada observar o preceito do Salmo: “Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua Palavra” (Salmos 119:9). Vejamos, se o jovem deseja ter uma vida pura, correta e agradável a Deus, é imprescindível que busque amparo nas Escrituras para trilhar seu caminho; do contrário não poderá se ajustar aos padrões benéficos de Deus para sua vida. A observância dos preceitos das Escrituras é a chave para termos vida feliz e próspera do ponto de vista espiritual. Por isso, após ser regenerado, encontre o prazer de servir a Deus sem sentir o encanto pelo mundo. Isso é possível quando se entende a vida de Deus em nós. Percebe-se o favor e a graça abundante trabalhando em nossos corações para vislumbrarmos os dissabores desta vida e de sua efemeridade, porém gerando uma completa satisfação e contentamento pela vida singela proposta no Evangelho. Esse nível de espiritualidade procede de um coração faminto por Deus e cumpridor dos seus preceitos. Saiba que não há vida superior e tão forte que seja capaz de preencher todos os anelos da alma.
O reflexo dessa vida interior apresentar-se-á naquilo que somos em nosso exterior: nas ações, nas falas, em nosso comportamento. Portanto, se temos essa sensibilidade de Deus, entenderemos ser indispensável abdicar de todo instrumento de sedução e vaidade. A Bíblia nos ensina a pretensão do apóstolo Paulo no que diz respeito aos homens e mulheres cristãos: “Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contendas” (I Timóteo 2:8). Vejamos que Paulo chama a atenção dos homens para a questão das “mãos santas”, já que significam santidade, sem culpa, não transgressor, homem afeiçoado e formado autêntico discípulo de Cristo. Essa assertiva coloca o homem cristão dentro do padrão espiritual do Novo Testamento, de modo que podemos fazer algumas ponderações sobre o mesmo, tocando especificamente naquilo que encanta o jovem homem cristão.
O jovem moderno é “imprensado” na parede pelas ações coercitivas do mundo para reproduzir a moda da última hora. Com isso, seguem-se diversos rituais pelos quais tem que passar para alcançar o status de inserido no contexto almejado. Muitos jovens cristãos sofrem por causa dessa opressão e, muito embora não saiam para uma vida mundana, querem alcançar este formato dentro da Igreja. Um equívoco. Uma das premissas dessa moda é a arte da conquista a partir das reinvenções produzidas no indivíduo, por isso vemos muitos com ânsia demasiada para conseguirem namoradas, fazendo verdadeiros malabarismos para conquistar a jovem desejada. Procuram academias para se exercitarem e alcançarem músculos preponderantes como se isso fosse primaz para chamar a atenção das donzelas (termo bem ridicularizado no mundo). Até chama a atenção das mais desavisadas e menos espirituais. Na verdade, não podemos ser contra os exercícios físicos quando os mesmos são necessários para uma boa saúde, mas deveremos refletir se as circunstâncias para o caso apresentado são essas ou se são outras razões impensadas e imprudentes. O fisiculturismo apresentado hoje é mera vaidade. Homens e mulheres apenas querem externar seus corpos como unidade de valor para outros. É marketing para a cultura da preocupação demasiada com o corpo. O corpo exige um cuidado de fato, mas nem tanto. Infelizmente, muitos de nossos jovens são seduzidos por esse capricho mundano. Isso tem causado prejuízo espiritual para eles já que vão fazer exposição dos seus corpos com roupas coladas, delineando suas formas e criando um objeto de cobiça, quando a Bíblia diz que nada devemos cobiçar. Graças a Deus pela orientação bíblica quanto a esse problema: “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir” (I Timóteo 4:8). Se o varão deseja chamar a atenção, deverá fazer pelo brilho da glória de Deus na sua vida, cheio de unção e consagrado a Deus.
Para as jovens, o apóstolo ainda nos alerta: “Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras” (I Timóteo 2:9-10). Percebam que há a possibilidade de a mulher se ataviar, entretanto, não com bugigangas de vaidades. Seus atavios são espirituais, provém de um espírito contrito e submisso a Deus, sendo a honestidade, o pudor e a modéstia os elementos de brilho para sua vida. Esse último termo indica com maestria o propósito do santo apóstolo, pois modéstia significa ausência de vaidade. Saibam que a restrição a qualquer forma de vaidade é condizente com as Escrituras porque representam uma censura a algo vão e vazio de significado, indicando apenas que aparência natural da mulher está sendo substituída por uma concepção ilusória que não condiz com a realidade. Por isso, quando uma jovem se adorna com elementos de joalheria ou pintura ela produz para si mesma uma tremenda contradição e cai em desilusão, já que as joias, as sombrar e os batons refletem um esteriótipo artificial que não é da pessoa, mas do objeto, levando-nos a compreender que a pessoa nessa relação é inferior ao que o próprio homem produziu. O mundo não olha sob esse prisma porque está cego e pretende lucrar com a venda de tais objetos, mas o Espírito de Deus a tudo perscruta. Outro cuidado que a jovem cristã deverá ter diz respeito às roupas que usa. Muitas roupas femininas são produzidas com a finalidade de as mulheres provocarem sedução. Lembrando que a sedução proclamada hoje como forma de persuasão se encontra no patamar da perversão moral. A jovem cristã tem que ficar atenta para aquilo que veste a fim de que suas indumentárias não sejam coladas ao corpo, nem curtas, nem transparentes. Tal preocupação faz-se necessária porque faz parte de nossas convicções valorizarmos a naturalidade da mulher cristã que abraçando essa conduta estará também se valorizando e valorizando a modéstia. Além disso, ela estará rejeitando toda forma de vestuário contrário a sua fé, desenhada pelos caprichosos designs da moda mundana. Para isso, a valorização da mulher cristã tem que ser renovada sempre desde a juventude, pois a renovação, no sentido bíblico, traz a forma e o modelo da Escritura com o espírito alegre e contente, não com fingimento, mas com profunda convicção de geração em geração.
Jovens, tendo em vista o que foi dito, valorizem seus papéis na presença de Deus, uma vez que o Senhor vos tem chamado para cumprir seus propósitos, valorizando quem vocês são e procedendo em conformidade com sua Palavra. Desejem ardentemente viver a vida piedosa em Cristo, reconhecendo que a vida prometida aos fiéis transmite muito mais valores do que as vidas dos jovens do mundo. Não se sinta desprestigiado se lhe assola um anseio de algo que não possuis; seja resoluto em receber as dádivas espirituais já que elas permanecem, enquanto as outras que te incomodam perecerão. Busque a Deus de todo o seu coração e encontre tudo quanto precisas no Trono da Graça, lugar em que temos paz e alegria indizíveis, onde jamais seremos desprestigiados ou excluídos. Vivam a fé com ousadia!
Que Deus em Cristo te abençoe!
Pr. Heládio Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário